SEMPRE MÚSICA . . .

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

[] Frank Sinatra Jr./ O Peso de Um Sobrenome

Ser filho de gente famosa é meio complicado; principalmente no chamado “mundo artístico”. Vários exemplos são bem conhecidos:

Natalie Cole, filha do grande Nat King, viu muito nariz torcido e leu muitas críticas pouco simpáticas por querer ter sua própria carreira musical.

Liza Minnelli comeu o pão que o diabo amassou para provar ao mundo que era competente pela própria natureza, e não por ser filha de Judy Garland. Atriz, dançarina, cantora e “show-woman”, também foi muito comparada à mãe, e a crítica mal humorada ficava procurando defeitos na carreira da moça...
Tanto a coisa é assim, que sua irmã – também cantora – praticamente foi estrangulada pelos laços de família, mesmo tendo usado o sobrenome paterno.

Talvez pouca gente saiba que Lorna Luft é a irmã mais moça de Liza e filha de Judy Garland com Syd Luft. Pois é.

Temos bem mais próximo de nós, um exemplo bastante eloqüente: Maria Rita, filha de Elis Regina. Logo de quem, né...

Com
Frank Sinatra Jr., não foi muito diferente. O pai dele não era apenas um bom cantor, era o Frank Sinatra! E isso tem um peso, é uma via de duas mãos. Pode ajudar, até abre portas, é verdade, mas a cobrança também é proporcional ao sobrenome que carrega.

Nascido em 1944, começou cantando na noite abrindo os shows do pai famoso, gravando disco e sendo alfinetado pela crítica; tanto que nunca teve lá um grande hit nas paradas, ao contrário de sua irmã Nancy, que gravou vários LP’s lançados aqui no Brasil na década de 60 e 70, teve algumas músicas nas listas “top” durante algum tempo; uma de suas gravações, “You only live twice” é tema de um dos filmes da série de James Bond. Mas também pagou o preço por se chamar Nancy Sinatra...

E o curioso, é que mesmo sendo um excelente cantor, tendo competentes músicos, apresentado-se em shows muito bem produzidos e tendo uma ótima presença de palco, a crítica ainda assim insistia em rejeitá-lo, como que dissesse:
“....basta um Sinatra. Pare de cantar...” e, para azar dele, seu timbre de voz sempre foi idêntico ao do pai.
E à medida que o tempo ia passando, mais parecida ficava.

Este cd, “That Face” ele gravou depois de mais de 10 anos de silêncio em discos, pois nos últimos anos dedicava-se à produção musical e direção artística do Sinatrão...

É um cd excelente, muito bem produzido, arranjos cuidadosos, e gravado no famoso estúdio da “Capitol”. O disco tem:

@ that face @ I’m afraid the masquerade is over @ feeling good @ I was a fool to let you go @ spice @ girl talk (dueto com steve tyrell) @ cry me a river @ what a difference a day made @ you’ll never know @ softly as in a morning sunrise @ trouble with hello is goodbye @ walking happy @ the people that you never get to love.

O problema é que sempre teremos aquela crítica azeda, de mal com o mundo, que tem um prazer especial em botar pra baixo, em cobrar coisas que não são de sua competência cobrar, ainda mais quando se trata de algo pra lá de subjetivo, como gosto musical.

Existe a edição nacional, distribuída aqui no Brasil pela Warner Music Brasil Ltda. Como sempre, nas boas casas do ramo !

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

[] Dinah !

Outro disco importante para quem gosta de Dinah Washington, é este aqui, intitulado simplesmente “Dinah !”

As gravações são todas de 1955, e o cd traz 3 músicas “bônus”, que não tinham no lançamento original em vinil.

Freqüentemente Dinah era criticada pelos especialistas mais xiitas em jazz, por gostar de cantar em shows e gravar eventualmente músicas mais “pop”, baladas românticas, sem maiores compromissos com virtuosismos e sem intenções de mostrar a grande cantora de jazz e R&B que sempre foi.

Apenas canções de amor, simples, bonitas, melódicas e que agradavam em cheio aos apaixonados.
E sempre houve apaixonados, e – felizmente – haverá sempre; portanto, as baladas românticas continuarão sendo cantadas, tocadas, compostas e criticadas.

Desde que mundo é mundo, existe o azedume e nada impede que um músico de jazz grave um fox, uma rumba, um mambo, enfim, o que ele quiser.
E se tiver público que goste, melhor ainda!
“Dinah!” tem:

@ Look to the raimbow
@ Ill wind
@ A cottage for sale
@ All of me
@ More than you know
@ There’ll be some changes made
@ Goodbye
@ Willow weep for me
@ Make me a present of you
@ Smoke gets in your eyes
@ I could have told you
@ Accent on youth
@ What is this thing called love (*)
@ The show must go on (*)
@ The birth of the blues (*)

(*) faixas que não tem no LP original.

Polygram Records / importado / 1991

(@) Mais sobre Dinah Washington?
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[] Kay Starr

Como eu já escrevi em outro post, a Capitol tem uma série muito boa de cds , com algumas das melhores músicas de seus vocalistas: GREAT LADIES AND GENTLEMEN OF SONG. SPOTLIGHT ON..

O assunto de hoje, é KAY STARR, texana nascida em 1922 e já com apenas 7 anos, cantava nas
emissoras de rádio da cidade.

Em 1932, então com 10 anos e em plena época da grande Depressão Americana, ganhava 3 dólares por noite. Era preciso ganhar algum dinheiro, de qualquer maneira. Os tempos eram muito difíceis.

Com 15 anos começou como “crooner” de orquestras menores até que em 1939, aos 17 anos entrou para a orquestra de Glenn Miller, substituindo a vocalist
a Marion Hutton, que estava doente.
Com Glenn Miller, Kay teve oportunidade de gravar seu primeiro disco, que acabou não fazendo muito sucesso pois todos os arranjo das músicas haviam sido feitos sob medida para Marion, e não eram tão adequados assim para Kay, que acabou forçando a voz e cantando em outro tom que não o seu habitual...

Continuou se apresentando como “crooner” até que em 1947 assina contrato com a “Capitol”.
Em 1955 vai para a RCA Victor, onde fica até 1959 e volta para a “Capitol”.

As músicas que este cd contém vão de 1952 a 1961, quando Kay estava fazendo muito sucesso de público, crítica e vendas...

@ You’re just in love @ Nevertheless I’m in love with you @ When a woman loves a man @ I’ve got the world on a string @ More than you know @ I should care @ I love Paris @ After you’ve gone @ Singing the blues @ Goin’ to Chicago Blues @ P.S. I love you @ Heart @ I Got it bad and that ain’t good @ Sunday @ Lover man @ Please, don’t talk about me when I’m gone @ C’est magnifique @ It had to be you.

Como sempre, o cd é de uma qualidade impecável, com as músicas remasterizadas, um encarte enorme e completo, informando tudo o que se precisa saber sobre o disco, e muito mais.

No final dos anos 60 Kay diminuiu sua atividade artística, mas nunca parou de gravar nem de se apresentar em público.
Gravou mais de 100 “singles” e 25 LP’s.

E hoje, com 85 anos está vivíssima, morando com o marido em Bel Air, na Califoórnia e continua uma senhora muito bonita que ainda sai à noite, assiste algum show eventualmente e gosta de jantar fora...
Nada mal!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

[] Thanks, Grandfather !

Foi graças à discoteca de seu avô que o adolescente MICHAEL STEVEN BUBLÉ decidiu que queria cantar o resto de sua vida.

Nascido em Vancouver, no Canadá, em 1975, o garoto Michael ficava mexendo nos discos do seu avô, e seus ídolos nesta época eram realmente um time de primeiríssima qualidade. Vejam só:
Ella Fitzgerald,
Rosemary Clooney, Keely Smith, Elvis Presley, Bobby Darin e = claro = Frank Sinatra !

Mas o detalhe que desencadeou a mudança definitiva em Michael, foi quando seu avô lhe mostrou um velho disco de “The Mills Brothers”. Michael já disse em entrevistas que jamais vai esquecer a emoção que sentiu ao ouvir aquele disco. Somando tudo que já tinha ouvido com os Mills Brothers, ele teve a certeza do que iria fazer dali para frente.

Talento musical não lhe faltava e seu avô não poupou estímulo em nenhum momento. Era um competente encanador, e oferecia seus trabalhos aos músicos locais em troca deles arranjarem uma brecha para Michael em suas apresentações.

Resultado: lá pelos 17 anos Michael já cantava em quase todos os locais noturnos de Vancouver.
Ganhou uma infinidade de concursos até que numa dessas, foi apresentado a um executivo da Warner Music, que imediatamente fez Michael assinar um contrato.

Este cd, seu terceiro lançado no Brasil se chama CALL ME IRRESPONSIBLE, foi lançado em 2007. É de impressionar que alguém que mal passou dos 30 anos tenha este domínio vocal todo, como se fosse um Tony Bennett ou um Sinatra...

A comparação não é só minha não. O pessoal do jazz e do “showbizz” também acha, pois além de cantar estupidamente bem, Michael Bublé tem uma presença de palco, e uma integração com sua banda = da melhor qualidade = de fazer inveja a muita gente com décadas e décadas de estrada.
Ele gravou também um dvd ao vivo, chamado “Come Fly With Me” que não me desmente em nada.

As músicas do último cd são:
@ The best is yet to come
@ It had better be tonight = que é a versão americana de “Meglio Stasera” tema de um dos filmes de James Bond.
@ Me and Mrs.Jones
@ I’m your man
@ Come home, baby
@ Lost
@ Call me irresponsible
@ Wonderful Tonight
@ Everything
@ I’ve got the world on a string
@ Always on my mind
@ That´s Life
@ Dream

É preciso ressaltar o talento de Michael em cantar sucessos de gente consagrada, sem cair num simples “cover”. Aqui ele canta músicas que foram e são sucesso na voz de Elvis Presley, Sinatra, Bobby Darin e Billy Paul.
E os compositores são ninguém menos que Jimmy Van Heusen, Harold Harlen, Leonard Cohen e Johnny Mercer.

Para quem gosta do gênero, é um excelente lançamento.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

[] Remembering Patsy Cline

Escrevi sobre Patsy Cline em postagem anterior.
Hoje é sobre esta homenagem feita a ela em 2003, quando fez 40 anos de sua morte.
Vários cantores e músicos que sempre admiraram Patsy, fizeram um disco excelente cantando alguns de seus maiores sucessos.

Pena que este cd passou meio batido nas lojas e nas rádios e sendo assim, quase nenhuma divulgação.

Este que comprei achei por acaso, pois o nome “Patsy Cline” na capa me chamou a atenção numa das minhas incursões mexendo em lojas de cd...

Não podemos esquecer que o rádio tem um poder grande e efetivo. Para o bem e para o mal.
O disco tem o seguinte:

@ Natalie Cole // I fall to pieces
@ Norah Jones // Why can’t he be you
@ Amy Grant // Back in baby’s arms
@ Diana Krall // Crazy
@ Michelle Branch // Strange
@ Lee Ann Womack // She’s got you
@ k.d.lang // Leavin’ on your mind
@ Terry Clark // Walkin’ after midnight
@ Rebecca Lynn Howard // You’re
stronger than me
@ Patsy Griffin // Faded love
@ Jesse Alexander // So wrong
@ Martina McBride with Take 6 // Sweet
dreams (of you)

O disco foi produzido e gravado pela MCA de Nashville = o Vaticano da música country = e distribuído no Brasil pela Universal Discos.

Homenagem bem cuidada, com excelentes arranjos, encarte com belas fotos e todas as letras das músicas e qualidade técnica de primeira, como bem merece Patsy Cline.


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segunda-feira, 26 de novembro de 2007

[] Dionne, a Musa de Bacharach

Uma criancinha que vivia cantando gospel num coral formado pelos membros de sua família, numa igreja Metodista, seria conhecida mundialmente alguns anos mais tarde.

Nascida Marie Dionne Warwick em 1940, passava a maior parte de seu tempo livre cantando com seus primos e primas e suas primeiras aparições na TV foram no início dos anos 50; seu grupo fazia “backing” vocais para artistas como B.B.King, Dinah Washington, The Drifters...

Foi notada pela dupla Hal David-Burt Bacharach quando fez coro para a música “Mexican Divorce” na gravação do “The Drifters”.
Seu primeiro LP veio em 1963 e tinha o nome de “Presenting Dionne Warwick”. E neste disco tinha uma música que estourou no mundo inteiro...

Era “Don’t Make me Over”, que aqui no Brasil ganhou um versão com o título “Não Diga Nada”, cantada por Joelma... Isso mesmo.
O LP tinha também “Wishing and Hoping” que correu o mundo na voz de Brenda Lee e na Inglaterra Dusty Springfield tornou-a conhecida pela Europa. Ainda tinha no disco “Alfie”, “A House is not a Home”...

Dionne foi a maior divulgadora da dupla David-Bacharach, e colocou nas paradas de sucessos ao mesmo tempo em todo o mundo, uma quantidade pouco comum de músicas.
Em todas as paradas sempre tinha uma ou mais músicas cantadas por Dionne e compostas por David e Bacharach. Esta proeza só era superada por outro nome de peso: Aretha Franklin.

Como a dupla se desfez, Dionne foi por outros caminhos no início dos anos 70. Começou a gravar com um ou outro convidado em seus discos.
Cantou com Barry Gibb, com todos os Bee Gees, Elton John, Johnny Mathis, Luther Vandross, Gladys Knight, Stevie Wonder e gravava como convidada especial no disco de seus outros colegas.

Gravou 42 discos até agora, recebeu 8 “Grammys” e viajou o mundo inteiro fazendo concertos beneficentes para as mais diversas causas.

De sua vida particular pouco se sabe. É tia da cantora Withney Houston, e tem dois filhos: um deles, nascido em 1969, é cantor e compositor; e o outro, nascido em 1973 é ator e produtor artístico.
O nome de Dionne Warwick estará para sempre ligado à dupla Hal David e Burt Bacharach pelo casamento perfeito de elegância, refinamento e inovação. Tanto na maneira de compor, quanto na maneira de interpretar.

domingo, 25 de novembro de 2007

[] Patsy, a Mãe de Todas

Em 1963, o mundo da música perdia num desastre aéreo aos 31 anos, aquela que é apontada como a principal cantora country até os dias de hoje.
Virginia Patterson Hensley, conhecida em todo o mundo como Patsy Cline voltava de uma turnê quando o avião de pequeno porte em que estava, bateu num montanha.

Desde pequena, improvisava shows e animava os vizinhos; e muito desinibida, vence um concurso de calouros com a música “Walking after Midnight”.

Em sua carreira, que praticamente só durou 6 anos, Patsy foi muitíssimo premiada. Respeitada pelos colegas e admirada por todos os que faziam e fazem música, Patty de certa maneira, inaugurou a “nova música country”, essa música mais elaborada, com arranjos mais melódicos e um tratamento especial para as guitarras e violões, dando um som mais nostálgico, e mais apaixonado.

Owen Bradley, famoso produtor musical de Nashville, foi o responsável por este novo som...
Ele produziu durante quase toda sua vida os discos de gente como
Brenda Lee, Loretta Lynn, Bárbara Mandrel e Dottie West.

Patsy foi eleita várias vezes pelos próprios colegas e pela crítica especializada, uma das 40 vocalistas mais importantes da indústria country de todos os tempos, e já foi homenageada e lembrada através de vários livros, documentários, peças teatrais e filmes.
Em 1985 Jessica Lange interpretou Patsy Cline no filme "Sweet Dreams", biogáfico e que tem o mesmo nome de um dos maiores sucessos da cantora.
O filme também tem Ed Harris como o complicado marido da estrela do country. Jessica Lange, que sempre foi fã de carteirinha e colecionadora de discos de Patsy disse em entrevistas que foi na opinião dela, um dos melhores papéis que já representou.
A crítica especializada também concorda...

Seu nome foi dado a algumas rodovias americanas, como a “Patsy Cline Memorial Highway”, “Route 522” e a “Patsy Cline Boulevard”.

Patsy era reconhecidamente uma amiga leal e excelente colega. Generosa, fazia shows para ajudar os colegas cantores em dificuldades ou aqueles cujas carreiras atravessavam um período de declínio.
Arranjava também acomodações, móveis e suprimentos para que jovens iniciantes conseguissem morar em Nashiville e assim, perseguir mas de perto o sonho de cantar...

É interessante pensar que, por uma destas ironias que fazem parte da vida de pessoas de destaque, as 2 músicas que Patsy Cline mais rejeitou e tinha implicância, acabaram tornando-se seus maiores sucessos...

“Walking after Midnight”, que ela considerava “apenas uma velha música pop”, lhe deu a vitória no concurso e o “single” estourou nas paradas e nas lojas de discos.

Outro grande equívoco de Patsy foi “Crazy”, que ela detestou de início e nem queria gravá-la, em 1961.
Achava a música difícil, a melodia chata de cantar e gravou diversas vezes até que desistiu, pois não gostava de nenhuma.
Mas seu produtor insistiu e ela acabou gravando de uma maneira diferente, que é a que conhecemos, e veio a ser a sua “assinatura”.
“Crazy” passou a ser “a música de Patsy Cine”...

Gravou apenas 3 LP’s e 25 “singles” bastante conhecidos e premiados, que rodam o mundo até hoje.
Influenciou gente como Lynn Anderson, Crystal Gayle e Shania Twain.

k.d.lang disse:
“Se não fosse Patsy, talvez não fosse possível mulheres como eu cantarem como eu canto”.

Loretta Lynn, outro nome de respeito no “country” disse que “Se não fosse ela, talvez eu não existisse como cantora. Nunca haverá uma outra Patsy Cline”.

Tornou-se sinônimo de vocalista do country romântico, das intermináveis histórias de amor e desamor,de todos os sofrimentos, das lágrimas e das alegrias, das voltas para casa... e virou um ícone deste tipo de música.

Há pouco tempo estava no cinema, e hoje está nas locadoras o filme “C.R.A.Z.Y.”, que conta a história de uma família cujo o chefe era tão fã de Patsy Cline, que colecionava todos os seus discos e colocou o nome de cada filho com uma
letra que forma a palavra CRAZY, “a música de Patsy Cline”...
(a foto que ilustra este post foi a mesma utilizada como capa de seu último LP, de 1962, "Sentimentally Yours").
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sábado, 24 de novembro de 2007

[] Burt Bacharach

Com uma formação musical bastante sólida, Burt Bacharach iniciou sua carreira nos anos 50, e nesta época era o pianista de Marlene Dietrich com quem excursionava mundo afora até meados da década seguinte.

Burt nasceu em maio de 1928.
Sua parceria mais conhecida e famosa foi com o letrista Hal David, que teve início em 1957. Trabalharam juntos por duas décadas e nomes que se tornariam definitivos, gravaram suas músicas.

Dionne Warwick, Aretha Franklin, B.J.Thomas, The Carpenters ajudaram a tornar famosa a dupla David-Bacharach no mundo inteiro.

Era uma concepção nova de estrutura musical, de arranjo, de “desenho” de melodia, compassos e outras sofisticações impressas pela dupla. A melodia de Bacharach é uma melodia elegante, uma melodia de "gente feliz", eu diria...

Até os Beatles gravaram Burt Bacharach: “Baby, it’s You” lembram? Pois é.

Nos anos 60 e 70 o mundo inteiro ficou conhecendo grandes sucessos da dupla; é desta época :

“Alfie”@ Walk on By @ I say a Little Prayer @ The Look of Love @ Always something there to remind me @ This guy’s in love @ Raindrops keep falling on my head @ Promises, Promises @
I’ll never fall in love again @ Wives and Lovers @
Don’t Make me Over @ April fools @ Close to You... e tantas mais.

Foi a época que Dionne Warwick “estourou” nos Estados Unidos e caiu inesperadamente no agrado do público da Inglaterra e da França.

Fizeram músicas para diversos filme e receberam todos os tipos de prêmios anos a fio...
No fiinal dos anos 70 a parceria David-Bacharach acabou, e Dione Warwick também caiu fora pois não queria continuar cantado com a dupla separada.
Cada um seguiu seu caminho e encontrou novos parceiros. Cantando e compondo.
Burt Bacharach foi casado com a atriz Angie Dickinson, aquela atriz do seriado na TV “Police Woman”, lembram? com quem teve uma filha que nasceu prematura em 1966.
Para ela compôs “Nikky”. Portadora da “Síndrome de Asperger”, teve uma infância bastante complicada cheia de cuidados intensivos e especiais, alternando picos de depressão profunda e dificuldades de socialização.
Até que em janeiro de 2007 cometeu o suicídio, aos 40 anos, com um saco plástico, e uma alta dose de medicamentos.

Até hoje as músicas de Hal David e Burt Bacharach são gravadas e regravadas.
Influenciaram de maneira decisiva a maneira de cantar e de compor de artistas das mais variadas gerações.

O que é bom fica e faz escola.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

[] Brenda Again...

Este é o mais recente cd de Brenda Lee, gravado em 2007.
“Gospel Duets with Treasured Friends” é um projeto bastante pessoal e afetivo.

Brenda convidou para este trabalho amigos e colegas que ela sempre admirou como profissional e como artista. Amigos com quem sempre quis cantar mas que por um motivo ou outro não era possível.

Incompatibilidade de agendas, ou cidades diferentes ou cláusulas contratuais dificultando os planos e o projeto, já antigo, foi adiado.

Até que agora, em 2007 deu certo. E como ela mesmo diz no encarte, este é o momento certo de gravar estas músicas, que lembram sua infância e que falam das mensagens atemporais do amor de Deus, que nunca envelhecem...

Seus colegas e amigos aqui reunidos, são cantores “country”, cantores “folk” e cantores de “gospel”.

@ This Old House c/ Dolly Parton
@ Have a Little Talk with Jesus c/ George Jones
@ In the Garden c/ Alison Krauss
@ I saw the light c/ Vince Gill
@ Jesus Love Me c/ Emmylou Harris
@ Precious Memories c/ Pam Tillis
@ Swing Low, Sweet Chariot c/ Kix Brooks
@ This Little Light of Mine c/ Charlie Daniels
@ Unclouded Day c/ Martina McBride
@ Where Could I go c/ Ronnie Dunn
@ Oh! Happy Day c/ Huey Lewis

É sempre um prazer ouvir Brenda Lee, tanto cantando baladas românticas, quanto músicas como as deste cd, uma boa mistura de “country” e “gospel”, como numa bela reunião de amigos...

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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

[] Jimmy Scott

Portador da "Síndrome de Kallmann", Jimmy Scott tornou-se uma pessoa especial, e mais tarde, um artista especial.

Como resultante desta condição genética, o organismo de Jimmy produzia uma baixa quantidade de testosterona, deixando-o quando criança com um timbre vocal de soprano, afetou o olfato, e seu crescimento não foi igual ao de todo mundo.

Tornou-se um adulto de baixa estatura e compleição franzina, mas isto não o impediu de ser o grande cantor que ainda é nos dias de hoje.

Nascido em 1925, teve uma infância cheia de problemas e privações, filho de pai beberrão e relapso, que passava a maior parte do tempo jogando e bebendo.

Sua mãe dava conta da família com dificuldades o que fez com que Jimmy começasse a ter que ganhar alguns trocados logo cedo para ajudá-la nas despesas de casa.

Seu talento para o canto apareceu na igreja, onde fazia parte do coro. O timbre especial de Jimmy, que era semelhante ao timbre feminino de uma cantora de voz grave, ao mesmo tempo que causava alguma estranheza, fascinava pela musicalidade e pela técnica de emissão de voz que ele logo desenvolveu; as frases musicais longas e com um "vibrato" todo próprio, o que mantém até hoje.

Cantou por um bom tempo com a orquestra de Lionel Hampton, lançou vários discos nas décadas de 40 e 50, mas sua carreira entrou em declínio nos anos 60.

Desiludido, mas resignado, voltou para Chicago e foi trabalhar com ascensorista em um hotel e como enfermeiro no hospital da cidade. Ficou lá esquecido pela maioria do pessoal do "showbizz".

Um ou outro colega insistia para que ele voltasse a cantar e gravar, mas ele recusava; tinha medo de um novo-grande fracasso... sua auto-estima estava bastante fragilizada e ele se sentia quase uma "anomalia".
Até que nos anos 90 depois de muita insistência, apresentou-se no encerramento da série de TV “Twin Peaks” de David Lynch.

Vários colegas ilustres foram fãs de Jimmy Scott, como Sarah Vaughan, Billie Holiday,
Dinah Washington e Ray Charles, que nunca pouparam elogios ao seu domínio de respiração, sua musicalidade e toda a dramaticidade que Jimmy sempre colocou naquilo que canta.

Em 1992 voltou a gravar e lança “All the Way”, um disco elegante, como todos os seus discos, de clássicos americanos.
“Dream” veio em seguida, em 1994, depois “Heaven”, em 1996; e em 1998 ele lança um projeto ousado: grava “Holding Back the Years”, um cd só com músicas “pop”, como é o caso da música título, sucesso mundial do “Simply Red”... o cd tem uma atmosfera nostálgica e jazzy, com bélíssimas canções, quase sussurradas por Jimmy, apoiado por músicos de primeira qualidade.

Em 2000, grava “Mood Indigo”, no ano seguinte,”Over the Rainbow” e mais um cd ao vivo chamado “Unchained Melody”.

Em 2002, “But Beautiful”; “Moonglow” vem logo depois, em 2003 e em 2004 lança um álbum ao vivo gravado em Tóquio.

Apesar de sua idade e da saúde delicada, Jimmy tem uma vida artística bastante ativa.
Participa de inúmeros festivais internacionais de jazz, excursiona com seus próprios shows e continua a gravar; tudo isso como se tivesse apenas 30 anos de idade...


Vive em New Jersey com a mulher, e já é considerado um cantor “cult”, até por seus colegas, e surpreendentemente, por um segmento de gente moça que gosta de jazz e de grandes e definitivas interpretações.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

[] Viva a Itália !

Sim, viva a Itália pelo céu, pelo sol e pelo mar, por um azul-tirreno tão Tirreno...
Viva a Itália por Caruso, por Visconti, por Antonioni.
E claro, viva a Itália por Monica Vitti, por Rosalba Grottesi e as fotonovelas que estrelava.
Viva a Itália por Fellini, por La Massina e pelas "Noites de Cabiria", viva... Viva "La Fontana de Trevi" com Anita Ekberg linda e loira. Viva as trilhas de Ennio Morriconi e Nino Rotta. Viva "C'era Una Volta L'west" e as cores da Toscana.

Pela pizza em pedaços sendo devorada caminhando na avenida e nem aí pro mundo, viva!
Viva a Itália por Sophia Loren, por seu Carlo Ponti, por Rossellini e seu neo-realismo... viva sim, como não?

Che m’importa del mondo? Viva a Itália por Rita Pavone, pelo "Candelabro Italiano", pela "Lambretta" que o Troy Donahue usou no filme, pela cidade cheia de “scooters” pilotadas por gente elegante e desinibida. Onde anda Gigliola Cinquetti? Dio, come ti amo...

Viva a Itália por Da Vinci , sua Firenzi e pelo teto da "Sistina". E obviamente, viva a Itália por Nilla Pizzi, por “La Colomba”, "Grazie dei Fiori", sua "L'ultima Beguine" e todos os Festivais de San Remo que venceu. Viva a Itália por Domenico Modugno e seu “Volare”, nel blu dipinto di blu , cada vez mais blu... ogni giorno di più...

Sim, sim, sim, e viva a Itália por Mina, la grande Mina Mazzini e seu “E se domani”, seu “Studio Uno”, seu “Sabato Sera” tendo Patty Pravo como convidada e Ornella Vanoni sempre elegante cantando “Tutta la gente del mondo”.

E viva a Itália também por Iva, a grande Zanicchi e sua gargalhada tão sonora quando a de Raffaella, La Carrà e seu “Caramba che fortuna !”... "Com' é Bello far L'amore dal Trieste in giù" , "0303-456"...
E não poderia deixar de dizer um Viva pela melancolia de Endrigo, de Fidenco, pela vitalidade de Morandi e um viva especial pela beleza de Catherine Spaak, pelo talento dramático de Anna Magnani, pelo ar aristocrático de Silvana Mangano e pela eterna e sempre bela Lollobrigida. Viva sim, Itália !

Viva, e sempre viva a Itália por aquele céu vermelho, laranja, azul e violeta de mil tons àquela hora na "Piazza di Spagna" aqueles milhões de celulares e mais “scooters”, muitos mais...

Viva também pela “Casa Mia” de Milão, pela atendente simpática que tentou falar português numa sorveteria em Maiori e pelo melhor sorvete de banana que já tomei.

Pela visão deslumbrante de Positano, quase um desaforo, viva. Viva sempre!
Viva a Itália pelas folhas no chão na Villa Borghese, pela “fermata” no metrô de “Colli Albani” em Tuscolano.
Viva a Itália, claro, por Elsa Martinelli, eternamente de camiseta molhada do mar, por Claudia Cardinale, Gianni Versace e a clássica Fiat “cinquecento”, tão básica, tão clássica e necessária quanto a nossa “BIC”... e os perfumes do Armani? Viva !

Viva sim, mas um viva com veemência por aquela velha dormindo no banco na praça em Sorrento, com aquele golfo escancarado, desaforadamente, e a velha dormindo despudorada, com a cabeça pendendo para trás. Sem dúvida nenhuma, Viva Itália por Lucio Dalla e seu "Caruso"...te voglio bene assaje. E Pavarotti, Claudio Villa e sua "casa in cima al mondo" ? Viva, ora!

Viva a Itália pelo vinho, pela macarronada, seja lá qual for, pelos molhos, sejam lá quais forem, pelas mamas, pelas nonas, pela mulher do cafezinho no parque público de Milão. E também por aquela manhã luminosa e ensolarada às margens do Tibre...

Pelos executivos de ternos impecáveis, com mochila nas costas e bicicleta, viva também. Viva a Itália até por uma ida à Capri que não aconteceu, por culpa de um tremendo mal estar físico...não faz mal, Viva mesmo assim !!! Um Viva especial pelo lago em Bolsena, tranqüilo, e aquele caminho sossegado e arborizado até o restaurante. Viva!

E finalmente viva a Itália por todas as outras coisas que eu não citei e principalmente – para mim – viva a Itália por ter contribuído a vida inteira de maneira decisiva, definitiva e sem volta, pelo meu amor por música, e por todas as pessoas envolvidas neste processo maravilhoso de criação que toca não só os ouvidos, mas o coração também.
Então, viva a Itália, claro. Para sempre.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

[] Dee Dee Bridgewater

Nascida em 1950, Denise Eileen Garrett desde muito pequena vivia cercada por música.
E não poderia ser diferente já que era filha de um trompetista de jazz e professor de música...

Cresceu em meio de partituras, ensaios e arranjos musicais e cedo mostrou uma total e promissora aptidão para a música e para o teatro.

Após encerrar os estudos de praxe, tem seu próprio trio vocal e se apresenta por cidades americanas até que em 1970 conhece e acaba se casando com o trompetista Cecil Bridgewater.

A partir daí entra definitivamente e mais profundamente no mundo do jazz.
Excursiona e apresenta-se em festivais com gente da qualidade de Sonny Rollins, Dizzy Gillespie, Dexter Gordon e Max Roach.

Grava seu primeiro disco solo em 1974 e como também tem seu lado de atriz, começa a se dedicar ao teatro musical cada vez mais e “The Wizz”, na Broadway, vence o Grammy de melhor álbum de show musical.

Continua com as duas atividades paralelas até que em 1984 excursiona pela França com o musical “Sophisticated Ladies” e naturalmente se apaixona pelo que vê e em 1986 muda-se para Paris...

Continua se dedicando aos musicais até que em 1990 volta ao mundo do jazz e dos discos. Continua gravando a recebendo prêmios. Sua coleção tem 7 Gammys.

Em 2005 lança um disco maravilhoso sobre todos os aspectos: conceito , título, forma e conteúdo; além dos arranjos e das instrumentações refinadas e elegantes como pede um disco como este, exclusivamente de “clássicos” franceses.
O disco se chama J’AI DEUX AMOURS, e vejam só o que ela canta:

@ j’ai deux amours @ la mer @ ne me quitte pas @ mon homme @ et maintenant @ que reste-t-il de nous amours @ dansez sur moi @ la belle vie @ avec les temps @ la vie en rose @ le feuilles mortes.

Aquí e alí aparece um acordeon e um violino costurando os arranjos nesta atmosfera parisiense, nesta homenagem à cidade e à cultura de um país que ela tanto ama

Homenagem sem a menor dúvida pra lá de merecida.

[] June Christy

Nascida Shirley Luster em 1925, iniciou sua vida musical como “crooner” da orquestra de Stan Kenton em 1945 substituindo Anita O’Day.

Em 1952 dá início a uma muito bem sucedida carreira solo gravando pela “Capitol” também...é bom que se diga que nos anos 50, os maiores artistas vocais e instrumentais eram contratados pela “Capitol”, que possuía uma estrutura de grande empresa tanto na gravação dos discos, como na divulgação e promoção de seus contratados. Todo mundo queria ser da “Capitol”...

Desta época a “Capitol” lançou uma compilação de gravações de June, que vai de 1951 a 1962.
É uma série grande que esta gravadora produziu dos maiores hits de seus artistas. É uma coisa mais ou menos “the best of”, mas o melhor, é que é o “the best” mesmo !!

O nome é “Great Ladies of Song = Spotlight on...June Christy".

@ how high the moon
@ I remember you
@ give me the simple life
@ midnight sun
@ they can’t take that away from me
@ bewitched
@ until the real thing comes along
@ imagination
@ he’s funny that way
@ the song is you
@ I’ll take romance
@ when the sun comes out
@ don’t get around much anymore
@ how long has this been going on ?
@ as long as I live
@ when you wish upon a star
@ for all we know
@ good-bye

June sempre dizia, modestamente, que não era exatamente uma cantora de jazz, tampouco se considerava uma cantora popular...
Para ela, cantora de jazz era Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald.
June se achava apenas um cantora que encontrou sua maneira de cantar, e dizer de uma maneira clara e sincera o que os compositores tinham em mente quando criavam suas músicas.

E a maneira pessoal de June cantar , juntamente com sua dicção clara e correta, deixaram encantados seus fãs durante algumas décadas, praticamente até sua morte em 1990.

[] Julie London

Outra atriz e cantora que marcou época no cinema, disco e tv, foi sem dúvida Julie London.

Nascida Gayle Peck em 1926, foi descoberta pela mulher do ator Alan Ladd, quando trabalhava como ascensorista.
Seu primeiro filme foi em 1944, e no começo de sua carreira ela não cantava nos filmes...os discos vieram logo depois.

Fez quase 30 filmes, estrelou 2 seriados que entraram para a lista de clássicos da tv, como “Big Valley” de 1967 e “Emergência” que durou de 1972 a 1979, onde representava a enfermeira Dixie McCall.

Como cantora gravou 32 LP’s, e apresentava-se em locais elegantes e nos melhores night-clubs.
Dona de um estilo peculiar, de voz suave e rouca, que o americano chama de “smoky voice”, sempre dava a impressão de quem estava contando um segredo quando cantava... como quem troca confidências com você e só com você.

Além do fato de ser uma mulher belíssima e elegante, Julie criou um estilo próprio. Sexy sim, mas longe de ser vulgar; sensual, e intimista.

Foi quem lançou “Cry me a River” em 1955, composta para ela por seu amigo e colega de aula Arthur Hamilton.
Aqui no Brasil esta música talvez seja mais conhecida através da clássica interpretação de Dinah Washington; mas no resto do mundo, “Cry me a River”é “a música da Julie London”...

Em 1995 Julie sofreu um derrame cerebral e sua saúde foi piorando gradativamente até morrer em 2000.

No cd “Julie is Her name” vol.1 e vol.2, ela canta acompanhada somente por uma guitarra e um baixo, criando um clima pra lá de intimista, elegante e confidencial.
Você tem a impressão de que ela está na sala de sua casa, ensaiando as músicas para uma apresentação logo mais à noite...

cry me a river @ I should care @ I’m in the mood for love @
I’m glad there’s you @ can’t help lovin’ that man @ I love you @ say it isn’t so @ it never entered my mind @ easy street @ ’s wonderful @ no moon at all @ laura @ gone with the wind @ blue moon @ what is this thing called love @ how long has this been going on @ too good to be true @ spring is here @ goody goody @ the one I love @ if I’m lucky@ hot toddy@ little white lies @ I guess I’ll have to change my plan @ I got lost in his arms.

São 25 músicas que mostram o personalíssimo estilo de Julie London; estilo que até hoje continua inspirando muitos jovens artistas em qualquer parte do mundo.



segunda-feira, 19 de novembro de 2007

[] Sinatra, The Voice

Falar o quê sobre Frank Sinatra ? Durante mais de 5 décadas de carreira, o mundo inteiro ficou sabendo quase tudo sobre ele.

De bom e de mal. Seus sucessos no cinema em mais de 50 filmes, alguns que passaram para a história como clássicos de uma época, como é o caso de “A um Passo da Eternidade”, que lhe deu um Oscar em 1953, “O Homem do Braço de Ouro”, com Kim Novak e “High Society”, ambos de 1956 e que neste último contracenou com Bing Crosby e a futura princesa de Mônaco, Grace Kelly.

O mundo também conheceu suas músicas e soube dos mais de 20 “Grammys” que recebeu por seu trabalho no mundo do disco.

Apenas para situar, é bom lembrar que Sinatra nasceu em 1915, morreu em 1998 e passou os 3 últimos anos de sua vida com a saúde cada vez mais debilitada.
Conquistador, namorou as mulheres mais bonitas e desejadas do cinema. Tanto grandes estrelas, como grandes atrizes. Rita Hayworth, Kim Novak, Juliet Prowse, teve um casamento pra lá de conturbado com Ava Garner, com muita briga, e muito uísque.
Chocou um pouco os mais conservadores ao se casar com Mia Farrow, com idade para ser sua filha.
Nancy Sinatra, Frank Sinatra jr. E Tina Sinatra são filhos de seu casamento com Nancy Barbato.

Existe um álbum triplo em edição nacional muito bom, e que abrange suas melhores interpretações de 1953 a 1961, período este que a maioria dos críticos e especialistas em Sinatra considera como o melhor, o “mais Sinatra”, o mais clássico..

São gravações de sua fase na gravadora “Capitol”, que sempre teve um cuidado especial com seus contratados.
Neste box todas as músicas foram remasterizadas, e acompanha um encarte com informações técnicas, fotografias e datas das gravações.
O nome do box é “Frank Sinatra The Platinum Collection”.
É uma ótima seleção do Sinatra clássico, do Sinatra de “All the way”, “Fools Rush in”, “Witchcraft” e “Night and Day”.

É a cara de Sinatra e é a cara dos anos 50...

@ quer ler algo sobre Frank Sinatra Jr.? clique aqui


[] Doris, a Virgem Oficial

Doris Mary Anne von Kappenholf, para o mundo simplesmente Doris Day, nasceu em 1924 e tornou-se, talvez sem saber, e sem querer, a “virgem oficial” do cinema e do disco.

Nunca o cinema fabricou uma ingênua tão convincente quanto Doris. Ingênua sim, mas não abobada, daquelas que querem que o público pense que elas ainda acreditam que os bebês são trazidos pela cegonha.

As personagens de Doris no cinema sempre foram de moças decididas, alegres, secretárias competentes, que sabiam se defender de cantadas e armadilhas de chefes com poucos escrúpulos.
Cantora desde cedo, começou também como “crooner”, fez sucesso na banda de Les Brown, e em 1947 começou sua carreira solo.

Nas décadas de 50 e 60 Doris Day gravou vários discos, com o melhor da época e tornou sucesso também várias músicas desconhecidas que ganharam o mundo na sua voz.

No Brasil existe um disco bem interessante , com músicas clássicas de qualquer artista americano daquele tempo:
§ I could write a book
§ September the rain
§ Sentimental Journey
§ Don’t worry about me
§ Stardust
§ Blue skies
§ I got it bad, and that ain’t good
§ Just you, just me
§ Embraceable you
§ I’m in the mood for love
§ My blue heaven
§ Be anything
§ S’Wonderful
§ Because you’re mine
§ A hundred years from today
§ You brought a new kind of love to me

O curioso é que mesmo sabendo que esta senhora casou, teve filho e tem hoje 83 anos, nós não conseguimos tirar da memória a eterna virgem das telas e dos discos.
Ficou cristalizada em nossa mente a loirinha de sorriso bonito, como se fosse uma prima travessa, que eventualmente roubasse frutas do pomar do vizinho...

Talvez por ter sempre levado uma vida tão reservada e discreta, não se tem notícia de casos amorosos, separações, relações adúlteras, brigas conjugais e aquele kit comportamental tão comum no showbizz em qualquer parte do mundo.

Desde os anos 70 que ela vive em Carmel, dedicando-se a uma fundação sem fins lucrativos de defesa e proteção dos animais, “Doris Day Animal Foundation”.

Mas para nós, que fomos muito a matinês para vê-la naquelas comédias ao lado de Rock Hudson, seu grande amigo fora das telas, Doris continuará sendo aquela garota esperta, engraçada, otimista e o máximo do atrevimento a que se permitia, era um beijo no “THE END”.

domingo, 18 de novembro de 2007

[] Ah, As Orquestras ...

Até pouco tempo atrás, era comum em toda casa você encontrar discos de orquestras. Sim, discos instrumentais, bem mais que hoje em dia; até parece que esta forma de som foi banida das prateleiras tanto das lojas, como das casas...

Quem tiver mais de 30 anos, com certeza já viu entre os discos dos pais, ou na casa daquela tia velha, professora de Moral e Cívica, algum disco de orquestra.

Quem lembra do Billy Vaughan, ou do Percy Faith, com o seu disco clássico “Temas para Jovens Enamorados” ?
Franck Pourcel então, tinha uma série quase interminável.
Lawrence Welk era outro que gravava muito, tocava muito em rádio e as pessoas tinham em casa...

E o Henry Mancini, que além de maestro, foi sempre um excelente compositor de trilhas sonoras, ganhava “Oscar” e tantos "Grammys" com suas trilhas...

Apenas para relembrar, vale citar “Moon River”, do filme “Bonequinha de Luxo” (Breakfast at Tiffany’s), “Charada”, do filme de mesmo nome, e tantas outras, que até hoje assobiamos no chuveiro... E não posso deixar de lado a trilha sonora de "Pantera Cor de Rosa", o "Tema de Peter Gunn" e a música "Days of Wine and Roses", que é o tema do filme "Vício Maldito".

Lembram quando Herb Alpert e sua Tijuana Brass apareceram com um som latino mais sofisticado, com seus músicos brozeados com um eterno ar de quem estava em férias no Caribe?

Mas um dos grandes clássicos da época instrumental, sem dúvida foi Ray Conniff...
Toda reunião dançante e toda festa de salão tinha que tocar Ray Conniff, caso contrário a festa não seria completa. Mesmo quem era jovem na época, tinha disco de orquestra. Não era só pra gente velha não.
Convivia muito bem, ao lado dos Beatles, Renato e seus Blue Caps, The Monkees,The Platters , Domenico Modugno, Frank Sinatra; uma relação bem ecumênica...
Burt Bacharach revolucionou novamente o conceito de orquestra. Pianista elegante, arranjador competente, lotava shows e vendia discos um atrás do outro.
Burt é responsável por clássicos como “Alfie”, “Walk on By”, “The Look of Love”, “Do you Know the Way to San Jose ?”, “I’ll Never Fall in Love Again” e mais uma infinidade de hits…
Cito apenas alguns, para refrescar a memória.

Tempo bom, esse...é uma pena que de maneira geral as orquestras ficaram relegadas a um plano secundário, como música de elevador, espera telefônica, consultório médico e odontológico, enfim, música que se ouve sem nenhum compromisso.

Aquelas que entram por um ouvido e saem pelo outro.

[] Manilow Sings Sinatra

Para quem gosta de Frank Sinatra e Barry Manilow, este cd está sob medida...aqui, Barry interpreta algumas dos mais conhecidos “standards” que Sinatra cantou vida afora.

Não é uma tarefa muito fácil escolher músicas para apenas 01 cd, mas o critério que Barry usou na escolha foi o da memória afetiva. Ou seja, algumas das canções mais significativas da sua juventude e dos discos que seus pais = fãs de carteirinha de Sinatra = ouviam em casa...
É como ele mesmo escreve no encarte do cd comentando o fato de Sinatra não ter se deixado levar nunca por modismos,e ter convivido com todos os movimentos:

“...enquanto The Platers,The Coasters e Frankie Avalon estavam se tornando populares, Sinatra estava lá, firme e forte cantando “Come Fly with me”... Os Beatles, os Stones, Janis Joplin e Jefferson Airplaine estavam por cima de tudo, mas eu ainda me lembro de sua voz cantando de maneira confidencial “Strangers in the Night...” Houve apenas um Frank Sinatra e não haverá nenhum outro...”
o cd contém:

§ One man in a spotlight (homenagem)
§ I’ve got the world on a string
§ The second time around
§ Come dance with me/come fly with me
§ All the way
§ You make me feel so young
§ Strangers in the night
§ In the wee small hours of the morning
§ Summer wind
§ Saturday night is the loneliest night in the week
§ Angel eyes
§ My kind of town
§ Put your dreams away
§ Here’s to the man (homenagem)

Como eu falei antes, este cd é a cara do Sinatra e de Barry Manilow = muitíssimo bem arranjado, com as orquestrações mantendo a atmosfera dos originais e dentro, um belo encarte com fotos, notas e ficha técnica completa.
A edição é nacional, o selo é BMG e o ano de gravação é 1998.
(( mas não caducou...))

sábado, 17 de novembro de 2007

[] Rita Pavone

Nos anos 60 um dos fenômenos musicais veio diretamente da Itália, mais precisamente da cidade de Turim. Ela chegou ao Brasil juntamente com os Beatles, dando assim uma nova injeção de juventude à nossa discoteca. O ano era 1962...

Rita, desde sempre foi literalmente um fenômeno em tudo. Pelo aspecto físico, pelo talento, pelas músicas que cantava e pelo seu timbre de voz...

À exceção de Brenda Lee, que já cantava na época, fazia um tempão que o mundo não via uma cantora adolescente dominar as paradas de sucesso, lotar todos os shows e vender discos pelo mundo inteiro, literalmente milhões e milhões de discos.
Seus dois primeiros grandes sucessos foram “La partita di palone” e “Come te non c’é nessuno”. Ainda no primeiro disco tinha "Cuore", "Il Ballo del Matone", "Sul Cucuzzolo".

Filha de uma família de operários = seu pai era funcionário da FIAT em Turim = Rita era estudante e trabalhava como balconista quando venceu um grande festival de gente nova italiana. Era original em tudo e assinou imediatamente um contrato com a RCA italiana. Criou uma empatia tão grande com todo o tipo de público, que surpreendeu até mesmo os mais experientes executivos de gravadoras.

Viajou o mundo inteiro, veio algumas vezes ao Brasil, ia para a Argentina com uma freqüência que só os grandes artistas mundiais faziam. Foi para os Estados Unidos e gravou na RCA americana um LP totalmente em inglês : “Rita Pavone = The best International Teenager Sensation”.

Sempre cantou num inglês impecável, pois mesmo antes de ser cantora, era fã dos ídolos jovens americanos como Paul Anka, Neil Sedaka e obviamente Elvis Presley.

No seu segundo LP, “Non è facile avere 18 anni” veio uma música que correu o mundo inteiro mesmo, e até hoje é lembrada como a “cara” dela:
“Datemi um martelo”, que era uma versão de “If I Had a Hammer”,e já era conhecida através da gravação do trio de música folk “Peter, Paul,& Mary” e de uma versão mais animadinha de Trini Lopez. Alguém lembra?
Vieram tantos outros como "Che M'importa del Mondo", "Quando Sogno", "Qui Ritornerá", "L'Amore Mio"... , "Fortissimo", do filme "Rita, o Mosquito"

Teve seu programa em horário nobre na tv italiana, casou com seu empresário Teddy Reno, (cantor italiano dos anos 40 e 50) em 1969 e em seguida teve 2 filhos, um deles também músico.

Com o passar do tempo, diminuiu o ritmo de suas atividades como cantora e “show-woman” e dedicou-se mais a descobrir e “trabalhar” novos talentos, mas sempre se apresentando em ocasiões especiais, sempre presente às manifestações musicais por toda a Itália.

E hoje, esta “senhora” de 62 anos (nasceu em 45) vive tranqüilamente ao lado do marido e dos filhos. Mas lembraremos para sempre da época em que ela nos enchia de alegria e vitalidade junto com Sergio Endrigo, Nico Fidenco, Edoardo Vianello e Gianni Morandi = símbolos da juventude italiana dos anos 60, “gli anni moderni”...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

[] Peggy Lee

Outro nome que entrou definitivamente para a história do showbizz americano foi o de Norma Deloris Ergstrom, nascida em Dakota do Norte em maio de 1920.

Peggy Lee foi e será uma daquelas personagens que se tornaram sinônimo de palco, competência, de magia e encantamento. Como uma lenda... atributos que nem sempre acompanham o talento dos artistas.

A exemplo de Doris Day,
Rosemary Clooney e Sinatra e tantos outros vocalistas, Peggy Lee se utilizou das big bands como crooner fazendo assim um treinamento para sua carreira solo posteriormente.

Com apenas 14 anos, cantava profissionalmente com a orquestra de Doc Haines e se apresentava nos costumeiros programas de rádio, prática essa seguida por todas as bandas e vocalistas. Era quase um caminho natural...
Nesta época ainda era apenas Norma Deloris.

Em 1937, um diretor importante de uma emissora de rádio ouviu Norma cantando “These foolish things” e ficou encantado com seu talento. Contratou-a e mudou seu nome para Peggy Lee...

Trabalhou com pequenos e grandes grupos e foi parar na orquestra de Benny Goodman para uma audição, pois a vocalista da orquestra, Helen Forrest estava de saída para a orquestra de Artie Shaw. Este entra e sai de vocalistas e “crooners” também era uma coisa natural, decorrência até da própria atividade artística.

Em 1943 casou-se com um guitarrista da banda, saíram da orquestra, e ele dedicou-se a acompanhar Peggy nas gravações.
O alcoolismo dele fez o casamento ir para o espaço em 1951...
Ela continuou gravando muito, se apresentando em público sem parar e em 1958 gravou uma música que até hoje, 2007, é sucesso: “FEVER”.
Possivelmente os mais novos pensem que foi a Madonna quem lançou esta música... Madonna tem tinha nascido e Peggy Lee já vendia milhões de “singles” de “FEVER” no mundo inteiro.

Muita gente já regravou a música. Recentemente o canadense Michael Bublé deu um novo visual à melodia e uma interpretação superjazz. E Mina Mazini
, no seu "BULA BULA" de 2005 nos dá uma "Fever" com a atmosfera de 1958, e a tecnologia de hoje...
Existe até um comercial na televisão numa versão bem interessante em português, que obviamente ficou com o nome de “Febre”.

Da mesma maneira que “New York, New York” está associada a Frank Sinatra, “Fever” está ligada a Peggy Lee, uma das mais importantes vocalistas americanas, que morreu em janeiro de 2002, aos 82 anos, mas deixando seu nome e seus discos no mundo da música para sempre.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

[] Núbia Lafayette

É curioso como alguns artistas passam praticamente desconhecidos ou, no mínimo, à margem do grande público.

Núbia Lafayette é um bom exemplo disto.Com praticamente 50 anos de carreira, garanto que muita gente, mas muita gente mesmo, não saberia dizer quem terá sido esta senhora.

Se uma jornalista capixaba, vedete do Carlos Machado, ou seria uma mulher da alta sociedade brasileira, casada com o herdeiro da cadeia de Hotéis Lafayette?

Nada disto. A resposta é simples e quase prosaica: Núbia Lafayette foi uma cantora brasileira, que morreu este ano, 2007.

De vendedora das Casas Pernambucanas, participou de inúmeros programas de calouros nos bons tempos do rádio, tornou-se “crooner” da boate “Cave”, no Rio de Janeiro, gravou seu primeiro disco em 1960 na RCA Victor, apresentada por Nelson Gonçalves, na época um dos maiores nomes da música nacional e uma estrela da RCA.

Seu primeiro disco foi o clássico de Adelino Moreira, “Devolvi”, e depois, ela viria a gravar inúmeros discos totalmente com músicas de Adelino, pois tornou-se a melhor intérprete feminina deste compositor.
Como era de se esperar, era fã de Dalva de Oliveira, assim como quase todas as cantoras da época, pelo tipo de música, pela passionalidade e pelo romantismo.

Afinal, estávamos em tempos de bolero e de samba-canção. Juntamente com o chamado samba-exaltação, estes dois gêneros eram o que se cantava no Brasil.

Núbia, por sua vez, influenciou várias cantoras populares e mais contemporâneas. Alcione, por exemplo sempre diz em entrevistas que fala de sua carreira, que tudo o que ela queria ser, era ser Núbia Lafayette!
Fafá de Belém também, sempre se refere a ela com carinho e admiração...e tantas outras, que não dizem claramente, mas deixam uma fresta por onde se pode ver com clareza de onde vem as influências.

Independente do fato de gostarmos ou não do gênero musical, uma coisa temos que admitir:
Poucos artistas são valorizados à sua época. Nem artista nem movimento musical. E todo e qualquer segmento da cultura é assim. O jazz, que hoje é considerado elegante e chique sei-lá-porquê, quando começou, era uma coisa de marginal, coisa de submundo...

A bossa nova também viu muito nariz torcido, O rock, o tango....e a Jovem Guarda então? Hoje tudo isso é “cult”. É só o tempo passar, e Altemar Dutra será “cult”, assim como Roberto Carlos, Odair José, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo e claro, Núbia Lafayette, que morreu ao 70 anos por complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral, em Niterói, no Rio de Janeiro onde vivia.

[] Gente de Fôlego

Sempre fiquei impressionado com músicos que tocam instrumentos de sopro.
Sempre achei uma atividade extenuante e ficava imaginando como seria tocar a noite inteira um sax, um trompete, tuba, trombone ou pistom...

Dentre estes músicos, particularmente gosto do Bem Webster, e mais ainda, de suas baladas no sax.
Acho que ele é imbatível nas baladas românticas, nos temas nostálgicos e mesmo executanto os eternos “standards” americanos, da mesma maneira que gosto do Stan Getz e seu sax tocando a nossa bossa nova.

São músicos – a meu ver – extremamente refinados, elegantes mas sem excessos, as melodias tocadas por eles não têm “sobras”, nada é supérfluo.
Não sou músico, é bom ficar claro. Estou falando apenas de gosto pessoal e do que meu ouvido informa o cérebro e este por sua vez, manda o resultado para o coração, já que poeticamente escolhemos o coração como fiel depositário das emoções. Então, que assim seja.

É o tipo de som ideal para se ouvir no trânsito, baixinho, ou quando se chega exausto em casa, coloca-se um som pra rolar e toma-se um banho relaxante com a porta do banheiro aberta.
É quase um momento supremo... a gente sai do banho outra pessoa, achando até que “it’s a wonderful world”...se bobear, quer tirar um novo RG.

E cozinhar com música, tem coisa melhor? refogar uma cebola e um dente de alho numa frigideira ao som “Misty” ou “ In a sentimental mood”? Se estiver garoando lá fora, melhor ainda.

Não adianta. A música tem uma importância definitiva na vida das pessoas, é uma companhia fiel, sempre disponível, sempre às ordens e não nos pede nada.

Apenas um ouvido atento e o coração aberto.


(ps// adriana, obrigado pelos comentários simpáticos//um abraço)



[] Jukebox

Sempre fui fascinado pela beleza destas máquinas de tocar músicas...são coisas únicas, das formas mais variadas, cores absurdas, elementos decorativos, vidros, botões...

Houve uma época que aqui no Brasil, pelo menos em alguns estados, alguns bares ou casas noturnas tinham alguma jukebox. Tanto como enfeite, como caça-níqueis.

E como nos filmes americanos que a gente vê até hoje, era só colocar as moedas correspondentes, marcar a combinação de letra e número no painel, e esperar que a música escolhida começasse a tocar. Era quase como um caixa eletrônico musical...

Isso me lembra aquelas lanchonetes meio “country", ao lado de postos de gasolina, onde alguém estaciona uma camioneta “Fargo”, desce meio empoeirado, pede uma cerveja no balcão, põe uma moeda na “Jukebox” e espera que a Patsy Cline camece a se lamentar cantando “Crazy”.

Ou ainda, jovens meio rebeldes, mas completamente inofensivos, com um copo gigante de “7-UP”, canudos coloridos e jaquetas de couro surradas. E de fundo, claro, um rock-balada saído quentinho da “Jukebox”, enquanto combinam animados, na mesa com aqueles bancos altos, a festa logo mais à noite, na casa da Mary Lou, ou da Lorelei, ou ainda , se os pais dela deixarem, na casa da Cindy-Mae...

Clichê? Pode ser,claro, mas que mal tem? Afinal se pensarmos bem, a vida não é repleta de pequenos e grandes clichês?

É uma coisa assim meio “American Graffiti”...é uma remembrância, que gosto de vez ou outra pescar no meu HD...

[] Anthony Dominick Benedetto

Este “The essential TONY BENNETT”, é outra boa pedida para quem quer um bom apanhado da carreira dele, ou quer reaver antigas gravações de clássicos dos anos 50, como BECAUSE OF YOU, ou ainda BLUE VELVET, STRANGER IN PARADISE e TENDER IS THE NIGHT.

Aqui neste cd duplo, edição nacional, podemos encontrar um Tony Bennett também “jazzman”, tanto acompanhado por big bands como por pequeno grupo piano/baixo/bateria.

Os 2 cd’s estão repletos de seus grandes hits , como “I left my heart in San Francisco,” “The good life”, “Fly me to the moon”, “Smile” e “Night and day”.
Tem uma versão muito interessante, que ele divide com sua convidada k.d.lang.

Frank Sinatra sempre disse que em sua opinião, Tony Bennett era o melhor cantor americano... Nada mal, né, ouvir isso de um Frank Sinatra e de uma imprensa especializada que o considera um dos mais competentes intépretes do “showbizz”
americano, além de ser um senhor boa praça, extremamente simpático, excelente colega, além de um pintor e desenhista de mão cheia, tendo ilustrado várias capas para discos de seus colegas.

“The essential TONY BENNETT” foi lançado aqui pela “Columbia”, e como se dizia antigamente, pode ser encontrado “nas melhores casas do ramo”...


É só ouvir e gostar.

[] Maysa

Uma bela manhã eu acordo com uma voz de mulher cantando acompanhada por uma orquestra cheia de violinos.

Passo pela sala e vejo um LP no sofá, que era verde e na capa do disco, esta foto que ilustra o post.

Minha mãe tinha o hábito de fazer as coisas de casa ouvindo música. Rádio ou disco, tanto fazia, o importante era que tivesse alguém cantando pela casa.

Nunca tinha ouvido aquela voz nem o nome “Maysa”...
Me chamou a atenção a foto, o jeito da capa e perguntei para minha mãe quem era.
A resposta foi assim, displicente:


“- é uma mulher rica de São Paulo, que se separou do marido e virou cantora...”

Tomei meu café bem devagar, a manhã estava bonita, clara, um sol iluminando o jardim e pela janela da sala entrava o perfume de flor de laranjeira plantada na lateral da casa, bem na altura da janela onde ficava o toca-discos.

Claro que eu não entendia praticamente nada do que ela realmente estava dizendo, das metáforas e das dores, muito menos as desventuras de um adeus.

Eu era um adolescente e demorei um certo tempo para descobrir que o “mundo” a que ela se referia em “Meu mundo caiu”, não era um globo terrestre escolar que havia caído de algum armário. Quanta ingenuidade...

Mesmo assim, gostava do que ouvia, gostava da orquestra, dos instrumentos e das estórias que ela contava em cada música.

Posso até dizer sem medo de errar, que foi a primeira vez que ouvi uma composição de Tom Jobim, “Por causa de você”. Possivelmente também, a primeira vez que ouvia algo de Vinícius de Moraes: “Bom dia Tristeza”, esta em parceria com Adoniran Barbosa.

O disco tinha Meu mundo caiu = No meio da noite = Bronzes e cristais = Por causa de você = Bom dia tristeza = Felicidade infeliz = Diplomacia = Meu sonho infeliz = Caminhos cruzados = E a chuva parou = Mundo novo = Bouquet de Izabel....

O título do LP era uma maravilha, bem coisa da época: “Convite Para Ouvir Maysa n.2”... Este disco foi muito ouvido lá em casa por anos seguidos. Logo logo vieram outros LP’s dela pois a série de “convites” ia até o n.4.

Depois ouvi Maysa cantando bolero, cantando em inglês, e até em turco! (“ne me quitte pas” viria algum tempo depois). A orquestra era a do maestro italiano radicado no Brasil, Enrico Simonetti e a gravadora era a RGE.

Para mim este disco – especialmente este – é um marco pois faz parte da minha história. Maysa já não existe, nem o maestro Simonetti, nem a gravadora RGE, nem a minha mãe e nem aquela laranjeira em flor.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

[] E Nós Também ...

A gravadora Verve Records convidou vários artistas e gravou uma belíssima homenagem a Ella Fitzgerald.

“We All Love Ella” foi lançado aqui no Brasil em 2007 e vale a pena relacionar as músicas e os artistas que fizeram parte do projeto:

a tisket, a tasket / natalie cole = lullaby of birdland / chaka khan = the lady is a tramp / queen latifah = dream a little dream of me / diana krall & hank jones =
mr.paganini / natalie cole & chaka khan = oh,lady be good / dianne reeves = reaching for the moon / liza wright = blues in the night / ledisl = miss ottis regrets = linda ronstadt = someone to watch over me / gladys knight = do nothin’ till you hear from me / etta james = angel eyes / k.d.lang = too close for confort / michael bublé = you are the sunshine of my life / ella fitzgerald & stevie wonder = cotton tail / dee dee bridgewater = airmail special / nikki yanofsky

É realmente um excelente trabalho, com o “padrão Verve de qualidade” e mais uma das inúmeras produções muito bem sucedidas
de Phil Ramone.


[como disse, existe a edição nacional. melhor ainda!]

[] Chavela, Velha de Guerra...

É claro que o título deste post, é uma maneira carinhosa e cheia de admiração por Isabel Vargas Lizano, conhecida no mundo simplesmente como Chavela Vargas.

Nasceu em 1919 na Costa Rica, mas desde os 14 anos foi parar no México, ficou por lá e tornou sua casa oficial até hoje.

Contestadora a vida inteira, nunca se deixou amofinar pelo sistema vigente. Nem político, nem social e muito menos moral.

Livre que era desde sempre, bebia nos botecos, fumava, fazia serenata nas madrugadas com suas famosas "rancheras",na época gênero musical exclusivamente masculino, tocava e cantava pelas ruas até por volta dos 30 anos, em 1961, quando gravou seu primeiro disco.

Conheço dois cds dela, ambos gravados na Espanha.
“La llorona”, de 1993, tem :
cruz de olvido = sombras = rogaciano = la china = la llorona = toda a vida = de un mundo raro = amaneci en tus brazos = a prision perpetua = el andariego = luz de luna.

“Macorina”, de 1994, tem:
vamonos = zandunga = piensa em mi = por que volviste a mi = las simples cosas = mocorina = si no te vas = corazon, corazon = quando vivas conmigo = sus ojos se cerraron = que te vaya bonito =...

A atmosfera destes dois cds é a típica de rancheira, de serenata, uma voz gravíssima, possante, rouca, cheia de espinhos, mas que sofre e fala de amor e doçura assim mesmo. Como sabe, como pode e como a vida ensinou...

No filme “Carne Trêmula”, Almodóvar, utilizou sua interpretação de “Somos” na trilha sonora. Chavela apareceu em “Frida” cantando e atuando na seqüência do bar e novamente fez parte da trilha do filme “Babel”, cantando "Tu me acostumbraste".

Em 2003, com a idade de 83 anos, apresentou-se no “Carnegie Hall” em uma noite memorável, segundo a imprensa especializada. Chavela tem uma frase famosa:

"las mujeres com pasado y los hombres com futuro son las personas más interessantes”.

Hoje vive com sua companheira com tranqüilidade, alternando moradia entre México e Costa Rica.

[ Os cds são da Warner Music e a edição é Argentina ].

terça-feira, 13 de novembro de 2007

[] Anita Ellis, A Dona da Voz

Quase todos aqueles que gostam de cinema já ouviram falar em Rita Hayworth. E nem é preciso ter quase 100 anos para saber que ela fez um filme chamado “Gilda”.

Também não é preciso ter mestrado em Cultura Geral Inútil para saber que neste filme, um “noir” de 1946, ela fez o que a maioria dos críticos de cinema consideram uma das cenas mais eróticas de todos os tempos: Ela simplesmente tirou uma luva comprida, enquanto cantava “Put the blame on Mame”… pois sua personangem era uma cantora de “night club”. Vem daí a famosa frase "nunca houve uma mulher como Gilda" !

A foto desta cena, praticamente virou a imagem oficial de Rita Hayworth.

O que talvez pouca gente saiba, é que neste filme a voz que canta não é dela e sim de ANITA ELLIS, cantora canadense nascida em 1920 e que na época era considerada uma das melhores intérpretes para cenas como estas.

Neste filme ela também deu voz a Rita em “Amado mio”, emprestou suas interpretações também para outras atrizes em vários outros filmes, como Shelley Winters, Vera Ellen e Jeanne Crain. Este cd, chamado “Out in Front” é uma bem sucedida transcrição dos standards das melhores interpretações de Anita.

São 24 músicas e entre elas é bom destacar:
They can’t take that away from me = More than you know = Amado mio = Put the blame on Mame = Stardust = Someone to watch over me = Oh,but I do ! = Come rain or come shine = For sentimental reasons = A garden in the rain =…apenas para citar as mais conhecidas.

O cd é importado, do selo “Soundies”, e tem mais de 60 minutos de excelentes músicas.

[] Brenda Lee

Qualquer pessoa que goste de música e saiba alguma coisa da época do rock e das baladas românticas que viraram praticamente um estilo de música e de cantar lá pelos anos 60, já ouviu = pelo menos ouviu = falar em Brenda Lee.

E quem assistia mesmo que eventualmente a última novela das 9 horas da TV lobo, Paraíso Tropical, com certeza ouviu Brenda Lee cantar, sem nem saber que era ela.

Sim, pois era uma música de Brenda Lee “I’m Sorry”, que era o tema da personagem vivida pela atriz Beth Goulart . Lembram? Era uma baladinha muito triste e melódica , marca registrada de Brenda.

Tenho um cd, “In the mood for love” que é todo ele de baladas clássicas....é uma compilação de gravações de discos anteriores. Vejam só:

Georgia on my mind = Funny how time slips away = Wishin’ and Hopin’ = The crying game = Teach me tonight = I’m in the mood for love = Always something there to remind me = The end of the world = Softly as I leave you = Am I blue ? = Come rain or come shine = You always hurt the one you love = Pretend = I left my heart in San Francisco = Crying Time = You don’t have to say you love me = Sweet memories = Always on my mind = ...

Apesar de ter sido uma criança prodígio, soube direcionar e administrar a carreira de maneira tranqüila e permanente. Sobreviveu aos modismos todos e continua cantando e fazendo turnês por todos os Estados Unidos. Bem no início dos anos 60 viajava o mundo inteiro e ia com bastante freqüência à Inglaterra e quatro jovens músicos iniciantes geralmente abriam seus shows em Londres :The Beatles...

As capas dos discos dela editados no Japão, são muito curiosas. Esteve mais de uma vez no Brasil e apresentou-se com a sensação brasileira do momento: Cely Campello e Tony Campello, dois irmãos paulistas que comandavam um programa de música jovem na televisão, em uma época pré- Jovem Guarda. Sua vida pessoal sempre foi muito tranqüila, casou-se antes dos 20 anos com o namorado do tempo de adolescente e com quem vive até hoje e muito bem, teve duas filhas que lhe deram duas netas...

Atualmente tem dedicado seu tempo a apresentações e gravações de música gospel e é uma senhora de 63 anos, muito bem quista, admirada e respeitada na comunidade onde vive, sempre à frente de campanhas humanitárias.

( este cd tem gosto de chicletes, Crush e Grapette)


This is Brenda Lee...
Mais sobre Brenda Lee ? clique aqui

[] Gladys Knight / Before Me

Gladys Knight & The Pipes ficaram muito populares no Brasil no início dos anos 70, mais exatamente em 1973 com o grande sucesso
“Midnight Train to Georgia”.

Naquele tempo eles eram um nome de peso da
Motown Records, na época uma das maiores gravadoras do gênero que também
tinha sob contrato artistas como Diana Ross,
Marvin Gaye, Jackson Five e os maiores nomes
da black music e da soul music chic.

Em 1988 The Pipes foram para um lado e Gladys Knight começou uma carreira solo muito bem sucedida até hoje.

Em 2006 ela lançou “Before Me”, título que referia-se àquelas divas que vieram antes dela, como Billie Holiday, Sarah Vaughan, Dinah Washington e Ella Fitzgerald.

Aqui ela interpreta as músicas destas mulheres que tanto influenciaram sua carreira.
O cd tem:
Do nothing till you hear from me =
The man I love = Come Sunday = Stormy Weather = I’ll be seeing you = But not for me =
Someone to watch over me = I got it bad =
This bitter earth = God bless the child =
Since I fell for you = Good morning heartache =.

A gravadora é a VERVE e o cd é distribuido pela
UNIVERSAL. A edição é nacional e tem um belo encarte com texto da própria Gladys explicando
as escolhas e comentando a produção do disco.

Quem gosta do gênero deveria ouvir o cd...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

[] Jeri Southern

Um dos melhores discos desta cantora e pianista, na minha opinião é este “The Very Thought Of You”.

O cd abrange um dos períodos mais representativos de sua carreira, quando estava na gravadora Decca Records e aqui estão reunidas as músicas que fizeram mais sucesso no período de 1951 a 1957.

Contém standards americanos bem conhecidos de todos nós:
You better go now = When I fall in love =
If I had you = I remember you = Smoke gets in
Your eyes = The very thought of you = …

Jeri nasceu em 1926 e logo começou sua carreira como pianista, a exemplo de tantas vocalistas famosas como Sarah Vaughan,
Dina Washington e mais modernamente Diana Krall...
Logo o público se apaixonou por sua voz um pouco seca e enfumaçada, que ficou sendo conhecida como uma voz “rusky”.

Gravou muitos discos e fazia muitas apresentações em “night clubs” como era quase obrigatório naquela época...
Aos poucos foi diminuindo suas apresentações em público, saia pouco de casa e preferia apenas gravar discos e dedicar mais tempo a sua atividade cada vez mais intensa de arranjadora.

Ela era muito solicitada por seus colegas cantores devido a sensibilidade e beleza de seus arranjos.

Quando morreu de uma pneumonia violenta em
1991, estava trabalhando nos arranjos do próximo disco de outra grande cantora americana: Peggy Lee.

Mas este disco nos dá uma bela amostra do talento de Jeri, tanto como intérprete, como
excelente pianista que foi.

[] Outra Vez

Pois é, o Natal está aí novamente, e aquelas preocupações e correrias são inevitáveis.

Por mais que você tenha se proposto a fazer diferente, sempre rola um certo estresse,mesmo que tenha jurado que este Natal seria calmo, sem grandes gastos e sem crises familiares.

Sim, pois sempre tem aquela história de onde será a ceia. Em casa? Com a família? E aquela tia que mora no interior vai ficar de fora?... Tem também aquele amigo que está passando uma baita crise conjugal...convida os dois ou só a metade do casal? E qual das metades? É complicado sim.

E os presentes, então? Mesmo as lembrançinhas às vezes dão um nó na cabeça.

Este post na verdade, é mais uma sugestão, quase uma prestação de serviços:

Já pensou em produzir na tranqüilidade de sua casa um belo cd para presentear os amigos e as pessoas com as quais você tem mais intimidade e conhece relativamente o gosto musical? Você pode fazer isso com toda calma, em casa, de bermudas e Havaianas, deixando estacionamentos lotados de shoppings de lado...tomando uma cervejinha geladíssima ou mesmo um inocente refrigerante?
Vasculhe sua cdteca e vai encontrar coisas muito interessantes, tenho certeza.

Você pode selecionar algumas músicas que sabe que são do agrado da pessoa, e pode, por exemplo, colocar algumas que tocaram naquele último jantar em casa e que foi um sucesso....
Ou ainda, músicas que marcaram aquelas férias em grupo na praia, na montanha...
É uma coisa extremamente simpática, pessoal e carinhosa.
Tenho certeza que seus amigos gostarão do cuidado que você teve em querer agradá-los e não dar um ar impessoal de coisas absolutamente comerciais,e presentear só para constar.

Depois, é só botar a criatividade para funcionar...
Produza uma bela capa, personalize a mídia, ponha uma dedicatória que realmente tenha saído do coração e pronto!

É só fazer um pacote bonito, em uma embalagem festiva, não necessariamente natalina e tudo ok.

É o tipo de presente que deixa feliz tanto que recebe,quanto quem dá...

Pense nisso.

[] Connie Francis

Uma coletânea da Concetta Franconaro,mais conhecida como Connie Francis, foi lançada aqui no Brasil e é pra lá de interessante.

Uma artista premiadíssima, ganhadora de vários troféus, detém outra marca interessante: a artista que mais lançou discos em um só ano... 5 discos
lançados em um mesmo ano!

Conhecida no mundo inteiro não só pelas músicas, gravava em vários idiomas – o que facilitava sua penetração nas mais diversas partes do mundo – mas também pelos inúmeros filmes que fez na década de 60.

Aquelas comédias ingênuas tipicamente americanas, de garotada bonita, saudável, em férias em alguma praia com um grande dilema de
ir ou não à festa logo mais à noite no clube da cidade...
Ou seria melhor aquele encontro mais romântico,
na beira da praia, ao redor de uma fogueira, um violão e um suéter nos ombros? Bons tempos...

Nesta coletânea, Connie interpreta seus clássicos
como:
My happiness = Stupid cupid = Who’s sorry now =
Moon river = If I didn’t care = Vacation = Mama =
Together = Cry = Are you lonesone tonight?=
Frankie = April love = Love is strange = Hurt =...

E tantas outras canções que sempre foram a sua marca registrada, com sua voz melodiosa e personalíssima, que escondia sempre um tom de
queixa.

Pena que seus problemas pessoais e familiares tenham feito com que ela fosse se afastando cada vez mais dos discos e das telas, nos privando assim de sua arte, que marcou uma época em todo mundo que gosta de música e cinema...