SEMPRE MÚSICA . . .

quarta-feira, 25 de março de 2009

[] Caterina "Always" Valente

Um bom exemplo de artista verdadeiramente cosmopolita. Nascida em Paris em 1933, de família italiana, passaporte alemão, prêmios internacionais, mais de 1500 músicas gravadas em 12 línguas, e 18 milhões de discos vendidos pelo mundo.

Estas são algumas credenciais de Caterina, nascida em uma família de artistas; seu pai, um típico italiano chamado Giuseppe, era na época um conhecido acordeonista e sua mãe, atriz cômica e bailarina de comédia musical, onde misturava teatro, picadeiro, dança e canções...

Um dos irmãos de Caterina, Silvio Francesco, seguiu a mesma carreira da família e acompanhou a irmã mundo a fora por diversas vezes, como cantor e guitarrista, apresentando duetos que ficaram gravados em muitos discos.

Por uma dessas coisas do destino, a carreira de Caterina iniciou na Alemanha, pois ela conheceu o malabarista alemão Gerd Eric Horst Scholz, que logo reconheceu seu talento, virou seu marido e empresário.

Em 1953 grava seu primeiro disco “Istanbul”, com o famoso maestro alemão Kurt Edelhagen. Em seguidinha, com o mesmo maestro fez a gravação de duas músicas, num pequeno medley, com as quais é lembrada até hoje: “Malagueña” e The Breeze And I”, de autoria do cubano Ernesto Lecuona.

Pronto. Caterina estava lançada ao mundo e em meados dos anos ’50 era conhecida praticamente em todos os continentes, e nos anos ’60 grava uma série de discos com Claus Ogerman, logo se casa com o pianista Roy Budd e a cada ano vai consolidando sua carreira internacional. Seja lá qual for o país...

É íntima da Europa, shows em todas as capitais, teatros e tv, discos e rádios, Caterina Valente era sinônimo de talento, garra, competência, vocação e simpatia, predicados que dificilmente andam juntos.

Sua discografia na Alemanha é interminável, além de ter gravado com nomes como Louis Armsntrong, Ella Fitzgerald, Benny Goodman, Tommy Dorsey e Chet Baker.

Seu filho Eric Van Aro Jr. também é um conhecido cantor europeu.

Com o passar dos anos, Caterina foi diminuindo suas atividades, mas em 1989, gravou um cd na Itália “A Briglia Sciolta”, que acabou se tornando seu disco campeão absoluto de vendas. Seu mais recente trabalho chama-se “Girl Talk”, e é de 2001.

Atualmente, vive tranqüila, bonita e saudável em Montagnola, perto de Lugano, na Suíça.

Merecidamente.

(@) ouça e veja Caterina aqui []! e também aqui []!



quarta-feira, 11 de março de 2009

[] É Tempo de Amar ... Zé Renato

Quando ele tinha 14 anos ganhou de seu pai o primeiro violão; mas não era um violão qualquer, pois era assinado por alguém ilustre no mundo da música: Sílvio Caldas, amigo de longa data de seu pai...

A primeira música que Zé Renato aprendeu a tocar nesse violão famoso, foi “Namoradinha de Um Amigo Meu”... até aí, tudo bem, isso era mais ou menos comum aos garotos daquela época. Só que a vida continuou rolando, Zé Renato enveredou pela música, ficou conhecido, famoso, e participou durante anos de um dos mais conhecidos grupos vocais, o “Boca Livre”.

Versátil e competente que é, feliz possuídor de uma voz limpa, sem floreios e vibratos desnecessários, já dedicou discos inteiros às obras de Sílvio Caldas, Zé Ketti, Chico Buarque e Noel Rosa, além de ter gravado um disco com Wagner Tiso, de voz e piano, cantando músicas de nosso folclore...

Devo destacar aqui um outro trabalho muitíssimo bem cuidado e elegante, quando se juntou ao grupo vocal português “Trinadus” e gravou “Navegantes”, mostrando que um fado pode ser cantado como uma canção brasileira, e uma canção nossa cai como uma luva nas medidas dos mais fados dos fados....

Em “É Tempo de Amar” Zé Renato saldou uma dívida que tinha com ele próprio, pois sempre cantou as músicas da Jovem Guarda em casa e mentalmente, imaginando um dia poder colocar em disco, à sua maneira.

E assim, foi, manteve a ingenuidade daquele tempo, apenas modernizando o som e os arranjos, sempre respeitando a atmosfera da época em que elas foram cantadas e fizeram sucesso. É um disco generoso, de som requintado e ao mesmo tempo extremamente simples...

Tem teclados de órgão Hammond e Würlitzer, e tem também vibrafone, indispensável naquela década.



É Tempo de Amar” tem:

# É tempo de amar
# Coração de papel
# Eu não sabia que você existia
# Por você
# Lobo mau
# Com muito amor e carinho
# Não há dinheiro que pague
# Nossa canção
# Quero ter você perto de mim
# Ninguém vai tirar você de mim
# Custe o que custar
# O tempo vai apagar
# A última canção

Tiro certeiro tanto para quem gostava como para quem não gostava da Jovem Guarda.