Ninguém poderia falar sobre a música de Paris sem se referir a ela, que é uma “instituição” das noites de boemia, dos cafés e restaurantes, de pequenos e grandes concertos.
Nascida no "XII arrondissement" de Paris em 10 de junho de 1918, começou sua vida profissional como datilógrafa; depois teve outras atividades como empregada de uma usina, vendedora de calçados e antiquária.
Mas em 1948 tornou-se gerente de um cabaret-restaurante em Montmartre chamado PATACHOU e assim tem início sua carreira musical.
Foram os próprios jornalistas parisienses que a rebatizaram de PATACHOU, de tão associada que sua figura ficou ao restaurante. Até então ela se chamava simplesmente Henriette Ragon.
E assim, ficou conhecida até hoje; Madame Patachou, Lady Patachou ou simplesmente Patachou, como uma “chanteuse” tipicamente francesa. Nem é preciso dizer que o restaurante-cabaret que ela dirigia, virou uma atração das noites de Paris.
Muitos cantores e compositores se apresentaram lá ou começaram sua carreira por lá, como é o caso de Georges Brassen.
Uma noite quando Patachou fazia seu show , cantou algumas canções de Georges sem dizer quem era o autor, e disse para a platéia que no final da noite ela revelaria quem tinha feito aquelas músicas tão belas. No entanto, ela podia adiantar que era um jovem compositor que estava sentado entre os freqüentadores do restaurante...
Os primeiros discos de Patachou são gravados, ela se apresenta no THÉÂTRE ABC, depois no BOBINO, em seguida uma turnê pela França e depois, pelo mundo inteiro.
Patachou logo conquistou o público de Paris e de toda a França. Além de suas qualidades vocais, seu talento e competência e seu espírito parisiense presente em todas as músicas que cantava, Patachou exalava um carisma em cena e uma elegância que são comentados até hoje, tendo ela quase 90 anos...
Também cantava músicas internacionais, principalmente os grandes compositores americanos e interpretava estas músicas num inglês impecável. Em 1953 foi se apresentar no PALLADIUM de Londres, no WALDORF ASTORIA e no CARNEGIE HALL DE Nova York, além de todas as grandes cidades dos Estados Unidos.
Além de Hong Kong e Oriente Médio, Patachou tem um público fiel até hoje no Japão e na Suécia.
Como quase toda grande personagem de palco européia, Patachou tinha uma elegância de gestos e movimentos quase desconcertantes.
Loira, cabelos curtos e sempre se apresentava de saia justa de cor escura e uma blusa branca de mangas compridas, e só... e passava uma aparência de uma professora discreta, dinâmica e competente; e esta imagem anti-estrela, ajudava e muito a identificação com o francês comum.
Os únicos toques de cor em seu rosto eram o vermelho do batom e o azul-turmalina dos olhos, sempre expressivos e sorridentes. E era o que bastava. O resto ficava por conta de uma voz elegantemente nasalada = como toda boa francesa = e de um timbre grave e cristalino.
O bom gosto ia muito além do vestuário. Seu repertório era da maior qualidade, desde os clássicos franceses, passando por seus contemporâneos e também pelos "standards" americanos.
Aliás, dois grandes sucessos americanos eu ouvi pela primeira vez quando era criança, na voz de Patachou, que era um dos discos do meu pai. As músicas eram “Just one of those things” de Cole Porter e “My funny valentine”, de Rodgers e Hart.
Era um LP de capa vermelha e tinha também uma das músicas que ficou muito popular e que se transformaria quase num hino, de todos aqueles que cantam em francês: “Ça c’est Paris”...
Patachou além de cantora, também sempre foi uma atriz, desde os anos 50, quando estreiou no cinema e no teatro, mas a partir dos anos 80 é que os franceses podem vê-la com freqüência, tanto no cinema como na televisão, onde até hoje o público comenta sua participação no seriado “Orages d’été”,[ Tempestades de Verão ] no papel de Marthe.
Eram 7 episódios de 90 minutos cada um, que foi ao ar em 1989 e que tinha no elenco outra grande atriz do cinema e teatro francês: Annie Giradot.
Alguém lembra de “Vivre pour vivre”, filme de Claude Lelouch, com Yves Montand , Candice Bergen e Annie Girardot ? Pois é...
Tenho por Patachou um carinho muito especial pois ela faz parte de uma época muito importante para mim: os discos do meu pai, o contato maior com a música, a descoberta de tantos artistas, cantores e músicos...
E tudo isto, me era apresentado naquelas capas coloridas, com textos sobre o cantor, com fotografias, desenhos e pinturas e todo um “lay-out” que para mim era pura magia...
Era um mundo fascinante. Uma capa de disco me seduzia muito mais que uma revista, por exemplo; pois além de tudo, dentro daquela embalagem “morava” alguém que cantava, que tocava...
Até hoje, Mme.Patachou continua em Paris, sendo cultuada e respeitada por uma geração bem jovem de cantores, poetas, músicos e artistas que querem conhecer mais de perto esta senhora que viveu da arte, do palco e do microfone.
Realmente, Paris c’est une blonde !
@ ver e ouvir PATACHOU ? clique aqui !
Nascida no "XII arrondissement" de Paris em 10 de junho de 1918, começou sua vida profissional como datilógrafa; depois teve outras atividades como empregada de uma usina, vendedora de calçados e antiquária.
Mas em 1948 tornou-se gerente de um cabaret-restaurante em Montmartre chamado PATACHOU e assim tem início sua carreira musical.
Foram os próprios jornalistas parisienses que a rebatizaram de PATACHOU, de tão associada que sua figura ficou ao restaurante. Até então ela se chamava simplesmente Henriette Ragon.
E assim, ficou conhecida até hoje; Madame Patachou, Lady Patachou ou simplesmente Patachou, como uma “chanteuse” tipicamente francesa. Nem é preciso dizer que o restaurante-cabaret que ela dirigia, virou uma atração das noites de Paris.
Muitos cantores e compositores se apresentaram lá ou começaram sua carreira por lá, como é o caso de Georges Brassen.
Uma noite quando Patachou fazia seu show , cantou algumas canções de Georges sem dizer quem era o autor, e disse para a platéia que no final da noite ela revelaria quem tinha feito aquelas músicas tão belas. No entanto, ela podia adiantar que era um jovem compositor que estava sentado entre os freqüentadores do restaurante...
Os primeiros discos de Patachou são gravados, ela se apresenta no THÉÂTRE ABC, depois no BOBINO, em seguida uma turnê pela França e depois, pelo mundo inteiro.
Patachou logo conquistou o público de Paris e de toda a França. Além de suas qualidades vocais, seu talento e competência e seu espírito parisiense presente em todas as músicas que cantava, Patachou exalava um carisma em cena e uma elegância que são comentados até hoje, tendo ela quase 90 anos...
Também cantava músicas internacionais, principalmente os grandes compositores americanos e interpretava estas músicas num inglês impecável. Em 1953 foi se apresentar no PALLADIUM de Londres, no WALDORF ASTORIA e no CARNEGIE HALL DE Nova York, além de todas as grandes cidades dos Estados Unidos.
Além de Hong Kong e Oriente Médio, Patachou tem um público fiel até hoje no Japão e na Suécia.
Como quase toda grande personagem de palco européia, Patachou tinha uma elegância de gestos e movimentos quase desconcertantes.
Loira, cabelos curtos e sempre se apresentava de saia justa de cor escura e uma blusa branca de mangas compridas, e só... e passava uma aparência de uma professora discreta, dinâmica e competente; e esta imagem anti-estrela, ajudava e muito a identificação com o francês comum.
Os únicos toques de cor em seu rosto eram o vermelho do batom e o azul-turmalina dos olhos, sempre expressivos e sorridentes. E era o que bastava. O resto ficava por conta de uma voz elegantemente nasalada = como toda boa francesa = e de um timbre grave e cristalino.
O bom gosto ia muito além do vestuário. Seu repertório era da maior qualidade, desde os clássicos franceses, passando por seus contemporâneos e também pelos "standards" americanos.
Aliás, dois grandes sucessos americanos eu ouvi pela primeira vez quando era criança, na voz de Patachou, que era um dos discos do meu pai. As músicas eram “Just one of those things” de Cole Porter e “My funny valentine”, de Rodgers e Hart.
Era um LP de capa vermelha e tinha também uma das músicas que ficou muito popular e que se transformaria quase num hino, de todos aqueles que cantam em francês: “Ça c’est Paris”...
Patachou além de cantora, também sempre foi uma atriz, desde os anos 50, quando estreiou no cinema e no teatro, mas a partir dos anos 80 é que os franceses podem vê-la com freqüência, tanto no cinema como na televisão, onde até hoje o público comenta sua participação no seriado “Orages d’été”,[ Tempestades de Verão ] no papel de Marthe.
Eram 7 episódios de 90 minutos cada um, que foi ao ar em 1989 e que tinha no elenco outra grande atriz do cinema e teatro francês: Annie Giradot.
Alguém lembra de “Vivre pour vivre”, filme de Claude Lelouch, com Yves Montand , Candice Bergen e Annie Girardot ? Pois é...
Tenho por Patachou um carinho muito especial pois ela faz parte de uma época muito importante para mim: os discos do meu pai, o contato maior com a música, a descoberta de tantos artistas, cantores e músicos...
E tudo isto, me era apresentado naquelas capas coloridas, com textos sobre o cantor, com fotografias, desenhos e pinturas e todo um “lay-out” que para mim era pura magia...
Era um mundo fascinante. Uma capa de disco me seduzia muito mais que uma revista, por exemplo; pois além de tudo, dentro daquela embalagem “morava” alguém que cantava, que tocava...
Até hoje, Mme.Patachou continua em Paris, sendo cultuada e respeitada por uma geração bem jovem de cantores, poetas, músicos e artistas que querem conhecer mais de perto esta senhora que viveu da arte, do palco e do microfone.
Realmente, Paris c’est une blonde !
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7 comentários:
Sem causar polêmica.
É impossível as pessoas não notarem a diferença de imagem desta senhora para aquela outra, retirada das ruas....
Você já viu e ouviu ela cantando a Chanson d'Irma la douce no You Tube? Fantástica.
http://www.youtube.com/watch?v=IiWXUrFclck
Cada dia prendo um pouco com voces!!
TEM PRESENTE PARA VOCE NO SALA E COZINHA
Fiquei encantada com as lembranças carinhosas que tem de Patachou. Eu possuo o LP que seu pai tinha ou tem. Capa vermelha, em que ela canta "Just one of those things" e "My Funny Valentine" e "Paris, c'est une blonde". Uma delícia. Estava procurando o ano da gravação do disco e não encontrei. Mas, encontrei você um rapaz jovem e interessante!Sou sua nova fã (68 anos) e vou consltar seu blogg sempre que precisar. Um abraço e parabéns!
Gostei muito dos seus comentarios sobre a Patachou, seu design do blog e a mistura de musica com arte/foto.
Não era meu pai mas meu irmão e eu que gostavamos e tinhamos LPs da Patachou. Eu digitalizei dois LPs dela: "Bonjour Patachou" e "Mon Paris" e comprei em Paris um CD dela "Les Amants de Paris". Legais as capas, tudo. Belo trabalho.
Estou começando a montar um blog que trata das minhas pinturas e das musicas que eu tenho, entre outras coisas. Um abraço.
bobxu.wordpress.com
Sou fã da música francesa dessa época. Uma vez comprei um vinil com ela e fiquei seu fã. Mas gosto muito da valsa francesa e outras músicas deste período. Com quatro anos conheci a música francesa através da canção Dominò que eu digo, é meu Rosebud, aquele trenó que o Orson Welles nunca esqueceu em Cidadão Kane.
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