Outro grande achado numa prateleira de superpromoção tempos atrás, foi dois cd’s de uma cantora que eu nunca tinha ouvido falar: Sathima Bea Benjamin.
Quem seria ela? umas capas estranhas, uma estética de capa que não era americana...um dos discos era gravado na Alemanha, e o outro gravado nos Estados Unidos. Achei mais estranho ainda...
Como estavam baratíssimos, e eu conhecia algumas das músicas ali cantadas, achei que tinha quase que uma obrigação de compra-los, pois cada um custava a preço de hoje, R$ 6,00.
Quando cheguei em casa, preparei um café e fui escutar, tive uma surpresa muito agradável, pois descobri uma nova cantora, uma voz diferente, despojada, expressiva e a qualidade técnica dos dois discos excelente, com acompanhamentos com aquele trio básico e suficiente: piano, baixo e bateria.
Não precisa mais nada... aí, fui procurar saber quem era a tal dona deste nome estranho e fiquei sabendo que era uma cantora e compositora com excelente reputação no meio musical, principalmente europeu, mas que tinha nascido e vivido toda a vida em Cape Town, Cidade do Cabo, na África do Sul.
Apaixonada e orgulhosa de suas origens e sua cultura, afasta-se da sua Cape Town somente quando muito, mas muito necessário profissionalmente...
Nasceu Beatrice Benjamin, em Johannesburg em outubro de 1936: seus pais logo cedo se divorciaram, ela e sua irmã ficaram morando com o pai durante algum tempo, mas adolescentes ainda foram para Cape Town ficar aos cuidados da avó materna.
Cresceu ouvindo os velhos discos da avó e muito rádio, além da cantoria pela casa já que sua avó gostava de cantarolar e solfejar trechos de operetas.
Bea formou seu repertório assistindo filmes americanos e ingleses e tinha sempre a mão um caderno de notas para escrever as letras das músicas já que o dinheiro era pouco e ela não podia comprar discos ou revistas de música...assim, anotando num caderno, seria fácil de ela aprender e decorar as músicas que mais gostava.
Foi através do rádio que conheceu Nat King Cole, Billie Holiday, Doris Day, Ella Fitzgerald e tantos outros cantores, que influenciaram sua carreira no início.
Começou cantando em concursos de calouros, que acontecia no cinema local, entre um filme e outro. Continuou se desenvolvendo como cantora, no coral da escola e tendo algumas lições de canto, pois queria aprender ópera.
Após concluir seus estudos formais e se tornar professora em uma escola da cidade, começou a cantar em nightclubs, bailes da comunidade e eventos sociais... Mas, teve que optar entre continuar ensinando e se tornar uma cantora de jazz...
Assim, logo depois de ter completado 21 anos, vai para a estrada com uma conhecida banda de jazz que tinha um show permanente de variedades.
Volta para Cape Town em 1959, conhece e se apaixona pelo então maior pianista de jazz da África do Sul: Abdullah Ibrahim.
Casam-se, ela acrescenta Sathima ao início do seu nome, vira Sathima Bea Benjamin, e tem um casal de filhos. Sua carreira continua se solidificando, ela assumindo cada vez mais o controle e traçando os rumos da carreira, e em 1979, cria seu prórpio selo musical, com o intuito principal de gravar e distribuir suas músicas e gravações com uma maior liberdade e então, nasce a etiqueta EKAPA.
Sathima também é uma excelente compositora, sempre atenta a toda sorte de conflitos a seu redor, escreve sobre os dramas da natureza humana, suas paixões e misérias, e escreve sobre o amor em toda a sua amplitude.
Continua em plena atividade, seja como compositora, como intérprete, e sempre em sua cidade, Cape Town.
Diz que ali é sua casa e que sua vida está lá. Não abre mão disso...
Seu disco mais recente é “SongSpirit” uma compilação de luxo, que comemorou seus 70 anos em 2006.
No ano passado, 2007, Sathima deu início a um grande trabalho de recolocar em catálogo todos os seus discos que não estavam disponíveis, e já se sabe que está a caminho para este ano de 2008 um novo disco de composições suas.
Tomara...
Quem seria ela? umas capas estranhas, uma estética de capa que não era americana...um dos discos era gravado na Alemanha, e o outro gravado nos Estados Unidos. Achei mais estranho ainda...
Como estavam baratíssimos, e eu conhecia algumas das músicas ali cantadas, achei que tinha quase que uma obrigação de compra-los, pois cada um custava a preço de hoje, R$ 6,00.
Quando cheguei em casa, preparei um café e fui escutar, tive uma surpresa muito agradável, pois descobri uma nova cantora, uma voz diferente, despojada, expressiva e a qualidade técnica dos dois discos excelente, com acompanhamentos com aquele trio básico e suficiente: piano, baixo e bateria.
Não precisa mais nada... aí, fui procurar saber quem era a tal dona deste nome estranho e fiquei sabendo que era uma cantora e compositora com excelente reputação no meio musical, principalmente europeu, mas que tinha nascido e vivido toda a vida em Cape Town, Cidade do Cabo, na África do Sul.
Apaixonada e orgulhosa de suas origens e sua cultura, afasta-se da sua Cape Town somente quando muito, mas muito necessário profissionalmente...
Nasceu Beatrice Benjamin, em Johannesburg em outubro de 1936: seus pais logo cedo se divorciaram, ela e sua irmã ficaram morando com o pai durante algum tempo, mas adolescentes ainda foram para Cape Town ficar aos cuidados da avó materna.
Cresceu ouvindo os velhos discos da avó e muito rádio, além da cantoria pela casa já que sua avó gostava de cantarolar e solfejar trechos de operetas.
Bea formou seu repertório assistindo filmes americanos e ingleses e tinha sempre a mão um caderno de notas para escrever as letras das músicas já que o dinheiro era pouco e ela não podia comprar discos ou revistas de música...assim, anotando num caderno, seria fácil de ela aprender e decorar as músicas que mais gostava.
Foi através do rádio que conheceu Nat King Cole, Billie Holiday, Doris Day, Ella Fitzgerald e tantos outros cantores, que influenciaram sua carreira no início.
Começou cantando em concursos de calouros, que acontecia no cinema local, entre um filme e outro. Continuou se desenvolvendo como cantora, no coral da escola e tendo algumas lições de canto, pois queria aprender ópera.
Após concluir seus estudos formais e se tornar professora em uma escola da cidade, começou a cantar em nightclubs, bailes da comunidade e eventos sociais... Mas, teve que optar entre continuar ensinando e se tornar uma cantora de jazz...
Assim, logo depois de ter completado 21 anos, vai para a estrada com uma conhecida banda de jazz que tinha um show permanente de variedades.
Volta para Cape Town em 1959, conhece e se apaixona pelo então maior pianista de jazz da África do Sul: Abdullah Ibrahim.
Casam-se, ela acrescenta Sathima ao início do seu nome, vira Sathima Bea Benjamin, e tem um casal de filhos. Sua carreira continua se solidificando, ela assumindo cada vez mais o controle e traçando os rumos da carreira, e em 1979, cria seu prórpio selo musical, com o intuito principal de gravar e distribuir suas músicas e gravações com uma maior liberdade e então, nasce a etiqueta EKAPA.
Sathima também é uma excelente compositora, sempre atenta a toda sorte de conflitos a seu redor, escreve sobre os dramas da natureza humana, suas paixões e misérias, e escreve sobre o amor em toda a sua amplitude.
Continua em plena atividade, seja como compositora, como intérprete, e sempre em sua cidade, Cape Town.
Diz que ali é sua casa e que sua vida está lá. Não abre mão disso...
Seu disco mais recente é “SongSpirit” uma compilação de luxo, que comemorou seus 70 anos em 2006.
No ano passado, 2007, Sathima deu início a um grande trabalho de recolocar em catálogo todos os seus discos que não estavam disponíveis, e já se sabe que está a caminho para este ano de 2008 um novo disco de composições suas.
Tomara...
3 comentários:
A prendi mais um pouco,esta eu não conhecia
Se você diz que foi uma surpresa boa a descoberta, eu confio plenamente no seu bom gosto e assino em baixo, depois você faz uma apresentação formal da voz da menina.
PS. Adorei a Concetta Rosa, onde você descobre estas coisas.
Despois desta história o mínimo que desperta é curiosidade de ouvi-la. Você tem uma forma muito especial de vender o material. Compro os discos pelo dobro que pagou.
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