SEMPRE MÚSICA . . .

sábado, 28 de junho de 2008

[] Dominique Eade

Ela cresceu numa casa onde todos gostavam de música, com alguns instrumentos espalhados pela sala e muitos discos nas prateleiras e empilhados na eletrola...

Filha de um oficial das Forças Armadas e uma mãe suíça, Dominique passou boa parte da sua infância entre Estados Unidos e Europa, passando férias com a família de sua mãe e assim, desde cedo, conhecendo a música de outros países.

Quando pequena começou a estudar piano seriamente pensando em fazer carreira como pianista, mas foi só entrar na adolescência, que seus planos mudaram e assim, decidiu que queria ser cantora... e como quase todos os adolescentes daquela época, Dominique deu um jeito de ter uma guitarra, infernizou a vida de todo mundo ao mesmo tempo em que aprendia com dedicação e afinco, músicas folclóricas, pop, e [claro], jazz...

Levava tão a sério esta atividade musical que desde 1984 dá aulas na NEC, New England Conservatory, de canto, composição e improviso vocal. É uma professora muito requisitada e bem sucedida, tendo seus alunos sempre bem colocados em competições musicais.

Dominique tem também como aluna, a brasileira Luciana de Souza, que mora nos Estados Unidos já há um tempão, onde é considerada uma cantora cult, de bom gosto, sem usar as fórmulas fáceis de escolher seu repertório e carreira.

Gravou seu primeiro cd em 1990, quando vai morar em Nova York, e faz aquele caminho mais ou menos comum a todos os iniciantes, ou seja, apresentações nos locais noturnos, bons restaurantes, happy-hours em hotéis elegantes, cassinos e qualquer palco disponível...

Resolveu se casar e ter filhos e assim, volta para Boston em 1996, onde é contratada pela RCA Victor para gravar mais alguns cd’s.

Com dois filhos pequenos, Dominique excursiona
pelos Estados Unidos e Europa, divulgando seus trabalhos recentes, o que deu um grande impulso em sua carreira, tornando-se conhecida da crítica internacional, que sempre elogiou suas apresentações e seus discos, pela cuidadosa produção, pela sua bonita voz, seu talento e seu bom gosto na escolha das músicas.

Atualmente,vive nos arredores de Boston, ao lado do marido, o saxofonista Allan Chase e dos dois filhos do casal.

Ela tem 4 cd’s lançados:




@ Long Way Home
@ When the Wind is Cool
@ My Resistence is Law
@ Open [com o pianista Jed Wilson, 2006]


terça-feira, 24 de junho de 2008

[] Jeffery Smith

A não ser que tenha nascido e vivido na cidade, não é tão comum assim um artista ter seu disco de estréia gravado em Paris. E mais, muito bem produzido e acompanhado por gente como Shirley Horn e seu “The Shirley Horn Trio”... Não é para qualquer um mesmo.

Pois foi isto o que aconteceu em 1995, com Jeffery Smith, cantor americano, que estava de férias em Paris pensando em passar apenas um mês, e acabou ficando sete anos...

Nascido e criado no Queens, em Nova York, muito cedo mesmo demonstrou um grande talento para o canto e para o teatro, recebeu forte incentivo da mãe, que era uma conceituada cantora lírica, chamada Ramona. Não foi à toa que o primeiro disco de Jeffery foi batizado simplesmente de “Ramona”...

Quando Jeffery completou 18 anos, foi para Los Angeles
e começou a cantar e representar por mais de 10 anos. Depois volta para Nova York onde inicia a cantar nos melhores clubes noturnos da cidade, ao mesmo tempo em que atua em produções teatrais.

No outono de 1991, vai para Paris para passar umas férias comuns, sem planos de permanência nem nada; mas aí, o destino põe em seu caminho o pianista e maestro Claude Bolling, que conhece Jeffery e imediatamente o seduz com um contrato para ser a voz masculina de sua banda.

Em 1995 grava seu primeiro disco, que foi produzido e acompanhado por Shirley Horn. Nos anos seguintes ficou excursionando com Claude Bolling e sua orquestra fazendo shows por diversos países, consolidando assim sua carreira européia.

Sua estréia americana se dá em 1998 com o lançamento nos Estados Unidos de seu segundo cd europeu, “A Little Sweeter”, que foi saudado e aclamado como “o melhor álbum vocal do ano”.

Em 1999, ele mesmo produz seu terceiro cd, intitulado “Down Here Below”, que tem como convidados, dois nomes conhecidos mundialmente, a cantora Dianne Reeves e a violinista Regina Carter.

Lá por 2001 faz dois concertos em homenagem a Louis Armstrong, no New York’s Lincoln Center, ao lado de Winton Marsalis e The Licoln Center Orchestra.

Atualmente, Jeffery continua se apresentando pelo mundo, enquanto dirige sua própria companhia produtora sem fins lucrativos, para a difusão da música, chamada “Tri-Loxodonta, Inc.”,promovendo apresentações de jazz ao lado de ilustres convidados.

Infelizmente, Jeffery Smith é mais um artista que não tem disco lançado no Brasil, e o que se conhece dele é através de cd’s importados da Europa e Estados Unidos... Mas vale a pena conhecer Jeffery e sua voz possante e melodiosa, grave e com uma dramaticidade pouco comum no jazz.


quinta-feira, 19 de junho de 2008

[] Paula West, Cabaré Chic

Dona de um belo timbre de contralto, esta americana nascida em San Diego, Califórnia não teve uma infância cercada por discos de cantores e bandas de jazz como boa parte dos grandes vocalistas que se referem a seu passado.

Como ela mesmo conta, na sua casa nem tinha muitos discos de jazz, pois o que seu pai realmente gostava era música clássica. Paula West só foi se interessar por cantores e grupos de jazz quando já estava na faculdade.

E não parou mais; a paixão explodiu e a curiosidade de conhecer mais e mais intérpretes vocais e instrumentais tomou conta dela...Hoje em dia ela diz que tem até uma frustração por nunca ter cantado na igreja quando era pequena... Diz que gostaria de ter tido uma infância predestinada, como a maioria dos grandes cantores.

Descobriu que tinha uma bela voz, um timbre pouco comum, e com o estímulo de amigos, colegas e professores, lançou-se ao mundo da música e do canto.

Em 1988 vai para San Francisco tentar a sorte como cantora e durante alguns anos trabalha como garçonete em bares e restaurantes elegantes até que sua carreira se solidifique.

Durante esta época, começa a participar pequenas apresentações de jazz em pequenas casas noturnas
e conhece Ken Muir, músico que se transformou em seu amigo e pianista por um longo tempo.

Enquanto ingressa no circuito de happy hours nos hotéis e apresentações em “cafés concertos”, Paula continua estudando canto seriamente, e foi desenvolvendo um estilo próprio e refinado de se apresentar, pois além de tudo é dona de um grande carisma no palco, por menor que ele seja.

Voz rouca de contralto, com um vibrato dramático, elegante em cena e de quebra, muito bonita
. Além disso, sempre focou sua produção artística na qualidade; tanto é assim que sua discografia é pequena, apenas 03 cd’s. O primeiro em 1997, produzido por ela própria, e o mais recente em 2001.

Nos anos 90, começa a cantar permanentemente no Ritz Carlton e atualmente apresenta-se nos clubes noturnos de San Francisco e Nova York, entre algumas excursões pela Europa.

Já faz 10 anos que Paula é atração fixa durante um mês inteiro por ano no “Empire Plush Room”, do “York Hotel”, em San Francisco. Também faz parte das atrações de gala do “Oak Room”, do “Algonquin Hotel” em Nova York.

No seu primeiro cd, TEMPTATION, Paula canta clássicos como “Don’t Explain”, que foi eternizada por Billie Holiday. Canta “Skylark”, standard obrigatório para quem deseja conhecer as composições de Johnny Mercer. Tem ainda “Nice and Easy” e “A Kiss to Build a Dream on”.

RESTLESS é o nome de seu segundo cd, e quero destacar a interpretação de “Who Will Buy” do musical da Broadway “Oliver”, já gravado por Nancy Sinatra décadas atrás...
De Cole Porter, Paula canta a conhecida “Don’t Fence me In”. Outro sucesso na voz de Billie Holiday foi “I’m a Fool to Want You”, que tem Frank Sinatra como um dos compositores, e mais ainda, belas interpretações de clássicos como “Fly me To the Moon”, que o mundo inteiro já gravou e continua uma belíssima música, e “Witchcraft”, imortalizada por Sinatra.

Por enquanto, seu mais recente disco é COME WHAT MAY, que tem a fusão de dois clássicos de Duke Ellington, “Caravan / Night In Tunísia”, tem o cartão de visitas de Bylly Strayhorn, “Lush Life” e dois standards indispensáveis de Johnny Mercer, “Blues In The Night” e “I Remember You”.


[@] veja & ouça Paula West clicando aqui [] !!!



segunda-feira, 16 de junho de 2008

[] A Voz do Dono

Faz um tempão que a imagem deste cachorrinho ouvindo gramofone é conhecida no mundo inteiro e tem uma história bastante curiosa. Quem não lembra dela nos selos dos discos, nas capas e embalagens?

Na Inglaterra havia um pintor chamado Francis Barraud, razoavelmente conhecido devido às suas exposições na Real Academia de Londres e por ser um pintor diferente da maioria dos pintores de sua época.

Em 1899 seu irmão morre deixando para ele um velho fonógrafo com vários cilindros gravados com sua voz. Além disso, deixou a tarefa de cuidar de seu cachorrinho de estimação, um fox-terrier, chamado Nipper.

Francis notou que toda vez que ele ligava o fonógrafo e colocava os cilindros para funcionar, Nipper se aproximava do aparelho e ficava escutando atentamente a voz de seu irmão.

Procurou Thomas Edison, inventor do fonógrafo para tentar vender a idéia e usar a cena do cachorrinho ouvindo música como símbolo de sua invenção.

Edison não gostou da idéia, mas um gerente de uma loja de eletrodomésticos que revendia gramofones, sugeriu que Francis trocasse de aparelho, substituindo o fonógrafo por um gramofone, e até lhe emprestou um que estava em demonstração, para que servisse de modelo para a pintura que Francis tinha em mente...

Um belo dia o americano Berliner estava em Londres e viu uma pintura de Francis Barraud que tinha o curioso título de “A Voz do Dono” [His Master’s Voice], que mostrava um fox-terrier ouvindo atentamente um gramofone.

Berliner achou a pintura muito interessante
, procurou pelo seu autor, Francis Barraud, e comprou-a por 100 libras juntamente com a licença para usá-la como logomarca de sua empresa nos Estados Unidos.

E assim, pouco antes da empresa americana ser fundada, a imagem de Nipper, [ que viveu 11 anos, morrendo em 1895 ] junto ao gramofone já seria a cara da RCA Victor em julho de 1900.

Fundada em 1901 em Camden, Nova Jersey, nasceu com o nome de “Victor Talking Machine Company” graças à sociedade que fizeram o descobridor do gramofone Emile Berliner e um desenvolvedor da invenção, Eldridge Johnson.

Em 1904, já contabilizava 1 milhão de discos vendidos da ária “Vesti la Giubba”, da ópera “I Pagliacci”, gravada pelo tenor italiano Enrico Caruso em 1924.

Caruso tinha apenas 29 anos
na época e tinha assinado um contrato milionário de 100 libras para gravar 10 discos. Estas negociações tornaram Caruso o primeiro astro milionário da indústria musical do século 20...

Eldridge Johnson vende a Companhia para um banco um 1926, e três anos mais tarde o banco revendeu a “Victor” para a Radio Corporation of América, surgindo assim, a sigla RCA, a mais conhecida da indústria musical.
A Depressão trouxe a crise financeira, e a empresa passou então a fabricar rádios para sobreviver...

Naquela época o catálogo da RCA tinha artistas como Benny Goodman, Glenn Miller e Tomy Dorsey.

Mais recentemente, em 1986, a RCA
, que pertencia à General Eletric, foi comprada pelo potente grupo alemão “Bertelsmann Music Group”, a conhecida BMG, que engloba ainda os selos “Ariola” e “Arista”.

Assim, com esta transação, boa parte da história da música americana desloca-se para Berlim... Mas aí, já são várias outras histórias paralelas, mas que não entram no foco de hoje.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

[] Carmen Costa [1920=2007] Da Feira para o Carnegie Hall

“Ai, ai, ai, ai... tá chegando a hora... o dia já vem raiando meu bem, eu tenho que ir embora...”

“Quem parte leva saudade de alguém que fica chorando de dor, por isso não quero lembrar quando partiu meu grande amor “...

Quase todo mundo conhece estes versos, ou pelos menos uma frase deles, pois há mais de 60 anos eles são cantados nas mais diversas ocasiões, desde encerramento de noitadas de carnaval, ou coisa parecida, acampamentos, “festas de fim de ano de firmas”, onde o “guaraná” corre solto, excursão de estudantes, e assim por diante...

Mesmo assim, muita gente não se deu conta de que o original dessa música é mexicano, de nome “Cielito Lindo” e foi composta em 1882 por Quirino Mendoza y Cortés [1859=1957] e desde então, tornou-se quase que um hino paralelo mexicano, e assim , tem identificado o México por todas as partes do mundo.

Mas a versão em português foi gravada em 1942 por esta senhora de cara bondosa aí do lado, que morreu em 2007 aos 87 anos, e foi batizada com o nome de Carmelita Madriaga, mas o destino quis que ficasse conhecida aqui no Brasil e fora daqui, com o nome mais comum de Carmen Costa.

Nasceu no interior do Rio de Janeiro, e começou muito cedo, ainda menina a trabalhar como doméstica na casa de uma família protestante. Daí vem seu gosto por hinos religiosos e o hábito de cantarolar enquanto executava suas
obrigações de casa.

Quando tinha 15 anos, em 1935 vai morar na capital, vai trabalhar na casa de Francisco Alves e durante uma festa que ele estava dando, ela é convidada pelo dono da casa a mostrar aos convidados como cantava direitinho...

Um desses convidados era Carmen Miranda, que ficou impressionada com a facilidade dela e incentivou-a a tentar uma carreira de cantora. Participa de vários programas de calouros, faz uma peregrinação por várias emissoras, como era de praxe na época, e acaba se inscrevendo no
programa de Ary Barroso, de onde sai vencedora.

Começa a carreira fazendo coro nas gravações para artistas já consagrados e em 1937 troca o nome de Carmelita Madriaga para Carmen Costa por sugestão do compositor Henricão [“eu tenho uma casinha lá marambaia”], que se tornou seu namorado e com quem começou a viver em 1938.

Formaram uma dupla e saiam cantando pelas feiras, nas cidades de interior. Em 1939 se apresentavam na famosa Praça XV, no Rio de Janeiro, ao lado de Carmen e Aurora Miranda, Alvarenga e Ranchinho e as Irmãs Pagã.

Formou dupla com Henricão até 1942, ano em que grava seu primeiro [e eterno] sucesso “Está Chegando a Hora”...

Logo depois, conhece um americano, Hans Von Koeller, com quem se casa e vai morar um bom tempo nos Estados Unidos, e em 1947 faz show no “Teatro Triboro” de Nova Iorque, viaja pela América do Sul fazendo shows e dá um pulinho até o Brasil em 1949 e grava clássicos do carnaval como
“Cachaça” [você pensa que cachaça é água?] e “Tem Nêgo Bebo Aí” [foi numa casca de banana que eu pisei, pisei, escorreguei....quase caí...] Nos anos ’40 e ’50 Carmen é considerada pela imprensa e pelos colegas uma embaixadora da música brasileira nos Estados Unidos.

Volta ao Brasil definitivamente nos anos ’50 e conhece o compositor Mirabeau Pinheiro, com quem vive um tórrido e adúltero romance durante 5 anos, e com quem teve sua única filha, Silésia.

Desta mesma época é o clássico samba canção de autoria de Ricardo Galeno “Eu sou a Outra” [ele é casado, eu sou a outra que o mundo difama, que a vida ingrata maltrata e sem dó, cobre de lama...]

Os anos ’50 e ’60, foram para Carmen cheios de atividade e em 1962 ela participa com o violonista Bola Sete do lendário concerto de Bossa Nova no Carnegie Hall em Nova York, ao lado de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlos Lyra, João Gilberto, Stan Getz e outros...

Em 2003, aos 83 anos, Carmen foi “tombada” simbolicamente pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e pelo Museu da República, como parte do projeto do “tombamento” de pessoas com notório saber ou por bons serviços prestados à cultura.

Carmen também era compositora e para isso, usava o nome de Dom Madri. Morreu devido a problemas renais, aos 87 anos.

Seu corpo foi velado na Câmara dos Vereadores do Estado do Rio de Janeiro, com a presença de uma multidão de amigos e colegas que foram dar seu último adeus a mais uma de nossas Cantoras do Rádio...



segunda-feira, 9 de junho de 2008

[] Cynthia Crane

Músicas são para mim como canais e avenidas, por onde posso passear e expressar meus sentimentos.
São muitas as canções que conheci e colecionei vida a fora, e suas melodias até hoje ressoam pelo meu coração...

As palavras falam por mim; são músicas que ouvia no sótão de minha avó, durante tardes inteiras, intermináveis, quando eu era ainda uma adolescentes...Eram sons que eu escutava, ouvindo seus velhos discos pesados, de 78 rpm, tocados numa antiga eletrola.”
[cynthia crane]

Dona de uma voz meio rouca, meio “enfumaçada”, como se fosse uma voz de um veludo meio gasto pelo tempo, pelas noites, pelos amores e desamores. Como se tivesse acabado de acordar...

Assim é Cynthia Crane, cantora de cabaré ou de “saloon”, como preferem alguns jornalistas e críticos e também atriz, que sabe escolher muito bem as músicas que interpreta pelos pequenos e grandes clubes noturnos onde canta.

São cafés, salas de concertos e aqueles pequenos restaurantes típicos de Nova York, tão bem mostrados nos filmes de Woody Allen.

Cynthia é uma americana, filha de Nova York já na terceira geração; a família de seu pai fundou a “Crane Oxygen & Ambulance Service”, empresa que fornecia oxigênio para o lendário “The Ziegfeld Follies”, que virou um símbolo e exemplo do chamado Teatro de Revistas de Luxo, época esta retratada no filme “Funny Girl”, de 1968, estrelado por Barbra Streisand que acabou levando o Oscar do ano, e Omar Shariff.

O filme conta a história de Funny Brice, uma das mais famosas atrizes, cantoras e vedetes do Zigfeld .

Desde adolescente que Cynthia tem um fascínio pelo som de cantores, cantoras, Big Bands e músicas de teatro e cinema dos anos ’30 e ’40. Certamente esta preferência teve uma influência definitiva no gênero que ela foi burilando com o passar do tempo e tornando mais e mais refinado.

Além de suas atividades como cantora e atriz, Cynthia é uma cidadã engajada em causas sociais e civis, principalmente as que dizem respeito a sua amada Nova York. Está sempre à frente em campanhas de preservação e defesa da qualidade de vida da comunidade.

Casada até hoje com Ted Stry, seu amigo e colega de teatro de velha data, desde o começo da carreira de ambos, e com quem fundou o “The Impossible Rag Time Theatre”, um dos mais “off Broadway” dos teatros “off Broadway” de Nova York, já tendo produzido mais de 100 peças e espetáculos musicais.

Um dos discos de Cynthia mais elogiados pela crítica e público, é o hoje famoso “Smoky Bar Songs For the No Smoking Section”, de ’94 e sempre acompanhada pelo extraordinário pianista Mike Renzi.

Este disco virou uma espécie de referência, de credencial da carreira de Cynthia. Virou um clássico, pela excelência na produção, pelas músicas escolhidas e até pelas preciosas ilustrações de Thomas Hubber.

O disco tem as seguintes músicas:

01= Out of fashion
02= Drinking again
03= I keep going back to Joe’s
04= Something cool
05= No one ever tells you
06= Scotch & soda
07= Smoke rings / deep in a dream
08= Who took me home last night
09= I never know when I have to say when / I fall in love too easily
10= Here’s looking at you
11= A wet night
12= Angel eyes
13= I wonder what became of me
14= Baby, baby all the time
15= Fumée aux yeux [smoke gets in your eyes]

[@] Veja Cynthia Crane clicando aqui [] !



sexta-feira, 6 de junho de 2008

[] Emma Shapplin [1974]

" A melodia própria das palavras, supera em muito, o seu significado literal. As palavras que uso não pertencem a nenhuma língua morta, mas a um idioma atemporal, como são os sentimentos, e principalmente e antes de todos eles, o amor”.
[Emma Shapplin]

Segundo algumas fontes, Emma Shapplin é o nome artístico de Crystêle Madeline Joliton, mas segundo outras fontes, seu verdadeiro nome seria
Marie-Ange Chapelain.

Para seus biógrafos, Emma é uma mulher e uma artista dotada de um temperamento particularmente romântico, misterioso e passional. Intérprete de canções da chamada “música clássica européia” e músicas do gênero “crossover rock”, que poderíamos definir como sendo um clássico invadindo o rock ou uma música operística de cores e concepções pop...

Como seu registro vocal é de soprano, está em perfeitas condições de cantar com tonalidades modernas e típicas da música pop,
numa curiosa mistura que une o antigo ao moderno.

Emma canta em língua italiana dramas escritos por ela própria, ao estilo das árias de óperas líricas do repertório barroco, e do chamado período
“ottocentesco”.

E assim, Emma descobre modelos arcaicos da língua italiana, recuperando versos de Dante e Petrarca, vistos e interpretados através de ângulos bastante parti
culares, interessantes e originais.

Os mesmos critérios são usados pela artista nos textos latinos, que assumem uma sonoridade bastante sugestiva. A parte musical é um bom suporte para esta dramatização de sentimentos e afetos, conjugando assim as características principais da música lírica com as nuances tipicamente sensuais da música pop.

Emma é filha de um chefe de polícia e de uma secretária e tem dois irmãos maiores e nasceu em 19/05/1974 numa cidadezinha nos arredores de Paris.

Ficou fascinada pela música vocal
quando tinha apenas 11 anos, depois de ver um comercial na televisão. Logo após a adolescência ingressa no mundo do espetáculo, quando fazia parte de uma banda de rock.

Quando tin
ha 18 anos, por um destes acasos da vida, conheceu a soprano Régine Crespin no conservatório, e este encontro levou a um outro, quando conhece o cantor Jean Patrick Capdeville famoso na França nos anos 80, que ficou impressionado com a voz e o talento de Emma.

Aos 19 anos, ela deixa a família e sua cidade e muda-se para Paris
, e desde então Jean Patrick tem sido seu mentor artístico até hoje e incentivou-a a voltar ao conservatório para continuar estudar canto.


Em 1997, às vésperas de um espetáculo, os dois resolveram produzir um cd, “Carmine Meo”, que assim tornou-se o álbum de estréia de Emma, além de lhe dar um Disco de Ouro apenas três meses após ser lançado.

O disco rodou por vinte e seis países, incluindo Grécia e Nova Zelândia e tornaram Emma conhecida internacionalmente, principalmente após o compositor americano Graeme Rivell ter escolhido a voz dela para a trilha do filme “Red Planet” e ter produzido as faixas do seu segundo cd, “Etterna”, gravado em 2002.

“La notte etterna”, uma das faixas do cd foi escolhida para a campanha publicitária do chocolate Ferrero Rocher em 2006

A discografia de Emma não é tão grande, mas é bem representativa de seu estilo híbrido levado a efeito de maneira tão competente. Três cd’s
“Carmine Meo”, “Etterna” e “The concert in Caesarea”(*), cinco singles e dois dvd’s.

Material suficiente para conhecer o talento e a criatividade de Emma e todos os envolvidos na produção de seus discos e dvd’s.


[@] Veja Emma Shapplin clicando aqui [] !
(*) Caesarea = cidade portuária fundada por Herodes, o Grande, entre 25 aC. e 13 aC. Situada na costa de Israel, entre Tel-Aviv e Haifa.




terça-feira, 3 de junho de 2008

[] Dorothy Loudon [1933 = 2003]

Ela foi uma grande estrela de um gênero quase em extinção, que é o do artista que toca piano, canta, dança, interpreta um monólogo cômico ou dramático e faz rir e chorar com a mesma competência e credibilidade.

A figura do “entertainer” transita com a mesma desenvoltura nos palcos de um pequeno teatro de “vaudeville” e grandes produções de shows com centenas de cenários, bailarinos, luzes, águas coloridas e
tudo o que a Broadway e Hollywood exportam para o mundo.

Dorothy foi uma grande “entertainer” durante sua carreira bem sucedida nos palcos e telas americanos.
Um gênero similar ao que Bette Midler fazia no início de carreira, e ao que a nossa Cida Moreira faz tão bem.


Nasceu em Boston e cresceu em Rochester, e como era de se esperar, começou a cantar desde cedo, com o total apoio e estímulo dos pais.

Aulas de canto, dança e interpretação para aperfeiçoar e disciplinar seu talento, que não era pequeno, tornaram Dorothy popular e respeitada pela crítica, pelo público e pelos colegas.

Mudou-se para Nova York e conseguiu trabalho num clube noturno como cantora, conseguindo um
rápido sucesso e apresentar-se no “The Perry Como Show” e “The Ed Sullivan Show”, na época um passaporte indispensável para a notoriedade.

No início dos anos ’60, qualquer artista que quisesse ficar conhecido nacionalmente,
tinha de aparecer nestes dois programas de tv... era uma espécie de carimbo, de aprovação para a fama em território americano.
Celebridade “made in USA”...

Sua estréia nos palcos foi com “The world of Jules Feiffer”, dirigido por Mike Nichols e com música de Stephen Sondheim.
Seu papel mais conhecido no teatro foi o da megera que administrava o orfanato, Miss Hannigan, em “Anne”, papel que lhe deu o “Tony Award” como melhor atriz de 1977.

Em 1979, tem sua própria série de tv, “Dorothy”, onde sua personagem é uma professora que leciona canto e interpretação numa escola feminina.

Interpretou dois filmes no cinema; um, como uma agente policial ao lado de Anne Bancroft, e ou

tro, como uma excêntrica sulista no ótimo drama-policial-suspense “Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal” [Midnight in the Garden of Good and Evil], dirigido por Clint Eastwood, que tem no elenco Kevin Spacey, John Cusack e Jude Law.

Merece um destaque a excelente trilha sonora que tem nada menos
que o próprio Clint Eastwood cantando, assim como Kevin Spacey, Rosemary Clooney, k.d.lang, Kevin Mahogany, Alison Eastwood, filha de Clint, e Diana Krall = entre outros nomes conhecidos...
Todas as músicas da trilha sonora são se Johnny Mercer, conhecido e famoso compositor americano, autor de clássicos como “Laura”, “Fools Rush In”, “Autumn Leaves”, “Dream”, “Midnight Sun”...

Para quem não sabe, Clint Eastwood tem uma das maiores coleções de discos de jazz, é um profundo conhecedor do assunto, além de tocar alguns instrumentos e cantar.

Dorothy morreu de câncer aos 70 anos em 2003
e no seu excelente e bem representativo “Saloon”, a começar pelo nome, ela canta as seguintes músicas, acompanhando-se ao piano na maioria delas:

Dorothy Loudon “SALOON”

01= Saloon/Ace in the hole/In a shanty in old shanty town/Silver dollar/A man without a woman.
02= My melancholy baby
03= A cottage for sale
04= I love a piano
05= More than you know
06= A good man is hard to find
07= I wanna be around
08= When your lover has gone
09= Nobody/Nobody knows you when you’re down and out...
10= It never was you
11= I get the blues when it rains
12= It’s all the same to me
13= New Orleans/Sleep time down south
14= It had to be you
15= Dirty hands! Dirty face!
16= I’d give a dollar for a dime/I hadn’t anyone till you...
17= Some of these days
18= Saloon [reprise]

@ o disco é de 1991 DRG Records // edição canadense.

[@] Veja Dorothy em “Losing My Mind=1” aqui []!

Veja Dorothy em “Losing My Mind=2” aqui []!