Ele tinha tudo para se transformar num mito, a começar pela sua verdadeira origem e nacionalidade, motivo de acirradas discussões e troca de documentação farta entre França, Uruguai e Argentina.
Os uruguaios juram de pés juntos que ele nasceu em Tacuarembò, cidadezinha distante 400 km de Montevidéu, que tem na entrada um grande busto de Gardel, com uma placa dizendo “Não é Argentina A Voz do Tango”. O principal hotel da cidade e vários edifícios públicos têm também o seu nome.
De outro lado, os argentinos rebatem dizendo que até admitem que talvez Gardel tenha realmente nascido na França, em Toulouse e tenha ido pequeno para Buenos Aires, como reza a outra versão de sua origem; mas nascer no Uruguai, jamais!
Conta a lenda também, que Gardel seria fruto de um relacionamento fortuito de seu pai, um coronel do Exército, Carlos Escoloya, com a irmã mais moça de sua mulher, que tinha apenas 13 anos, e tão logo a criança nasceu, teria sido dada para ser criada por uma mulher que foi para a França, que tinha o nome de Berthe Gardès e quando chega em Buenos Aires, dá uma espanholada no nome, virando Berta Gardel...
O próprio Carlos Gardel em entrevistas, disse mais de uma vez que seu coração era argentino, mas sua alma era uruguaia, pois aqui teria nascido... Mas como ele costumava despistar público e imprensa com declarações contraditórias, tudo isto, também vai para a pasta de probabilidades...
Sua vida amorosa – pelo menos a pública – era conturbada, cheia de mulheres, festas, jóias, peles, jantares e teatros . Rompimentos e reconciliações eram públicos e alimentava a imprensa e o diz-que-diz da época.
Nunca casou com nenhuma de suas grandes paixões, das quais a mais conhecida delas, era Isabel Martinez Del Valle, com quem parecia ter uma sólida ligação; mas após romper com ela, amigos próximos do casal teriam dito que Gardel estava bastante aborrecido e sentia-se explorado pela família de Isabel.
Também a data exata de nascimento, ninguém pode afirmar; apenas para fins didáticos e biográficos, a maioria das fontes informam o ano de 1887 como sendo o correto. Mas o fato é que Gardel e alguns de seus músicos morreu com certeza, no dia 24/06/1935, num acidente aéreo na cidade de Medelín, na Colômbia, durante uma turnê.
Sabe-se também que ele cresceu em Abasto, um bairro de Buenos Aires onde ficava o Mercado Central de Frutas e Verduras, uma bela construção art-decó, hoje restaurada e que abriga um centro comercial tradicional e elegante, como tantas construções de Buenos Aires...
Desde cedo, Gardel ficou conhecido como “El Morocho” de Abasto, estudou no Colégio Salesiano e demonstrava um grande talento para música e interpretação. Em 1902, era empregado do “Teatro La Victoria”, tendo como função operar aquelas engrenagens que trocam os cenários nos grandes teatros.
Esta atividade permitiu que ele tomasse contato com uma infinidade de intérpretes, técnicos, músicos e dançarinos, principalmente os cantores de “zarzuelas” e muitos ensaios e apresentações de óperas.
Gardel inicia sua vida de cantor formando uma dupla com José Razzano, e assim ficou por vários anos cantando em Buenos Aires, em teatros sem muita expressão, mas se tornando popular por onde passava a dupla, por sua bela voz, sua elegância e cuidado nas roupas, e o cabelo impecavelmente penteado.
Em 1915, leva um tiro durante uma confusão à saída do “Palais de Glace”, na época conhecido salão de baile no bairro da Recoleta. Cantaria até o final de seus dias com esta tal bala alojada no seu pulmão esquerdo.
Sucesso aumentando, faz uma turnê pelo Uruguai, Brasil e Espanha em 1923 e dois anos depois, já em carreira solo, viaja pela Espanha e França, quando começa a atuar em filmes da Paramount.
Na França seu sucesso é respeitável, e lota por várias noites o “Cabaret Florida”. Ainda em Paris grava vários discos antes de viajar para a Itália. Volta à França para uma série de apresentações na “Opera de Paris”, com retumbante sucesso.
Depois desta temporada européia, volta a Argentina e Uruguai, fazendo uma interminável turnê entre os dois paises, e se apresentando nos piores e melhores lugares das cidadezinhas por onde passava.
Seus discos fazem cada vez mais sucesso, assim como seus filmes. Gardel é sem dúvida uma celebridade nacional, e assim, o mito vem sendo construído, com dramas, romances desfeitos, origem obscura, família misteriosa e declarações reticentes e contraditórias.
No início dos anos ’30, volta para uma Europa, já totalmente apaixonada pelo tango, pelo seu canto e pela sua figura. Na Itália, faz uma série de noitadas na Costa Azzurra e de lá vai para Londres, Berlin, Paris, Viena e Barcelona.
De 1933 a 1935, ficou se dividindo entre Europa e Estados Unidos, onde se apresentava na NBC de Nova York e gravava mais e mais discos.
Filmou “El Dia Que Me Quieras” em 1935 e deu início àquela que será sua última turnê: Porto Rico, Venezuela, Aruba, Curaçao, Colômbia, Panamá, Cuba e México.
Carlos Gardel, que tem uma estação com seu nome no metrô de Buenos Aires, deixou além do mito e de uma infinidade de conjecturas, mais de 700 músicas, e não somente tangos.
Gravou alguns fox-trots, tangos em inglês e espanhol, músicas tradicionais, folclóricas, milongas e até um tango em guarani...
Sua voz desde setembro de 2003 foi declarada “patrimônio da humanidade” pela UNESCO e seus restos mortais estão enterrados em Buenos Aires, no cemitério da “Chacarita”.
Os uruguaios juram de pés juntos que ele nasceu em Tacuarembò, cidadezinha distante 400 km de Montevidéu, que tem na entrada um grande busto de Gardel, com uma placa dizendo “Não é Argentina A Voz do Tango”. O principal hotel da cidade e vários edifícios públicos têm também o seu nome.
De outro lado, os argentinos rebatem dizendo que até admitem que talvez Gardel tenha realmente nascido na França, em Toulouse e tenha ido pequeno para Buenos Aires, como reza a outra versão de sua origem; mas nascer no Uruguai, jamais!
Conta a lenda também, que Gardel seria fruto de um relacionamento fortuito de seu pai, um coronel do Exército, Carlos Escoloya, com a irmã mais moça de sua mulher, que tinha apenas 13 anos, e tão logo a criança nasceu, teria sido dada para ser criada por uma mulher que foi para a França, que tinha o nome de Berthe Gardès e quando chega em Buenos Aires, dá uma espanholada no nome, virando Berta Gardel...
O próprio Carlos Gardel em entrevistas, disse mais de uma vez que seu coração era argentino, mas sua alma era uruguaia, pois aqui teria nascido... Mas como ele costumava despistar público e imprensa com declarações contraditórias, tudo isto, também vai para a pasta de probabilidades...
Sua vida amorosa – pelo menos a pública – era conturbada, cheia de mulheres, festas, jóias, peles, jantares e teatros . Rompimentos e reconciliações eram públicos e alimentava a imprensa e o diz-que-diz da época.
Nunca casou com nenhuma de suas grandes paixões, das quais a mais conhecida delas, era Isabel Martinez Del Valle, com quem parecia ter uma sólida ligação; mas após romper com ela, amigos próximos do casal teriam dito que Gardel estava bastante aborrecido e sentia-se explorado pela família de Isabel.
Também a data exata de nascimento, ninguém pode afirmar; apenas para fins didáticos e biográficos, a maioria das fontes informam o ano de 1887 como sendo o correto. Mas o fato é que Gardel e alguns de seus músicos morreu com certeza, no dia 24/06/1935, num acidente aéreo na cidade de Medelín, na Colômbia, durante uma turnê.
Sabe-se também que ele cresceu em Abasto, um bairro de Buenos Aires onde ficava o Mercado Central de Frutas e Verduras, uma bela construção art-decó, hoje restaurada e que abriga um centro comercial tradicional e elegante, como tantas construções de Buenos Aires...
Desde cedo, Gardel ficou conhecido como “El Morocho” de Abasto, estudou no Colégio Salesiano e demonstrava um grande talento para música e interpretação. Em 1902, era empregado do “Teatro La Victoria”, tendo como função operar aquelas engrenagens que trocam os cenários nos grandes teatros.
Esta atividade permitiu que ele tomasse contato com uma infinidade de intérpretes, técnicos, músicos e dançarinos, principalmente os cantores de “zarzuelas” e muitos ensaios e apresentações de óperas.
Gardel inicia sua vida de cantor formando uma dupla com José Razzano, e assim ficou por vários anos cantando em Buenos Aires, em teatros sem muita expressão, mas se tornando popular por onde passava a dupla, por sua bela voz, sua elegância e cuidado nas roupas, e o cabelo impecavelmente penteado.
Em 1915, leva um tiro durante uma confusão à saída do “Palais de Glace”, na época conhecido salão de baile no bairro da Recoleta. Cantaria até o final de seus dias com esta tal bala alojada no seu pulmão esquerdo.
Sucesso aumentando, faz uma turnê pelo Uruguai, Brasil e Espanha em 1923 e dois anos depois, já em carreira solo, viaja pela Espanha e França, quando começa a atuar em filmes da Paramount.
Na França seu sucesso é respeitável, e lota por várias noites o “Cabaret Florida”. Ainda em Paris grava vários discos antes de viajar para a Itália. Volta à França para uma série de apresentações na “Opera de Paris”, com retumbante sucesso.
Depois desta temporada européia, volta a Argentina e Uruguai, fazendo uma interminável turnê entre os dois paises, e se apresentando nos piores e melhores lugares das cidadezinhas por onde passava.
Seus discos fazem cada vez mais sucesso, assim como seus filmes. Gardel é sem dúvida uma celebridade nacional, e assim, o mito vem sendo construído, com dramas, romances desfeitos, origem obscura, família misteriosa e declarações reticentes e contraditórias.
No início dos anos ’30, volta para uma Europa, já totalmente apaixonada pelo tango, pelo seu canto e pela sua figura. Na Itália, faz uma série de noitadas na Costa Azzurra e de lá vai para Londres, Berlin, Paris, Viena e Barcelona.
De 1933 a 1935, ficou se dividindo entre Europa e Estados Unidos, onde se apresentava na NBC de Nova York e gravava mais e mais discos.
Filmou “El Dia Que Me Quieras” em 1935 e deu início àquela que será sua última turnê: Porto Rico, Venezuela, Aruba, Curaçao, Colômbia, Panamá, Cuba e México.
Carlos Gardel, que tem uma estação com seu nome no metrô de Buenos Aires, deixou além do mito e de uma infinidade de conjecturas, mais de 700 músicas, e não somente tangos.
Gravou alguns fox-trots, tangos em inglês e espanhol, músicas tradicionais, folclóricas, milongas e até um tango em guarani...
Sua voz desde setembro de 2003 foi declarada “patrimônio da humanidade” pela UNESCO e seus restos mortais estão enterrados em Buenos Aires, no cemitério da “Chacarita”.
Um comentário:
Um monstro da música.
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