SEMPRE MÚSICA . . .

sábado, 26 de julho de 2008

[] Nostalgia Recente

Apesar do avanço da tecnologia e das facilidades que ela traz, de vez em quando eu sinto uma “nostalgiazinha” de uma ou outra coisa que já ficou num passado muito próximo.

A fita K-7 é uma delas... ou melhor, o que a gente fazia com elas era uma coisa muito prazerosa. Para mim, que desde cedo gostei do exercício de fazer seleção ou compilação, era muito gostoso preparar uma fita. Para os amigos ou para meu uso; em casa, no carro ou no trabalho.

Achava legal escolher um clima ou uma atmosfera para a fita e a seguir, selecionar as músicas uma
a uma, escolher a seqüência mais adequada, pois sempre achei que não é simplesmente gravar uma música depois da outra e pronto...não mesmo!

Então, ficava uma coisa assim “fita para dirigir na estrada”, “fita para dirigir no trânsito da cidade”, “fita para isto” e “fita para aquilo”... vários climas e várias atmosferas.

Lógico, uma música de verão não é a mesma coisa no inverno, e muito menos uma música para a noite não cai tão bem pela manhã durante o café... Ninguém me convence do contrário.

Muitas vezes, a que
vem em primeiro lugar, ficaria melhor se fosse a terceira ou a quarta música do lado “A”, por exemplo. Eu sempre tive este cuidado. Depois de pronta a fita, escutava com atenção os dois lados, e não raro, refazia alguma coisa, pois sempre achava que esta ou aquela música tinham quebrado o clima do que eu pretendia... E lá ia eu, ver uma nova seqüência musical.

E depois, se ficasse do gosto, passava a etapa seguinte, que era escrever cuidadosamente e no maior capricho os nomes das músicas, naquele espaço tão reduzido...

Claro que a fita K-7 tinha lá seus problemas, é lógico. Se não fosse de uma qualidade estupenda, sujava o cabeçote do equipamento, nos obrigando a limpá-lo com freqüência; por isso, era comum vermos ali, num cantinho da estante ou prateleira, alguns cotonetes e um vidrinho com álcool; de preferência isopropílico.

Quantas alegrias cabiam naquela caixinha mágica, quantos momentos, quantas emoções
se acomodavam ali dentro. Algumas tragédias eram inevitáveis, como por exemplo, a fita enroscar no toca-fitas, geralmente o do carro...

Aí, era aquela irritação, seguida de um desapontamento e de uma verdadeira intervenção cirúrgica, para desenroscar a fita, que claro, estava torcida, amassada em metros e metros de irritação.

Claro também que ela ia parar na lata do lixo, mas as alegrias e o prazer que eu sentia em gravá-las, compensavam em quantidade e qualidade.

Quando saia em férias, após decidido o destino, a preocupação era sempre que músicas levar, quantas fitas preparar... então, ver se ainda t
inha fita virgem em casa ou se era preciso comprar, e quantas. De ferro? De cromo? “Basf”, "Sony",“Mallory”,”Phillips” ou “TDK” ? ou quem sabe a “VAT” ? Dúvida cruel quase sempre.

Claro, eu sei, continuo fazendo quase tudo igual hoje em dia usando o CD no lugar da fita. Também sei que a qualidade sonora melhorou enormemente, é mais rápido e tal, continuo tendo o mesmo prazer de gravar para mim e para os amigos, mas no fundinho, no fundinho, sinto um pouco de nostalgia da ingenuidade da fita, e de poder decidir que o “lado b” seja mais alegrinho do que o “lado a”.




4 comentários:

Odilon disse...

Como um dos grandes beneficiados pelo processo de gravação e presenteamento de fitas K-7 vou concordar em gênero, número, grau e qualquer outra coisa que faça parte do ditado (que acabo de esquecer...). O fato de existirem dois lados podia até criar um contraponto favorável. A música para manhã de um lado e para tarde no outro.

Adriana disse...

Ainda tenho muitas fitas K-7,um estoque delas.Não consigo me desfazer,é algo preso na alma!

Anônimo disse...

que saudade....tenho todas.. com as capas produzidas, acho que personalizadas... gracias hombre...

Anônimo disse...

Tenho muitas de vários artistas gravadas por mim, tenho 1 gravada para mim pelo maestro Jorge Resende de músicas que eu cantei; Em Roma comprei de Andrea Bocelli Sõnho em que tinha uma dupla com a cantora portuguesa Dulce Pontes; Tenho de festas e passagens de ano gravadas por mim, é o Nosso Mundo!
Xi-coração,
Ana