SEMPRE MÚSICA . . .

quarta-feira, 9 de julho de 2008

[] Rufus Wainwright, Prima Donna [1973]

Quando tinha 14 anos, ao sair de um “pub” acompanhado de um homem para irem assistir a um show que estava acontecendo no Hyde Park em Londres, Rufus foi roubado e estuprado, e segundo ele, só conseguiu sobreviver, pois simulou um ataque de eplepsia, o que deixou seu agressor assustado, fugindo em disparada.

Desde adolescente que se assumiu como homossexual, e contou numa entrevista dada à revista Rolling Stones, na edição de 11 de novembro de 1999, que seus pais sempre souberam, porém nunca falaram a respeito, por não saberem como lidar com o asunto...

Rufus Mc Garrigle Wainwright nasceu em Nova York em 22 de julho de 1973, mas passou grande parte de sua infância e adolescência com sua mãe em Montreal, no Canadá, desde que seus pais se divorciaram.

Filho de um cantor e músico “folk”, Loundon Wainwright III, cultuado até hoje, e Kate Mc Garrigle, tem ainda uma irmã, Martha, cantora e instrumentista.

Desde os seis anos de idade Rufus toca piano e aos 13, já excursionava com sua irmã, mãe e tia materna Ana, com o nome de “Mc Garrigle Sisters & Family”. Freqüentou a Mc Gill University onde estudou piano clássico e popular.

Também compositor, algumas de suas canções foram escritas em francês, já que viveu a maior parte de sua vida num país de duplo idioma... além disso, Rufus ainda mantém sua casa no Canadá.

Desde a adolescência, se interessa por ópera, e todas as formas de teatralidade que os palcos possam sugerir. Este gosto precoce pelo drama, pela interpretação e exagero se reflete em todos os seus trabalhos, tanto em disco quanto em suas apresentações.

Desde sempre apaixonou-se pela dramaticidade de artistas como Al Jolson, Edith Piaf e claro, Judy Garland.

Rufus começou sendo atração fixa em Montreal, onde tocava toda a semana no “Café Sarajevo”; gravou algumas fitas “demo” que foram parar nas mãos de um executivo da “Dreamworks” . E assim, em 1996 se mudou para Nova York e fica tocando no café “Fez”, para ir angariando público e no final do mesmo ano, grava seu primeiro disco, que teve uma aceitação bastante boa.

A “Rolling Stone” considerou o disco como um dos melhores do ano além de ter dado a Rufus o título de “o melhor novo artista do ano”.

Sai em turnês com Sean Lennon, Tori Amos e Sting, entre suas próprias turnês-solo.

Em 2000 Rufus se viciou severamente em metanfetamina, e ficou parcialmente cego em conseqüência do abuso da droga.

Percebendo que precisava de alguém que lhe apontasse uma direção e lhe desse uma orientação de vida, ligou para seu amigo Elton John, que o aconselhou a entrar no Centro de Reabilitação “Hazelda Foudation”, em Minnesota, para desintoxicação e terapia.

Em maio deste ano de 2008, esteve no Brasil, fazendo uma turnê por 4 capitais : Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Para sua estada brasileira, Rufus preparou uma apresentação, teatral, mas bastante intimista, pois ele canta acompanhando-se de guitarra ou tocando piano, seus dois instrumentos prediletos para apresentações em público. Junto com ele, sua mãe Kate e sua irmã Martha.

Até agora Rufus tem 5 cd’s gravados, vários “singles” e diversas músicas especialmente para trilhas sonoras de filmes como “D - Lovely”, sobre a vida e obra do compositor americano Cole Porter, onde ele e os outros membros da sua família cantam algumas músicas.

Artista na melhor tradição barroca – em todas as acepções da palavra – seus discos têm arranjos orquestrais complexos, muito bem elaborados, propositadamente com atmosfera dramática e intensa e seus temas via de regra são amores não correspondidos, relações desoladas e muita ironia alinhavando os comportamentos humanos.

Tudo isso, tratado com uma rara erudição no mundo pop atual... Seu disco mais recente chama-se “Rufus! ,Rufus!, Rufus!, Does Judy!, Judy!, Judy!”, onde obviamente ele presta uma homenagem a uma de suas divas preferidas, Judy Garland, e curiosamente interpreta o repertório que Judy apresentou no seu famoso e lendário show do “Carnegie Hall”, no início dos anos ’60.

Fã incondicional de Mozart, Verdi e Wagner, este “enfant terrible” que quando criança gostava de se fantasiar de Dolly Parton para o Dia das Bruxas, no momento está se dedicando com afinco a seu projeto mais ousado, escrevendo e compondo uma ópera, chamada “PRIMA DONNA”, que será encenada no “Metropolitan of New York”.

[@] Veja e ouça Rufus clicando aqui ! []


2 comentários:

Otávio disse...

Vidinha complicada a dele, Não é? Mas deve ser muito bom artista.

Odilon disse...

Vamos aguardar, então, pela Prima Donna. E aos visitantes do blog não deixem de escutar também Somewhere Over the Rainbow com ele no You Tube.