SEMPRE MÚSICA . . .

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

[] Doris Day Em Dobro

Até pouco tempo atrás, mais exatamente na época do LP de vinil, a duração das faixas era pequena, dificilmente chegando a 3 minutos, e quase sempre, só 6 músicas de cada lado.

Isto fazia com que cada lado do disco tivesse no máximo 18 minutos...

Com a capacidade de 80 minutos do compact disc, muitas gravadoras generosamente, colocam 2 LP’s em um CD... o que é muito bom para nós, que gostamos de música, além de ser mais econômico.

É o caso deste “Doris Day”, que contém “Day by Day” e “Day by Night”; originalmente lançados em LP’s em 1956 e 1957 respectivamente.

"Day by Day" contém:

@ The song is you
@ Hello, my lover, goodbye
@ I remember you
@ I hadn’t anyone till you
@ But beautiful
@ Autumn leaves
@ Don’t take your love from me
@ There will never be another you
@ Gone with the wind
@ The gypsy in my soul
@ Day by day

"Day by Night" contém:

@ I see your face before me
@ Close your eyes
@ The night we called it a day
@ Dream a little dream of me
@ Under a blanket of blue
@ You do something to me
@ Stars fell on Alabama
@ Moon song
@ Wrap your troubles in dreams
@ Soft as the starlight
@ Moonglow
@ The lamp is low

Selo “Collectables” distribuído pela “Sony”/ 2000

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sábado, 29 de dezembro de 2007

[] Lizz Wright / Salt

Este é o primeiro cd desta americana nascida em Atlanta, em 1980.

Além de cantora, também compositora e sua curta biografia, é semelhante a da maioria das cantoras negras americanas.

Junto com sua irmã e seu irmão, formava um trio gospel que cantava na igreja onde seu pai era pianista e diretor musical.

Começou a ficar conhecida em 1999 quando se apresentou em um local noturno cantando dois “standards” de jazz. O público pediu mais e então ela cantou “Amazing Grace”...

Seu primeiro cd, chamado “Salt” foi gravado em 2003 na “Verve”, gravadora tradicional e exigente que só aposta e investe no que é bom.

@ Open your eyes, you can fly
@ Salt
@ Afro blue
@ Soon as I get home
@ Walk with me, Lord
@ Eternity
@ Good bye
@ Vocalise / The end of the line
@ Fire
@ Blue Rose
@ Lead the way
@ Silence

[] Lizz Wright / Dreaming Wide Awake

Neste segundo cd, também lançado pela “Verve”, Lizz interpreta de uma maneira nostálgica algumas músicas já conhecidas e –talvez para alguns – um pouco antigas...

É o caso de “A Taste of Honey” já gravado em outras décadas por Morgana King, Sarah Vaughan e que teve aqui no Brasil uma versão instrumental bem popular com a gravação de Herb Alpert & Sua Tijuana Brass...

Canta “Old Man” de Neil Young, “I’m Confessin’”, clássico americano dos anos 50...

Canta lindamente numa versão nostálgica e quase triste, “Get Together”, que tocou muito no rádio e vendeu muito disco, aqui em 69/70 com “The Youngblood”; e como faixa bônus, “Narrow Daylight”, música que faz parte do cd “Girl in the other room”, de Diana Krall.
Aqui vai a relação completa das músicas:

@ A taste of honey
@ Stop
@ Hit the ground
@ When I close my eyes
@ I’m confessin’
@ Trouble
@ Dreaming wide awake
@ Without you
@ Narrow daylight
@ Old man
@ Wake up, little sparrow
@ Chasing strange
@ Get together

Assim como o primeiro cd, este também do selo “Verve” e distribuído no Brasil pela Universal Music.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

[] Dinah Shore / Rhapsody

Recusada como “crooner” para as orquestras de Benny Goodman, Jimmy Dorsey e Tommy Dorsey, Frances Rose Shore voltou para sua cidade no Tennessee para repensar sua carreira como cantora.

Iniciou no rádio em 1939, e em 1943 já tinha seu próprio programa radiofônico, chamado “Calling Music”.

Tornou-se uma das mais populares cantoras nos anos 40. Também atriz, faz vários filmes e tem seu programa de variedades na TV durante as décadas de 50 e 60, 70 e 80...

Este tempo todo no ar tornou-a uma espécie de Hebe Camargo, uma espécie de amiga do público, quase uma pessoa da família de cada telespectador... era sinônimo de destaque e "status" ser convidado a comparecer ao "The Dinah Shore Show". Convite irrecusável...

A crítica credita a ela, a maior influência nas carreiras de outros dois nomes da música popular americana: Doris Day e Patti Page.

Sua vida afetiva foi bastante movimentada. Ligada vários anos ao baterista Gene Krupa, depois ao ator James Stewart.

Quando viajou para a Inglaterra e França para divertir as tropas durante a II Guerra Mundial, seu namorado, o General George Patton acompanhou-a por todos os lugares.

Um longo “affair” com Frank Sinatra nos anos 50, renderam muitas manchetes e “gossips”...
Teve um romance bastante comentado com o ator Burt Reynolds, 20 anos mais jovem que ela.

Excelente jogadora de golfe, foi a primeira mulher a ser aceita no exclusivo “Hillcrest Country Club” de Los Angeles.

Nascida em 1916, morreu de câncer de ovário em 1994. Mas continua na memória de todos os americanos e daqueles que gostam desta época musical...

“Rhapsody” tem 18 músicas dos anos 40:

@ I’ve got my eyes on you @ Just a wistlin’ and wistlin’ @ Shake down the stars @ Yes, my darling daughter @ Down Argentina Way @ I hear a rhapsody @ I do, do you ? @ Honeysuckle rose @ If it’s you @ Daisy bell @ You and I @ Is it taboo ? @ Don’t leave me daddy @ Happy in love @ Sometimes @ Blues in the night @ Three little sisters @ Manhattan serenade.

Selo MCPS / Inglaterra / 1996

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

[] Keely Smith

Ela está viva sim ! devo dizer isto de cara, antes que alguém pense que só escrevo sobre gente morta.

Keely está muito viva, muito ativa e cantando melhor que nunca, aos 75 anos. Sua voz continua forte, com um belo fôlego, como se apenas tivesse ultrapassado a casa dos 40 anos.

Matéria prima boa dá nisso...

Dorothy Jacqueline Smith nasceu em 1932 e iniciou muito cedo a cantar; Aos 14 anos cantava numa emissora de rádio da marinha e em pequenas “bands” locais.

Em 1949 faz realmente sua estréia “profissional” ao lado de Louis Prima, com quem casou em 1953. A união das duas vozes e dos dois estilos foi uma união muito feliz, e logo Keely ganhou o apelido de “The Queen of Swing”. Sucesso absoluto de crítica, público e vendagem de discos.

Além disso, Keely sempre foi in
spiração e modelo para outros artistas, não só mulheres, mas cantores também, como é o caso de Michael Bublé, que sempre cita Keely como uma de suas grandes influências...

Durante a década inteira de 1950, o casal se apresentava em Las Vegas praticamente sem parar. Era uma atração obrigatória dos grandes e luxuosos cassinos.
Além da competência vocal, da escolha primorosa de repertório e de uma banda afinadíssima, Keely era uma mulher muito bonita e sempre teve um domínio de palco que sempre foi muito comentado pelos críticos musicais.

Era uma cantora para ser vis
ta e ouvida... porque Keely sempre foi uma pessoa extremamente simpática e acessível, tendo admiradores em quase todos os países da Europa. O casamento com Louis acabou, ela casa-se com outro e na metade dos anos 60, dá um tempo na carreira e vai cuidar das 2 filhas; mas em 1985 retorna aos shows e aos discos em grande estilo. Sua volta é aclamada e comemorada por toda a imprensa americana e em todos os lugares onde se gosta de uma “Big Band”.

No cd “Keely Swings Basie-Style”, de 2002, Keely recria a atmosfera da banda de Count Basie e refaz os arranjos originais, para dar a mesma impressão da época...

@ April in Paris @ You go to my head @ How seet it is @ Happiness is a thing called Joe @ Lover @ How high the moon @ I can’t stop loving you @ Cherokee @ Mood índigo @ Some of these days @ Love for sale @ One for my baby @ Can’t take my eyes off of you @ St.Louis blues @ Take the “A” train @ The house I live in // Star spangled banner.



Em 2001 Keely lançou “Keely Sings Sinatra”, que resultou em uma bonita homenagem, pois além de Frank Sinatra mesmo em vida ter sempre sido um inspiração e um modelo para todo mundo que canta, Keely e ele eram amigos, gravaram juntos, dividiram o palco em inúmeros shows.
Não eram só colegas, não...A mãe de Keely fazia uma determinada comida que Sinatra gostava muito, e sempre que podia, ele ia até a casa dela para ficarem horas jantado, e conversando sobre planos futuros, novos arranjos, novas turnês e coisas do universo do "showbizz"...

Quando Keely gravou este disco, Sinatra já estava doente, mas mesmo assim, ele chegou a ouvir uma cópia , aprovou entusiasmado a idéia e mandou um bilhete emocionado e agradecido, dizendo que ela estava cantando melhor que nunca...e confessa no bilhete, que achou que ela não fosse atingir as notas mais altas em "New York, New York"...

Mas pouco tempo depois ele morre, e Keely guardou o projeto para não ficar com um ar de oportunismo; lançando
somente vários anos depois. Atitude elegante a dela...

“Keely Sings Sinatra” tem:

@ Intro (Frank Sinatra jr.) @ South of the border @ I’ve got a crush on you @ Night and day @ A lovely way to spend a evening @ Come rain or come shine @ The music stopped @ I’ll never smile again // Dream @ I’ve got you under my skin @ Angel Eyes @ Happy birthday Frank! @ New York, New York @ Without a song @ All the Way @ This love of mine @ Until the real things comes along @ Goodbye @ It was a very good year @ My way @ Closin tribute (Frank Sinatra jr.)

Os 2 cds são lançamentos da “Concord Jazz”.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

[] Billie Holiday de Todas as Dores

Quando Eleanor Fagan Gough nasceu, em 1915, sua mãe tinha 14 anos e seu pai, que tocava guitarra e banjo, apenas 15... e abandonou a família quando ela ainda era bem pequena.

Este era o cenário na cidade de Filadélfia onde Billie Holiday passou sua primeira infância pra lá de instável.
Aos 10 anos foi violentada por um vizinho e acabou passando um tempo numa Casa de Correção infantil.

Saindo de lá, aos 12 anos foi trabalhar lavando chão e fazendo faxina em um prostíbulo. Morando só ela e a mãe e sem parentes próximos para ajudar, Billie começou a se prostituir e antes dos 20 anos já tinha sido fichada e presa por prostituição.

O dinheiro não era suficiente para pagar o aluguel e mãe e filha foram ameaçadas de despejo por falta de pagamento.


Billie então foi se oferecer como dançarina em um local noturno.
Foi um verdadeiro fiasco, pois ela não levava o menor jeito pra dança, mas o pianista ficou tão impressionado e penalizado, que perguntou se pelo menos ela sabia cantar.

Conseguiu o emprego e após 3 anos cantando em bares noturnos, grava seu primeiro disco, com a orquestra de Benny Goodman.

As coisas melhorara
m e ela canta e grava com Duke Ellington, Ted Wilson, Count Basie e Louis Armstrong. Faz shows por diversos locais noturnos e conhece uma porção de gente; todos os tipos de pessoas e algumas, realmente do submundo...

Os anos 40 foram para Billie anos de muita bebida, muita droga, amores infelizes e muita pancadaria.
Billie tinha uma atração especial por homens violentos, que abusavam dela física e psicologicamente.

Era atraente fisicamente, vaidosa e dependente do álcool e de todas as drogas, o que fazia dela uma presa fácil para gigolôs e traficantes.

Estes eram n
a maioria, os homens de Billie Holiday.

Neste período seu envolvimento com drogas muito pesadas deixou sua voz em estado lastimável, e em 1947 foi presa por posse de drogas recebendo a setença de 1 ano e 1 dia de reclusão no Reformatório Federal para Mulheres em Aldeston, no estado da Virgínia.

“ ninguém mais no showbusiness
cometeu tantos erros como eu “

disse Billie numa famosa entrevista para a “Downbeat” um pouco antes de cumprir a pena...

Tão logo foi liberada e voltou a cantar nos clubes e gravar outra vez, Billie começou a dedicar-se novamente à carreira e retomá-la de onde havia interrompido. Mas este ciclo, foi se tornando cada vez mais vicioso...

Aí, eu me pergunto se alguém que teve a vida que ela teve, com todos os abandonos que sofreu, fisicamente e afetivamente, poderia cantar outro tipo de música?

Alguém que se sentia só e abandonada apesar de cercada por centenas de pessoas, músicos, amigos de verdade e falsos amigos, gigolôs e vagabundos, poderia ver a vida cor-de-rosa e cantar coisas “alegrinhas” ?

Mas Billie cantou o amor. Com todas as cores e todas as dores. O amor nos seus mais diversos ângulos. O amor cruel, mesquinho e egoísta, mas também cantou o amor que nos deixa feliz.

Mesmo que por alguns poucos momentos...

Entre tantos e tantos discos de Billie, eu quero ressaltar esta compilação da Verve, chamada simplesmente “Billie Holiday=Holiday for Lovers”.

São gravações já bem próximas de sua morte, em 1959.
É um disco calmo, que tem basicamente baladas de amor, como o nome já indica...
Super remasterizado, com um som limpo, brilhante que parece ter sido gravado no ano passado... o disco tem as seguintes faixas:

@ Moonlight in Vermont
@ I didn’t know what time it was
@ Embraceable you
@ I wished on the moon
@ Gee, baby, ain’t I good to you ?
@ Speak low
@ April in Paris
@ Body and soul
@ They can’t take that away from me
@ One for my baby and one more for the road
@ Stars fell on Alabama
@ We’ll be together again




Vale ressaltar a presença do sax de Ben Webster e Barney Kessel na guitarra. A maioria das músicas deste cd Billie já havia gravado antes, nos seus primeiros discos, mas como acontece com vários artistas, ela regravou com novos arranjos e duração das faixas bem maiores. As gravações são de 1955 a 1957.

Selo “Verve” e distribuição da edição nacional "universal".

Para mim, é o cd dela que eu mais ouço. É a Billie com a voz vivida, rouca e a lágrima mais sentida...

domingo, 23 de dezembro de 2007

[] Diana Krall / Christmas Songs

É uma pena que aqui no Brasil não se tenha o hábito, como nos Estados Unidos, de os artistas prepararem para o fim do ano, um disco especial.
Lá, já é uma tradição de muitos anos. Quase todos os cantores = e até mesmo orquestras = gravam seu disco natalino.

E cantores de todos os gêneros... é comum encontrarmos cantores de rock, cantores de jazz, pop, country e até do canto erudito, a chamada música clássica.

Elvis Presley gravou muitos álbuns de Natal; Brenda Lee também, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald. O artista que você imaginar, provavelmente vai encontrar seu d
isco de fim de ano. Bing Crosby, então, nem se fala. Perde-se a conta de quantos discos natalinos gravou... aliás, até um filme, um clássico ,“White Christmas”, de 1955, que ele fez com Rosemary Clooney.

É uma coisa boa para a gravadora, pois é comercial e já virou um presente certeiro, bom para o artista, que está presente sempre, e bom para quem ganha o disco de seu cantor preferido, com músicas natalinas... Não tem erro!!


Diana Krall que não é bobinha, e muito menos sua gravadora, também teve o seu. Muito caprichado, arranjos elegantes, um clima jazzístico como não poderia deixar de ser...

O nome do disco é simplesmente “Diana Krall Christmas Songs” e tem uma seleção clássica e tradicional, como era de se esperar:

@ Jingle Bells
@ Let it Snow
@ The Christmas Song
@ Winter Wonderland
@ I’ll be Home for Christmas
@ Christmas Time is Here
@ Santa Claus is Coming
@ Have Yourself a Merry Little Christmas
@ White Christmas
@ What are You Doing New Year’s Eve ?
@ Sleigh Ride
@ Count Your Blessings Instead of Sheep

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Então, para você que leu este post, um Feliz Natal mesmo, junto das pessoas que são importantes para você.
E se por algum motivo isto não seja possível fisicamente, pelo menos em pensamento e intenção, e passe um excelente Natal com você mesmo. Por que não ?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

[] Dianne Reeves

Até parece que a maioria das cantoras negras americanas iniciam suas carreiras por uma trajetória parecida... o que não deixa de ser verdade.

Como tantas outras, Dianne nasceu em uma família bastante musical.
Seu pai era cantor e sua mãe, uma trompetista bem conhecida na comunidade musical de Detroit, Michigan, onde Dianne nasceu.


Mas, quando tinha dois anos, seu pai morre e tanto ela como sua irmã, passam a ser criadas pela avó que mora em Denver, no Colorado.

Dianne nasceu em outubro de 1956 e desde cedo, tinha aulas de música pois sempre se interessou por tudo que fizesse parte deste mundo musical.

Mas descobriu que queria ser cantora mesmo, aos onze anos, quando um professor ensinou e convenceu os alunos, que a música é o melhor caminho e a melhor maneira de manter os estudantes unidos...

Seu tio Charles Burell, músico da Orquestra Sinfônica de Denver foi quem apresentou Dianne às grandes divas do Jazz, como Ella Fitzgeral, Billie Holiday e Sarah Vaughan, que veio ser a influência maior no estilo de cantar de Dianne.

Foi des
coberta pelo famoso trompetista Terry Clark, que se tornou além de seu descobridor, seu conselheiro e mentor musical.

Até os 16 anos faz parte como vocalista da banda do colégio onde estuda e um ano mais tarde, aos 17, vai estudar música na Universidade do Colorado.

Após se mudar para Los Angeles, chegou a fazer parte do grupo de Sérgio Mendes e excursionar com Harry Belafonte, como principal vocalista.

Estranhamente, Dianne Reeves é mais conhecida pelos seus shows e apresentações ao vivo do que pelos seus discos...talvez pela sua beleza, e pela performance em palco, cheia de dramaticidade, elegância em cena
e domínio de espaço.

Vencedora de 4 “Grammy” como “melhor vocalista feminina”, já tem gravados 18 cds individuais e mais 25 cds como convidada de colegas ilustres. Tanto músicos, como cantores, em estúdio e participações em festivais de jazz.

Em 2006, sua música faz parte da trilha sonora do filme “Goodnight and Goodluck = “Boa noite e Boa Sorte”, filme dirigido por George Clooney, que tem no elenco além dele, Jeff Daniels e Robert Downey Jr.

Seu cd “ A Little Moonlight “ contém:

@ Loads of love
@ I concentrate on you
@ Reflection
@ Skylark
@ What a little moonlight can do
@ Darn that dream
@ I’m all smiles
@ Lullaby of Broadway
@ You go to may head
@ We’ll be together again

(@) selo EMI / Blue Note / nacional / 2003

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

[] Zezé Gonzaga



Imaginemos uma senhora de 76 anos entrando em estúdio para gravar um disco, com músicas de compositores como Chico Buarque de Hollanda, Tom & Vinícius, Abel Silva e Sueli Costa, Uma música inédita de Pixinguinha e clássicos de Hermínio Bello de Carvalho.

Pois é. Maria José Gonzaga, conhecida nacionalmente como Zezé Gonzaga, mineira nascida em 1926 gravou um excelente cd pela gravadora “Biscoito Fino”.

O disco se chama simplesmente “Sou Apenas Uma Senhora Que Ainda Canta” e foi lançado em 2002.

Zezé começou como “crooner” no Rex Clube, na cidade mineira de Além Paraíba. De férias no Rio de Janeiro, foi convencida a participar do programa de calouros de Ary Barroso. Tirou a nota mais alta e em 1949, vai para a Rádio Nacional, ficando conhecida no Brasil inteiro como uma das “cantoras do rádio”.

Nos anos 60 para de cantar e vai morar em Curitiba; lá, abre uma empresa de gravações de “jingles”.

Por insistência de Hermínio Bello de Carvalho, velho amigo e produtor musical, volta ao Rio de Janeiro e grava o cd.

O disco tem também clássicos de Dolores Duran e Tito Madi. É um disco tranqüilo, sem excessos instrumentais, pois a voz de Zezé não precisa se “esconder” atrás de muitos instrumentos. Basicamente um cello, piano e violão.

@ Faxineira das canções // Esquecendo você
@ Inquietação
@ Vestígios // Trocando em miúdos // Molambo
@ Por que te escondes
@ Cansei de ilusões // Não me culpes //
Quando tu passas por mim // Franqueza
@ Meu consolo é você
@ Todo sentimento
@ Imagem
@ Vida de artista
@ Prelúdio da ilusão // O que tinha de ser
@ Pra machucar meu coração
@ Sou apenas uma senhora que ainda canta
@ Chão de estrelas // Estrelas // Canção de
Amor.

É um ótimo disco, com uma das cantoras que fazem parte da nossa história musical e continua sendo uma das eternas “cantoras do rádio”.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

[] Jo Stafford

Desde pequena ela queria ser cantora de ópera e vinha estudando para isto até que A Grande Depressão Americana mudou seus planos.

Abandonou as aulas de canto, que eram pagas e caras, e juntou-se às suas irmãs Christine e Pauline e formou um trio vocal: “The Stafford Sisters”; começaram a cantar na emissora de rádio local e assim, ganhar algum dinheiro.

Jo Elizabeth Stafford nasceu em novembro de 1917 e no final dos anos 30, suas irmãs casaram e assim, o trio acabou.

Jo então ingressa em um outro conjunto vocal, que ficaria muito famoso por décadas: “The Pied Pipers”. Eram 8 vozes masculinas e somente a dela feminina.

Faziam “back vocal” para Frank Sinatra no início da carreira dele. Aliás, é bom ressaltar que era muito da época esses acompanhamentos vocais, atrás da voz do
cantor solista. Era a estética da música, seu desenho...

Foi então que Jo casaria com o conhecido maestro Paul Weston, que tratou de divulgar o trabalho de sua jovem e bela mulher...

Tommy Dorsey ficou impressionado com a harmonia vocal e utilizava as vozes na sua orquestra.
Jo e The Pied Pipers foram cantar no Rádio em um programa importante, mas quando um dos patrocinadores ouviu o pessoal após a segunda edição do programa, não gostou nada do que tinha ouvido e queria retirar o patrocínio.

Ficaram sem trabalho fixo, é
claro; foram demitidos e ficaram fazendo trabalhos extras como “jingles” para ganhar algum dinheiro...

Em 1944 Jo resolveu fazer carreira solo, e para isto contou com todo o apoio emocional e musical do marido.
Ambos sempre tiveram o nome respeitado no mundo da música e Jo Stafford gravou uma infinidade de discos, na “Capitol”, na “Columbia”,e na “RCA Victor”.

Jo abandonou definitivamente shows e gravações nos anos 70. Apenas uma ou outra aparição muito especial.

Paul Weston chegou a ter um selo próprio, “Corinthian Records”, que acabou entrando em litígio judicial; mas tanto ele quanto Jo e mais o filho dos dois, após anos de pendenga, acabaram ganhando todas as causas na justiça, com relação a direitos autorais e direitos de gravações de vários artistas e reativaram o selo.

Paul Weston morreu de causas naturais em 1996 e Jô Stafford até 2005 ainda estava à frente dos negócios da gravadora.
Lúcida e bem ativa, ainda vive na Califórnia, aos noventa anos !

Da série “Great Ladies of Song Spotlight On...” produzido pela Capitol, Jo Stafford tem um cd clássico:

@ Just one of those things @ I didn’t know about you @ Walkin’ my baby back home @ Too marvelous for words @ In the still of the night @ Autumn leaves @ Sugar @ Haunted heart @ The best things in life are free @ The boy next door @ Sometimes I’m happy @ Fools rush in @ On the sunny side of the street @ I remember you @ Always true to you im my fashion @ La vie en rose @ Over the rainbow @ I’ll be with you in apple blossom time.

Selo "Capitol" // Importado // 1995

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

[] Diana Krall

Talvez a primeira coisa que chame a atenção de quem vê um cd de Diana Krall, é a sua beleza; sem a menor dúvida, uma bela mulher.

Loira, com ar misterioso e seguro, de quem é competente em alguma coisa. Ar de quem sabe o que quer, como quer, e de que maneira quer...

Aí, você coloca o cd no seu aparelho e começa a ouvir. Quase uma nova surpresa, a de um timbre vocal mais grave, mais rouco e ao mesmo tempo muito claro no que diz, no que canta e até deixa a gente ouvir sua respiração...

Um piano estupidamente bem tocado mostra que ela não é só mais uma loira bonita, e sim, uma pianista que ganhou da natureza um bônus especial de uma voz única, que não se parece com a de ninguém; o que na minha opinião já lhe confere mais pontos ainda.

Os arranjos dos seus discos são cuidadosos, elegantes, refinados, mas nada pedantes...
Elegantes porque são; elegantes porque o compositor assim queria.
Refinados porque são simples, e não existe nada mais refinado que a simplicidade bem executada, bem vivida, bem mostrada.

Assim é Diana Krall, assim ela se mostra nos seus discos, assim ela se deixou ver no dvd que gravou em Paris.
Competência pura e simples...

Quero me referir a dois de seus discos; o mais recente, “From this Moment On” e um mais anterior “Only Trust Your Heart”.

Neste “From This Moment On”, ela está mais amadurecida, mais mulher, talvez graças ao casamento com o músico Elvis Costello, graças à maternidade de gêmeos e = claro = graças aos seus recém feitos 43 anos...

O disco tem:

@ It could happen to you
@ Isn’t a lovely day
@ How insensitive
@ Exactly like you
@ From this moment on
@ I was doing alright
@ Little girl blue
@ Day in day out
@ Willow weep for me
@ Come dance with me
@ It was a beautiful day in august/
You can depend on me
@ The boulevard of brokem dreams

Em “Only Trust your Heart”, Diana esvreve no encarte:
“Todas as minhas cantoras favoritas tocavam piano: Dinah Washington, Roberta Flack, Shirley Horn, Aretha Franklin, Sarah Vaughan e especialmente Carmen McRae... ela é muito importante para mim e uma das maiores influências...

E, naturalmente, devo citar Nat King Cole, como um extraordinária influência para mim tanto como pianista, como cantora...

Ele podia girar seu corpo e cantar incríveis canções ao mesmo tempo que tocava piano magnificamente...

Era como se duas pessoas estivessem se apresentando ao mesmo tempo. Espero um dia poder descobrir o segredo de fazer isso naturalmente...”

Diana Krall nasceu em Nanaimo (Canadá) em uma família bastante musical; na adolescência mudaram-se para Vancouver, onde Diana começou a tocar piano em alguns bares.

Ganhou uma bolsa de estudos e foi para Los Angeles. Continuou se apresentando, gravou discos, fez sucesso e o mundo já sabe quem é Diana Krall...

“Only Trust Your Heart” tem:

@ Is you is or is you ain’t my baby
@ Only trust your heart
@ I love being here with you
@ Broadway
@ Folks who live on a hill
@ I’ve got the world on a string
@ Squeeze me
@ All night long
@ Crs craft

Como disse lá em cima, competência pura e simples.

“From This Moment On”/ Verve / 2006
“Only Trust Your heart” / GRP / 1996




segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

[] Ruth Brown / The Songs of My Life

Esta é outra cantora que não é muito conhecida no Brasil, o que é uma pena.

Ruth sempre teve um grande amor pela vida, em todos os sentidos. Sempre quis viver o que ela trazia, fosse de alegria, tristeza, solidão ou a suprema felicidade de estar cercada de pessoas amigas para compartilhar momentos assim.

Sempre quis viver aventuras e fazer o que sempre teve vontade ou seja: cantar, cantar e cantar. Nasceu em 1928 na Virginia, na cidade de Porthsmouth.

Aos 17 anos foge de casa com um trompetista para cantar na noite. Casa-se com ele e continua fazendo o circuito da época de “nightclubs” e bares e restaurantes noturnos.


É contratada para a orquestra de Lucky Millinder, mas é demitida 1 mês depois quando é descoberta dando bebida grátis para os músicos...
Continua cantando na noite e se divertindo no trabalho até que nos anos 60 resolve parar, cuidar de casa e ser mãe.

Retoma sua carreira em 1975, continua gravando e fazendo shows até sua morte em 2006, em decorrência de problemas cardíacos e de um derrame pós-cirúrgico.

As músicas que fazem parte deste cd foram selecionadas por ela, na mesa da cozinha de sua casa aconchegante e cheia de plantas e frutos, com um cheirinho bom de com
ida sendo feita no fogão, enquanto seus netos brincavam com o cachorro no pátio.


"The Songs of My Life" contém:


@ Songs of my life @ I’ve got the world on a string @ While we’re young @ It could happen to you @ Tears in heaven @ Stormy Weather @ They say @ I wonder where our love has gone @ I know why @ Can’t help lovin’ that man @ I’ll be seeing you @ God bless the child.

Selo “Fantasy”/1993.

domingo, 16 de dezembro de 2007

[] Rosemary Clooney / John Pizzarelli

Este cd é um disco importante na discografia de Rosemary, pois foi o último gravado em estúdio antes de sua morte em 2002.

Depois deste, somente um ao vivo, durante um show em Honolulu, no Havaí, lugar onde passava férias desde os anos 50...

Este disco também tem convidados ilustres como John Pizzarelli e Diana Krall.

“Brazil” tem 16 faixas e apenas uma – “I concentrate on you”, de Cole Porter, não é brasileira.
John Pizzarelli aparece aqui com sua guitarra nos acompanhamentos e em alguns vocais.

Diana Krall divide com Rosemary os vocais em “The boy from Ipanema”.

“Brazil” tem:

@ Brazil @ Corcovado @ The boy from Ipanema @ Wave @ Once I loved @ Desafinado @ I concentrate on you @ One note samba @ How Insensitive @ Let go @ Dindi @ Waters of march @ Meditation @ Sweet happy life @ A day in the life of a fool @ Brazil 2.

Rosemary escreve no cd, que nunca esqueceu aquela manhã de verão em 1968, quando estava aqui no Brasil e olhou pela janela do hotel e viu as montanhas e o mar do Rio de Janeiro banhados por uma luminosidade cor de lavanda.

E aquela sensação reaparecia todas as vezes que escutava a nossa música...

Selo “Concord Jazz”/ Importado / 2000

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[] John Pizzarelli / Bossa Nova

Como disse uma vez em uma entrevista, este americano nascido em 1966, é um brasileiro de coração desde a primeira vez que ouviu uma música nossa no rádio do carro de seu pai, o também guitarrista e famoso Bucky Pizzarelli.

Desde este dia, disse ele, que passou a se interessar pela nossa música e a comprar e pedir que amigos trouxessem de viagens, discos de música brasileira; de qualquer artista e de qualquer época...
Já gravou mais de 20 cds com seu trio, do qual faz parte seu irmão Martin Pizzarelli, e participou como convidado em discos de colegas como foi o caso de “Brazil”, com
Rosemary Clooney.

Afinal, Rosemary conhecia John desde pequeno, pois já gravava com seu pai Bucky...

John já veio ao Brasil inúmeras vezes e nas entrevistas até responde algumas coisas em português.

Neste seu “Bossa Nova”, nem todas as músicas são brasileiras, mas bossa nova é o fio condutor do projeto, é a atmosfera do disco.
Aliás, a voz de John, é voz de bossa nova !

Este cd tem uma curiosidade ; “Soares Samba” é uma composição sua em homenagem a Jô Soares, também conhecido admirador de jazz e que recebe John em seu programa todas as vezes que Pizzarelli se apresenta por aqui.

“Bossa Nova” tem:
@ One note samba @ Fascinatin’ rhythm @ The girl from Ipanema @ Your smiling face @ Estate @ Desafinado @ Aquelas coisas todas @ I remember @ Francesca @ Love dance @ Só danço samba @ Águas de março @ Soares Samba .

O cd tem ainda a participação especial de César Camargo Mariano tocando piano em “Só danço samba” e “Aquelas coisas todas”.

Selo “Telarc”/ Importado / 2004

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sábado, 15 de dezembro de 2007

[] Barry Manilow / 2

Vou destacar hoje os meus dois cds preferidos de Barry Manilow. Tem uma grande distância entre eles em termos de datas de gravação, mas para mim, são dois momentos muito especiais na carreira dele.

O primeiro, “2:00 Paradise Café”, foi originalmente gravado em vinil em 1984 e posteriormente super remasterizado em 20 bit em 1996.

O título já diz tudo, ou quase tudo. Imagine-se numa madrugada meio chuvosa em um café chamado “Paradise”, bebendo tranqüilamente alguma coisa, sem pressa, apenas se deixando levar pela atmosfera interna: um piano, Barry Manilow tocando e cantando lentamente, canções intimistas, melancólicas, daquelas melodias que nos transportam para o lugar que quisermos ir...

De vez em quando, vem até o piano um “amigo-convidado” ilustre: Mel Tormé, Sarah Vaughan e músicos de primeira, para completar a cena...

Lá fora continua chovendo fraquinho, e aqui dentro, só música.
É um disco calmo, reflexivo, relaxante e tem a virtude de parecer que foi feito especialmente para quem ouve; e para mais ninguém.

@ Paradise Café
@ Where have you gone
@ Say no more
@ Blue # com SARAH VAUGHAN
@ When october goes
@ What Am I doing here
@ Good-bye,my love
@ Big City Blues # com MEL TORMÉ
@ When love is gone
@ I’ve never been so low on love
@ Night Song

No encarte, Barry escreve umas palavras bonitas sobre a concepção do disco:

“ Para mim, gravar este álbum foi
muito mais do que simplesmente
gravar mais um disco. Representou
ter o controle de uma carreira na
qual as luzes do sucesso eram tão
brilhantes, que poderiam ter me
cegado. Este projeto representou
muito mais do que música para mim.
Representou amor”.

Baixo/George Duvivier @ Guitarra/Mundell Lowe
Percussão/Shelly Manne @ Piano/Bill Mays @
Piano/Barry Manilow @ Sax/Gerry Mulligan

Além da importância musical deste cd, esta gravação assume uma importância documental, pois deste projeto estão vivos ainda só Barry Manilow, Bill Mays e Mundell Lowe.
Já morreram Sarah Vaughan, Mel Tormé, Gerry Mulligan, George Duvivier e Shelly Mane.

@Selo “Arista”/ Importado / 1984 / 1996


O outro disco que quero destacar, é uma delícia pela própria natureza e pelo próprio título:

“The Greatest Songs of the Fifties”... Nesta época pareciam conviver em perfeita
harmonia tanto o rock & Roll quando as baladas românticas; aquelas músicas bonitas, melodiosas para se namorar, dançar, trocar juras de amor e ver o dia amanhecer se sentindo a pessoa mais feliz do mundo... mascando chiclets.


Este é o penúltimo cd de Barry Manilow (acaba de sair lá fora um outro com músicas dos 60’s).

Aqui ele canta clássicos que desde que foram cantados e gravados, nunca mais saíram da nossa “parada musical pessoal”.

@ Moments to remember / 1955
@ It’s all in the game / 1958
@ Unchained melody / 1955
@ Venus / 1959
@ It’s not for me to say / 1957
[grande sucesso de Johnny Mathis]
@ Love is a many splendored thing / 1955
@ Rags to Riches / 1953
@ Sincerely / Teach me tonight / 1955
[clássicos de Brenda Lee]
@ Are you lonesome tonight ? / 1959
@ Young at heart / 1954
[um clássico de Frank Sinatra]
@ All I have to do is dream / 1958
@ What a diff’rence a day made / 1959
[super clássico de Dinah Washington]
@ Beyond the sea (La mer) / 1959

Estas músicas são a cara dos anos 50, são o lado romântico dos anos 50...

@ Selo “Arista” / Importado / 2006


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

[] Omara Portuondo

“Sou simplesmente uma mulatinha que desde pequena gostava de música...foi um presente da natureza".

Com esta frase modesta, Omara costuma responder às comparações que lhe fazem como sendo a “Billie Holiday dos Trópicos” ou ainda a “Edith Piaf Cubana”.

Nascida em Havana, em outubro de 1930, filha de uma mulher branca de classe média alta, para os padrões de Cuba e de um jogador negro de beisebol.

Começou sua carreira em 1945 como dançarina do “Tropicana”, onde sua irmã já era bailarina. Em 1952 passa a fazer parte de um quarteto vocal que ficaria muito famoso em toda Cuba, o quarteto de Aida Diestro, onde ficou por 15 anos.

Mesmo quando estava no quarteto, Omara desenvolvia aos poucos uma carreira solo como vocalista, e se sai magnificamente cantando boleros, e o “filin”, ritmo tipicamente cubano, uma espécie de bolero dolente, melancólico, mais arrastado...(do inglês "feeling").

Em 1959, grava seu primeiro disco solo “Magia Negra”, onde canta ritmos cubanos e algumas músicas num clima de jazz, como é o caso de “That Old Black Magic”.

Logo, passa a ser considerada uma das melhores cantoras de boleros, e desenvolve uma carreira bastante consistente; tanto em termos de discos, como de viagens e shows pelo mundo.

Seu passaporte tem carimbos de entrada em lugares curiosos como Xangai, Pequim, Singapura e Seul.

Teve seu próprio programa na televisão e foi se formando em torno dela uma aura de respeito e credibilidade pela sólida carreira, que ficou internacionalmente conhecida a partir de 1996 com o disco “Buena Vista Social Club”, que gravou com seus amigos e colegas de velha data e longa estrad
a Ibrahim Ferrer, Rubem Gonzáles e Compay Segundo.

Este disco chamou a atenção do diretor de cinema alemão Wim Wenders, que tratou de fazer um documentário que já virou um “cult” no mundo musical, mostrando a trajetória destes artistas, costurado com depoimentos, e paisagens de Havana.

Vendo este documentário, é como se estivéssemos passeando por uma Havana boêmia, com lugares escondidos, onde se dança, se bebe e com muita gente cantando, em ambien
tes coloridos, de uma década indefinida...

O documentário "Buena Vista Social Club” foi premiado com um “Grammy”.

Neste cd “Omara Portuondo”, ela faz uma bonita dedicatória a seus pais:

“ Dedico este disco a meu pai e minha mãe
por ela ter me encorajado e dito para que
eu seguisse cantando apesar das dificulda-
des, por ela e por meu país. E aqui estou...
Eles me ensinaram tudo o que eu sei. A meu
filho Ariel porque me acha a melhor cantora
do mundo, sua mulher Anabel e
minha neta
Rocio”

Após este disco e documentário de 1996 a carreira dos integrantes do Buena Vista deu um salto e todos começaram a percorrer o mundo, que havia se tomado de um novo e grande amor pela música cubana.

Infelizmente, da turma só restou Omara. Os outros integrantes morreram, mas deixaram registrados belos discos, numa quantidade surpreendente, que podem ser encontrados em alguma boa loja de cds.

Neste “Omara Portuondo” ela canta:

@ La sitiera
@ He perdido contigo @ ¿Donde estabas tú?
@ Mariposita de primavera
@ Canta lo sentimental @ Ella y yo
@ No me vayas a engañar
@ No me llores más
@ Veinte años
@ El hombre que yo amé (The man I love)
@ Siempre en mi corazón (Always in my heart)

(@) selo “World Circuit” / Nacional / 2000