Houve um tempo em que esta geringonça aí do lado era o objeto / sonho de consumo de quase todas as pessoas que gostavam de música, pois se podia fazer muita coisa que este equipamento.
Até então, só existia o toca-discos, vitrola, eletrola ou pick-up, podem escolher o nome...
Os gravadores “cassetes” estavam engatinhando e eram bastante limitados. Claro, eram práticos até; podíamos levar nos finais de semana para a praia, para o campo ou para a serra, como dizemos lá no sul.
Mas estou me referindo à qualidade da resposta musical. O gravador “cassete” era até bonzinho, alguns eram bonitinhos, mas som que era bom, deixavam a desejar. Eu diria que eram apenas um pouco melhor que os radinhos à pilha.
Excelentes quebra-galhos, mas só.....
Já o tal “gravador de rolo”, não ! era muito mais sofisticado, muito mais caro, muito mais difícil de se encontrar no comércio, e oferecia uma qualidade sonora inacreditável. Ele nos dava a resposta musical exatamente igual ao toca-discos, e além disso, oferecia uma série de vantagens para quem gosta de música. [É bom frisar isto...]
Lá em casa tinha um desses aí, e obviamente ele tinha um lugar de destaque na nossa sala, até porquê, por questões de trabalho, meu pai sempre esteve envolvido com todo e qualquer equipamento de som e imagem. Além do fato de ele gostar de música também...
Uma das coisas que mais me fascinava, era poder fazer uma seleção musical e gravar nestes gravadores de rolo... Eu sempre gostei de fazer seleção, compilação, compactação, ou qualquer outro nome que isso tenha.
E depois de algumas horas de escolher entre centenas de LP’s de vinil e compactos, o resultado = pelo menos para mim = era quase sempre pra lá de satisfatório...
Ia pegando um disco e escolhendo somente as faixas que mais me agradavam e ia gravando no gravador de rolo.
Eles eram bastante sofisticados pois alguns modelos nos permitiam ouvir o resultado final, durante a gravação...
Isso mesmo: não era necessário terminar a gravação e depois voltar a fita para “ver como é que ficou”.....
Alguns eram de 4 pistas, ou seja, o aproveitamento da fita era em dobro. Não era como na fita cassete, que temos apenas o lado “A” e o lado “B”. Os modelos mais sofisticados permitiam gravar/virar/gravar e virar de novo....apertando-se apenas as teclas “pista1”, “pista2”, pista3” e “pista4”.
Maravilha, né?
E mais ainda, a curtição de escrever a relação de músicas, em folhas de caderno mesmo ou “papel almaço”, pois cabia perfeitamente nas caixas onde vinham os tais rolos de fita magnética.
Eram umas caixas de um excelente papelão, duráveis, geralmente das marcas “TDK” ou “BASF” e a maioria delas já estampava na própria caixa, o local adequado para se colocar todo o tipo de informação da gravação, como data, com ou sem redução de ruído, se a fonte original era um disco ou outro gravador, cópia ou não...tudo muito organizado e sem muita mesquinharia de espaço.
Então, num simples rolo destes, que geralmente mediam um palmo de diâmetro, tinha horas e horas da melhor música.
Música para jantar, música para festas mais animadas, música para relaxar...
Hoje pode até parecer gozado e quase ridículo, mas naquela época era comum “música para isto & para aquilo”.
As "Seleções do Reader’s Digest", vendiam umas caixas contendo vários LP’s “temáticos”, digamos assim: aniversários, Natal, jantares e as famosas “músicas para meditação”, onde não faltava “Au Clair de Lune”, do francês Claude Debussy... Esta música era infalível. Tinha que constar de toda e qualquer relação de música séria e decente...
Os cuidados com este tipo de gravador eram muito simples, até parecidos com os que tínhamos com os “cassetes”. Era só limpar muito bem com álcool as 3 cabeças : a que apagava, a que gravava e a que reproduzia...
E, como quase todas as coisas de qualidade, eles duravam gerações e realmente passavam de pai para filho.
Não sou nenhum pouco contra a modernidade, pelo contrário, até gostaria de saber e conhecer mais coisas, acompanhar e usufruir da tecnologia que está aí à nossa disposição, “prêt-a-porter”, mas confesso que às vezes tenho uma saudade muito grande de algumas coisas assim....
Nostalgia boa,
Nostalgia do bem.
Até então, só existia o toca-discos, vitrola, eletrola ou pick-up, podem escolher o nome...
Os gravadores “cassetes” estavam engatinhando e eram bastante limitados. Claro, eram práticos até; podíamos levar nos finais de semana para a praia, para o campo ou para a serra, como dizemos lá no sul.
Mas estou me referindo à qualidade da resposta musical. O gravador “cassete” era até bonzinho, alguns eram bonitinhos, mas som que era bom, deixavam a desejar. Eu diria que eram apenas um pouco melhor que os radinhos à pilha.
Excelentes quebra-galhos, mas só.....
Já o tal “gravador de rolo”, não ! era muito mais sofisticado, muito mais caro, muito mais difícil de se encontrar no comércio, e oferecia uma qualidade sonora inacreditável. Ele nos dava a resposta musical exatamente igual ao toca-discos, e além disso, oferecia uma série de vantagens para quem gosta de música. [É bom frisar isto...]
Lá em casa tinha um desses aí, e obviamente ele tinha um lugar de destaque na nossa sala, até porquê, por questões de trabalho, meu pai sempre esteve envolvido com todo e qualquer equipamento de som e imagem. Além do fato de ele gostar de música também...
Uma das coisas que mais me fascinava, era poder fazer uma seleção musical e gravar nestes gravadores de rolo... Eu sempre gostei de fazer seleção, compilação, compactação, ou qualquer outro nome que isso tenha.
E depois de algumas horas de escolher entre centenas de LP’s de vinil e compactos, o resultado = pelo menos para mim = era quase sempre pra lá de satisfatório...
Ia pegando um disco e escolhendo somente as faixas que mais me agradavam e ia gravando no gravador de rolo.
Eles eram bastante sofisticados pois alguns modelos nos permitiam ouvir o resultado final, durante a gravação...
Isso mesmo: não era necessário terminar a gravação e depois voltar a fita para “ver como é que ficou”.....
Alguns eram de 4 pistas, ou seja, o aproveitamento da fita era em dobro. Não era como na fita cassete, que temos apenas o lado “A” e o lado “B”. Os modelos mais sofisticados permitiam gravar/virar/gravar e virar de novo....apertando-se apenas as teclas “pista1”, “pista2”, pista3” e “pista4”.
Maravilha, né?
E mais ainda, a curtição de escrever a relação de músicas, em folhas de caderno mesmo ou “papel almaço”, pois cabia perfeitamente nas caixas onde vinham os tais rolos de fita magnética.
Eram umas caixas de um excelente papelão, duráveis, geralmente das marcas “TDK” ou “BASF” e a maioria delas já estampava na própria caixa, o local adequado para se colocar todo o tipo de informação da gravação, como data, com ou sem redução de ruído, se a fonte original era um disco ou outro gravador, cópia ou não...tudo muito organizado e sem muita mesquinharia de espaço.
Então, num simples rolo destes, que geralmente mediam um palmo de diâmetro, tinha horas e horas da melhor música.
Música para jantar, música para festas mais animadas, música para relaxar...
Hoje pode até parecer gozado e quase ridículo, mas naquela época era comum “música para isto & para aquilo”.
As "Seleções do Reader’s Digest", vendiam umas caixas contendo vários LP’s “temáticos”, digamos assim: aniversários, Natal, jantares e as famosas “músicas para meditação”, onde não faltava “Au Clair de Lune”, do francês Claude Debussy... Esta música era infalível. Tinha que constar de toda e qualquer relação de música séria e decente...
Os cuidados com este tipo de gravador eram muito simples, até parecidos com os que tínhamos com os “cassetes”. Era só limpar muito bem com álcool as 3 cabeças : a que apagava, a que gravava e a que reproduzia...
E, como quase todas as coisas de qualidade, eles duravam gerações e realmente passavam de pai para filho.
Não sou nenhum pouco contra a modernidade, pelo contrário, até gostaria de saber e conhecer mais coisas, acompanhar e usufruir da tecnologia que está aí à nossa disposição, “prêt-a-porter”, mas confesso que às vezes tenho uma saudade muito grande de algumas coisas assim....
Nostalgia boa,
Nostalgia do bem.
Um comentário:
Nostalgia não! isto é também poesia!
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