SEMPRE MÚSICA . . .

terça-feira, 15 de julho de 2008

[] Petula Clark, A Mascote da RAF . . . [1932]

Na metade dos anos ’60, o mundo inteiro, literalmente, foi tomado por uma música, vinda do Reino Unido. A música era “Downtown” e quem cantava, era uma ilustre desconhecida até então, de nome PETULA CLARK. Desconhecida para nós, diga-se.

Quem seria aquela inglesinha loira, cabelos curtos, olhos claros e expressivos e dona de uma voz cristalinamente afinada?

Petula Sally Olwen Clark nasceu em Epson, Inglaterra, em 15 de novembro de 1932, filha de pai inglês e mãe do País de Gales. Seu nome “Petula” foi dado por seu pai que resolveu homenagear duas de suas antigas namoradas, chamadas PET e ULLA.

Sua mãe era soprano e seu pai, um ator de teatro frustrado, o que já dá para ver o nível de incentivo e cobrança que caiu sobre os ombros de Petula desde muito, muito cedo.

O primeiro trabalho dela, foi
já muito criança , quando cantava no hall de entrada de uma loja de departamento de Londres, a “Bentalls Department Stores” acompanhada por uma pequena orquestra, recepcionando assim os clientes que chegavam.

Com apenas sete anos de idade, já cantava no rádio, e logo logo tinha o seu próprio show radiofônico, o “Pet’s Parlour”, que era um programa que tinha o objetivo de elevar o moral das tropas britânicas durante a Segunda Guerra Mundial.

Deste programa também participava seu pai, que junto com ela, lia cartas e mensagens positivas aos britânicos distantes de sua terra. A tônica do programa era de canções otimistas e músicas patrióticas, que ressaltavam sempre a bravura e as qualidades morais dos ingleses.

Durante esta época, Petula teve como colega outra futura estrela internacional, JULIE ANDREWS, que tinha as mesmas funções artísticas e patrióticas de Petula.

Desde cedo também atriz de teatro, Petula foi descoberta para o cinema enquanto estava atuando no palco e estreiou em 1944 no filme “A Medal for the General”.

Logo era chamada de a “Shirley Temple Inglesa”, numa referência a outra garota-prodígio americana, nascida em 1928, que era a namoradinha oficial de toda a América, cantando, atuando e sapateando, foi uma estrela dos anos ’30, ’40 e ’50, antes de ficar adulta, ter um câncer de mama, se envolver com política, virar embaixadora e ir parar na ONU.

Mal começavam os anos ’50, e Petula Clark, que também era considerada a “Mascote da RAF” (Real Air Force) já era uma superstar no Reino Unido e com mais de uma dúzia de filmes por fazer.

Começou a gravar discos em 1949 e rapidinho colocou algumas músicas na parada inglesa de sucessos, tornando-se muito popular e imitada nesta época pelo corte de cabelo e estilo de se vestir.

Curiosamente, após esta fase de transição de adolescente para a fase adulta, Petula caiu no gosto do público francês, tanto é que em 1958, foi convidada a se apresentar no OLYMPIA, e após o espetáculo, foi apresentada a Claude Wolff, da gravadora “Vogue”, uma das mais importantes da época, para discutir as possibilidades e termos de um vantajoso contrato com o selo francês.

Combinados os termos e postos no papel, Petula iniciou uma longa turnê por toda a França e Bélgica, acompanhado de Sacha Distel, galã e cantor, ídolo de dez entre dez garotas francesas, além de namoradinho de uma jovem Brigitte Bardot.

Petula e Sacha Distel fizeram uma grande amizade que durou até a morte dele em 2004.

As gravações dela de “Charriot” e “Monsieur” tanto em inglês como em francês, tomaram conta da França e tornaram Petula tão popular como Sylvie Vartan e Françoise Hardy, que eram sem sombra de dúvidas, as cantoras jovens francesas de maior sucesso nas décadas de ’60 e ’70.

Além disso, Petula casou-se com Claude Wolff em ’61
numa cerimônia civil em Paris e no religioso na Inglaterra, e para fugir um pouco da interferência paterna em sua carreira artística, pois estava já passando dos limites, Petula e Claude voltam para viver em Paris e logo tiveram Barbara Michelle, nascida em 1961 e Katharine Natalie, em 1962.

Petula teve ainda um filho, Patrick, anos mais tarde, em 1972.

Enquanto levava adiante sua vida e sua carreira na França
, continuava a fazer sucesso no Reino Unido, um atrás do outro. Em 1963 e 1964 a carreira inglesa de Petula está sedimentada, é um nome respeitado e fez com que Tony Hatch, músico e arranjador, pegasse um avião e voasse até Paris para mostrar algumas
sugestões musicais para ela, que não ficou muito entusiasmada com o que ouviu.

Então, Tony, que era divulgador e distribuidor dos discos dela no Reino Unido tocou alguns acordes de uma melodia que estava compondo, inspirada numa viagem que acabar de fazer até Nova York, e ficara impressionado com as luzes de néon dos luminosos de bares, cafés e de toda a cidade efervescendo.

Petula ouviu, gostou da melodia e disse que se ele escrevesse uma letra tão boa quanto a melodia que ela acabara de ouvir, ela prometia gravar esta música no seu próximo single ’45 rpm...

E assim, neste clima de coisas, nascia “DOWNTOWN”, música que pegou a ambos de surpresa, pelo tamanho do sucesso que fez no mundo inteiro. Foi um estouro – literalmente – mundial, que abriu as portas do mercado americano para Petula, que inaugura a marca de primeira e até agora única cantora inglesa a colocar uma música na parada de sucessos das “Dez Mais Americanas”, a famosa e respeitada parada “Top Ten”...

Além disso chegou a primeiro lugar de vendagem em países como
Holanda, Canadá, Alemanha, Austrália, Rodésia, Japão e Itália...

Nos anos seguintes a sucessão de hits no mercado americano continuou com as músicas “I know a Place”, “I couldn’l live without you” e My Love”, enquanto ela estava encantando a Europa inteira com “This is My Song”, bela música composta por Charles Chaplin e tema do filme “A Condessa de Hong Kong”, estreladíssimo por Sophia Loren.

Petula teve seu próprio programa de rádio na BBC de Londres e em 1968 participa de um especial para a tv NBC, onde tinha como convidado o ator e cantor jamaicano Harry Belafonte, que fazia enorme sucesso nos Estado Unidos onde vivia, tanto nos discos como nos filmes.

As gravações deste especial criaram uma bela saia-justa, pois os patrocinadores do programa queriam que fossem cortadas algumas cenas que eles julgavam inadequadas já que na opinião deles, não ficava bem ele, um negro, cantar encostando nela que era branca. Branca e loira....

E olha que já estamos no final dos anos sessenta...

O especial só foi transmitido na íntegra, sem os cortes pretendidos, porque Petula armou uma pequena-grande confusão .

No final dos anos ’60, ela era um nome de enorme prestígio e sucesso comercial, tanto na Europa como nos Estados Unidos e as músicas “Don’t Sleep in the Subway” e “Kiss me Goodbye” eram executadas em diversas partes do mundo, nos mais variados idiomas e nas mais diversas interpretações instrumentais.

Em 1968 reiniciou sua carreira de atriz estrelando “Goodbye, Mr.Chips” ao lado de Peter O’Toole e “Finian’s Rainbow”, e paralelamente a isto, Petula se dedica a longas turnês internacionais, o que ela desempenha com a maior tranqüilidade e profissionalismo, sem esquecer as gravações de discos, apresentações em rádio e televisão.

São algumas décadas de incessante labuta, de muitas estradas, muitos aeroportos, teatros, cassinos, estúdios.

Em 2000 apresenta um show musical escrito por ela, que é como uma retrospectiva de toda a sua vida artística, e fica um tempão em cartaz em Montreal, no Canadá.

Em 2003, faz um concerto no “OLYMPIA” de Paris, de onde saem um excelente DVD e um CD.

Em 2004, mais uma turnê pela Austrália e Nova Zelândia e dois anos mais tarde, em 2006, Petula é tema de um documentário da BBC de Londres.

Em 2007, lança “Duets”, compilação de alguns dos muitos duetos que fez com nomes como Dusty Springfield, Peggy Lee, Dean Martin e Bobby Darin...[todos já mortos].

No verão deste ano de 2008, uma grande turnê pela Suíça e Filipinas, enquanto “Then and Now”, seleção se seus maiores sucessos mais algumas novas composições suas [sim....ela também é compositora] gravados em Genebra, [Suíça] já entrou na parada de sucessos do Reino Unido, como um dos mais vendidos.

É bom ficar o registro que em 1998 Petula Sally Olwen Clark recebe da Rainha Elizabeth II a honraria de “Comandante da Ordem do Império Britânico”.

Nada mal, para quem já está nos palcos do mundo quase há setenta anos.

[@] assista Petula em “Downtown” versão 1965 clicando aqui !! []

[@] assista Petula em “Downtown” versão 2007 clicando aqui !! []

[@] assista Petula em “This is My Song” 1967 clicando aqui !! []



2 comentários:

Odilon disse...

Hoje o post esta especialmente cheio de informações de qualidade. E as músicas nem se fala.

Adriana disse...

Adorei mais uma vez!Mas isto é rotina para quem passeia por aqui!Boa seman!ou já é final,me perdi no tempo!