SEMPRE MÚSICA . . .

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

[] Paula Morelenbaum, Cheia de Bossa.

Já está nas lojas faz alguns dias o mais recente disco de Paula Morelenbaum, “Te-lecoteco Um Sambinha Cheio de Bossa...”.

Na minha opinião de simples apreciador de música, sem compromisso com gravadoras ou veículos de comunicação, a não ser este blog, o disco é muito gostoso de ouvir. Todo ele, do início ao fim.

É um disco pra cima, despretensioso, leve sem ser fútil ou inconsistente, sério na medida certa, a cara do trabalho de um artista brasileiro, mais exatamente, uma cantora carioca. Com tudo o que “ser carioca” possa significar.

Para quem não sabe ou não lembra, Paula é casada com o músico Jacques Morelenbaum e com ele, trabalhou com Tom Jobim durante dez anos, até a morte do nosso compositor, em 1994.

Fazia parte do Quarteto Jobim Morelenbaum, viajando com Tom por este mundo a fora e fazendo parte das gravações dos discos de Jobim, juntamente com o filho dele, Paulo Jobim, e do neto, Daniel Jobim.

Paula já se apresentou fora do Brasil várias vezes, tanto nos Estados Unidos como na Europa, sempre tendo recebido críticas bastante simpáticas da imprensa internacional.

Além de ter no seu currículo os dez anos de trabalho ao lado de Tom Jobim, teve a oportunidade que poucos artistas tiveram, que foi gravar um disco no estúdio da casa do próprio Tom, local privilegiado, cercado de verde por todos os lados, com a natureza exuberante – como sabe ser exuberante a natureza brasileira – e no ar, o canto dos pássaros, coisa que Tom era completamente apaixonado...

Este “Telecoteco”, muito bem produzido, teve o projeto, a pesquisa e a direção artística de Paula, que tem como convidados nomes conhecidos internacionalmente, como o pianista e compositor japonês Ryuichi Sakamoto, o nosso João Donato, Marcos Valle, o grupo de tango novo argentino “Bajofondo”, Léo Gandelman, Chico Pinheiro e, claro, Jacques Morelenbaum.

Numa primeira olhada, as músicas aparentemente não têm nada a ver uma com a outra, mas são a cara do Brasil das décadas de ’30, ’40, ’50 e ’60. E Paula, sabiamente fez constar desta seleção um clássico do songbook americano , “Love is Here To Stay”, dos irmãos George e Ira Gershwin.

Vejam só o que tem em “Telecoteco”:

01 = Manhã de Carnaval // 1959 = Luiz Bonfá + Antônio Maria.
02 = Não Me Diga Adeus // 1947 = Luiz Soberano + Paquito + João Correa da Silva.
03 = O Samba e o Tango // 1937 = Amado Régis
04 = Love is Here to Stay // 1938 = George + Ira Gershwin.
05 = Um Cantinho e Você // 1948 = José Maria de Abreu + Jair Amorim.
06 = Ilusão à Toa // 1961 = Johnny Alf.
07 = Teleco-Teco // 1942 = Murilo Caldas + Marino Pinto.
08 = Sei Lá Se Tá // 1940 = Alcyr Pires Vermelho + Walfrido Silva.
09 = O Que Vier Eu Traço // 1945 = Alvaiade + Zé Maria.
10 = Você Não Sabe Amar // 1950 = Dorival Caymmi + Carlos Guinle + Hugo Lima.
11 = Ternura Antiga // 1960 = J.Ribamar + Dolores Duran.
12 = Luar E Batucada // 1957 = Tom Jobim + Newton Mendonça.

Como já escrevi antes, é um disco gostoso de ouvir, tem um clima moderno, arranjos bem atuais, contrastando com a atmosfera de décadas passadas, resultando em elegância, inventividade sem perder um milímetro das coisas do Brasil.

Um belo encarte, com todas as letras mais detalhes técnicos completos, e belas fotografias de um Rio de Janeiro “daqueles tempos”...

[@] Veja Paula clicando aqui [] !!


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