SEMPRE MÚSICA . . .

terça-feira, 29 de julho de 2008

[] Roberta Flack [1937] Elegância & Classe

Quando criança, ela escapava de casa para ir até a Igreja Batista ali pertinho, para ouvir seus dois ídolos na época: Mahalia Jackson e Sam Cooke, que vieram a se tornar o exemplo de cantores gospel, e modelo de inspiração pra tanta gente, principalmente pela paixão emocionada como cantavam os hinos, as canções negras e folclóricas.

A mãe de Roberta era pianista nesta igreja em Black Mountain, Carolina do Norte, freqüentada quase que só por negros, como era costume na época.

Roberta nasceu em 1937, tímida, emotiva e reservada, e cedo começou a perseguir seu sonho, que era o de se tornar uma pianista clássica. Nem passava por sua cabeça ser cantora... seu negócio era o piano, nada mais.

Quando tinha 13 anos ganhou um concurso só para negros, executando uma complicada sonata de Scarlatti, e com isso, ganhou aos 15 anos uma bolsa completa para estudar piano clássico na “Howard University”.

Muito precoce, Roberta era assim, a aluna mais nova da universidade e logo era assistente das aulas de solfejo, arranjos vocais do coro da “Howard”. Terminou o curso aos 19 anos e seu trabalho na direção musical (instrumental e vocal) na montagem de “Aida”, lhe valeu um prêmio de destaque, pela excelência dos arranjos.

Formou-se em regência e inicia a pós-graduação, mas a morte súbita do pai, faz com que os planos sejam mudados. Volta para casa e para ter algum dinheiro, começa a ensinar inglês e dar aulas de canto. Vai se tornando conhecida e rapidinho estava como pianista acompanhando cantores de ópera.

Nos intervalos destas apresentações, Roberta canta na noite, acompanhando-se ao piano e tendo um repertório de jazz, soul e
música folk e rapidamente cai no agrado do público e em 1969, com um extenso repertório de mais de 600 músicas, grava seu primeiro disco, de nome “First Take”, que consegue um sucesso discreto, mas compensador.

Até que em 1972, o ator e diretor Clint Eastwood, utilizou uma música deste disco para colocar na trilha sonora de seu filme de estréia como diretor “Play Misty For Me”, que aqui no Brasil recebeu o nome de “Obsessão Macabra”. A música era “The First Time Ever I saw Your Face”...Esta música foi composta em 1957 pelo cantor folk Ewan MacColl em menos de uma hora, dedicada à mulher dele, Peggy.

Particularmente gosto muito deste filme, e já vi não sei quantas vezes; até hoje passa de vez em quando em algum madruga
dão por aí... além disso, tem a interpretação magnífica da atriz Jessica Waster. Poderia até dizer que este filme é o pai de “Atração Fatal”, com Glenn Close e Michael Douglas. Se alguém tiver oportunidade de assistir, vale a pena sim! Desde então, Clint virou fã número “1” de Roberta e são amigos até hoje.

Pois esta música “The first time...” deu a Roberta o Grammy em 1973 e logo corre o mundo, em versões cantadas e instrumentais.

Ano seguinte, Roberta recebe outro Grammy por “Killing me softly with his song”, composição que homenageia o cantor Don McLean, de “Vincent”, e “Castles in the air”, ambas muito executadas no Brasil até hoje.

Aqui no Brasil, no final da década de ’70, Roberta era muito conhecida por causa de “The closer I get to you”, linda melodia, que foi usada como trilha de um comercial dos cigarros “Luiz XV”, da Companhia de Cigarros Souza Cruz. Era um belíssimo comercial, de longa duração, belas paisagens, atmosfera de romance e mais todos os ingredientes de sedução. E como se não bastasse o apelo visual, ainda tínhamos a música de Roberta Flack.

Ainda ouvimos bastante “Where is the love”,que gravou com Donny Hathaway, que cometeu suicídio em 1979... “Feel like making love” e “Tonight I celebrate my love”, esta última em dueto com Peabo Bryson,
que as FM’s tocaram à exaustão e acabaram banalizando de tal forma a música, que hoje ela é tema de programas tipo “Correio Sentimental”...

""Carolyny, de Itaquera, oferece ao Éverton Tadeu, de Ferraz de Vasconcelos e diz: teus olhos são dois es
pelhos d’água""...

Dia 01 de agosto agora de 2008 Roberta inicia sua turnê brasileira, que começa por Fortaleza, depois Rio de Janeiro (06/08), São Paulo (07/08)
Porto Alegre (08/08), Curitiba (09/08) e finaliza com Belo Horizonte em 10/08.

O tempo passou e nestes quarenta anos de carreira, Roberta Flack deixou seu nome solidificado como uma intérprete sensível, competente, que toca e canta com
extrema elegância, com sua voz afinadíssima e seu piano classudo.

[@] veja Roberta clicando aqui [] !!



Um comentário:

Adriana disse...

Muito bem lembrado!