[] Jamie Cullum [1979]

Sua avó materna é uma refugiada judia vinda da Prússia, e cantava nos clubes noturnos de Berlim. Sempre teve muitas histórias para contar para o garoto Jamie, que ficava fascinado com toda aquela ebulição cultural da Alemanha na época da guerra.

Eram histórias de Cafés–Concertos, Teatros, Piano Bar, de público, aplausos, vaias e a cada noite, sempre uma incerteza sobre os espetáculos...

Até hoje Jamie considera sua avó, seu “ícone cultural” e tem por ela uma admiração enorme pelas coisas que, mesmo sem saber, incutiu em sua mente, como o gosto pela música, pelos palcos e pelo público.

Seu pai, um funcionário do mercado financeiro, e sua mãe, uma secretária de antepassados nascidos em Burma.

Jamie Cullum nasceu em 20 de agosto de 1979, em Essex, Inglaterra e logo cedo mostrou que tinha um incrível talento musical, e não só para um instrumento; também domina a guitarra e a bateria, além do seu excelente piano.

Logo se dedicou à música instrumental e vocal. Tem suas raízes nitidamente no Jazz, mas um jazz jovem, reinterpretado, com novo fôlego, nova ótica e mesclado a elementos da “pop music” e até da música latina.

Pode até causar um pouco de estranheza um astro-pop com menos de 30 anos se dedicar com tanto afinco a uma música tipicamente de gente mais adulta, e cantar e tocar verdadeiros clássicos do jazz de uma maneira muito pessoal, moderna, contemporânea, mas sem roubar da música sua atmosfera original.

Jamie mantém a nostalgia quando a música assim pede; é alegre e explosivo com o rítmo, quando o compositor indicou este comportamento na partitura.

E tudo isto, com uma voz forte, muito mais do que agradável, que passeia com uma tranqüilidade desconcertante em “standards” como “What A Difference a Day Made”, “I Only Have Eyes For You”, “You And The Night And The Music”...

Do repertório de FRANK SINATRA ele gravou “I Get A Kick Out Of You”, com instrumentos de big band e todo o clima de show, com muito rítmo, muito suingue e um piano de fazer inveja a muito marmanjo.

Seus shows são sempre um grande acontecimento musical, e Jamie não segue um roteiro rígido quanto ao repertório. Portanto, numa mesma excursão, um show dele jamais é igual ao outro, pois ele vai tocando o que o momento pede, e de acordo com a reação do público. Tudo fica em aberto, de acordo com o “mood” do momento.

Também não é mesquinho com o tempo de duração das apresentações, podendo passar do programado sem grandes preocupações. Realmente gosta de um palco, e basta ver qualquer dvd seu para sentir que ele tem um enorme prazer em cantar, tocar e fazer as performances de palco que já lhe caracterizam tão bem, principalmente desde 2003, quando ficou sendo conhecido mundialmente.

Suas músicas já fizeram parte da trilha de três novelas da Rede Globo, como “Páginas da Vida”, “Belíssima” e “Paraíso Tropical”, e já andou pelo Brasil fazendo show e divulgando seus três discos lançados por aqui.

Na Europa, ele faz um big sucesso e tem um público muito fiel a seus espetáculos, pois não é só mais uma carinha nova que apareceu e canta bem.

Antes de mais nada, ele conhece música, estudou música, toca alguns instrumentos, tem uma bela voz, e principalmente, um gosto muito especial na escolha das “oldies” que canta....

Desde uma balada romântica clássica dos anos 60, como é o caso de “Our day Will Come”, que foi sucesso também na voz de BRENDA LEE, de BOBBY DARIN e JULIE LONDON, até um super-jazz como “Fascinating Rhythm”.

Gosto quando fenômenos assim acontecem de tempos em tempos. Quando uma voz nova, um novo talento e e muita competência, vêm dar um novo ânimo, e colorir com novas cores uma tela às vezes sombria, melancólica e repetitiva...