SEMPRE MÚSICA . . .

sexta-feira, 14 de março de 2008

[] Etta Jones [1928=2001]

Ela é um excelente exemplo de uma cantora de prestígio, e não de popularidade.

Com uma atividade artística por quase 60 anos, Etta nunca foi popular, nem mesmo nos Estados Unidos onde nasceu e viveu toda sua vida; mas sempre foi uma artista de grande prestígio desde que começou a cantar numa noite de verão de 1944 no APOLLO THEATHER em Nova York. Era um concurso para jovens talentos e ela inscreveu-se por ter sido muito incentivada e encorajada pela família.

Na verdade, ela contava que não pensava que fosse ganhar, mas queria cantar mesmo assim. Não só ganhou o concurso, mas no final da noite foi contratada para ser a nova vocalista da Big Band de Buddy Johnson.

Desde então, Etta conquistou seu público fiel, mesmo não sendo uma grande vendedora de discos, mas era um sucesso de crítica e tudo isso junto fez com que ela fosse também chamada de “A cantora de jazz para músicos de jazz”, tamanha a simpatia que ela sempre despertou em seus colegas músicos e instrumentistas.

Conhecida por suas interpretações elegantes e refinadas de standards, baladas e blues, Etta com sua inflexão peculiar, respiração e maneira de pronunciar as palavras, é freqüentemente associada a Billie Holiday [1915=1959] e a Dinah Washington [1924=1963].

Suas primeiras gravações, ainda em 1944, foram de músicas que haviam sido gravadas também um ano antes por Dinah, como é o caso de “Salty Papa Blues” e “Evil Gal Blues”.

Seu último disco, que foi uma homenagem a Billie Holiday, Chama-se ETTA JONES SINGS LADY DAY, e foi lançado exatamente no dia de sua morte, em 16 de outubro de 2001, após uma longa batalha contra o câncer.

Seu disco de estréia na “Prestige Records”, DON’T GO TO STRANGERS, em 1960, obtém um enorme sucesso comercial, tendo vendido mais de um milhão de cópias e consagrando uma carreira e assegurando uma legião de fãs e admiradores, por duas ou três gerações... Estranhamente, este foi seu único grande sucesso de vendas...

Indicada três vezes ao GRAMMY
, Etta tinha no seu grupo músicos fiéis e competentes, como é o caso de HOUSTON PEARSON, que tocou com ela por mais de 30 anos, além de ter exercido as funções de seu produtor e agente.

Ao ouvir Etta Jones, tem-se a impressão de que ela acrescenta à vulnerabilidade e fragilidade de Billie Holiday, um pouco da força, expressividade e da vitalidade de Dinah Washington, o que resulta numa sensação muito agradável pois além desta voz especial, ela é sempre cercada de músicos da maior competência e canta um repertório de primeiríssima classe.

Tanto na vida profissional como na vida privada, Etta sempre foi uma pessoa extremamente simpática e de um comportamento “anti-Diva”. Era acessível, afável, sem ataques de estrelismos ou chiliques. Ela costumava dizer:

“All I want to do is work, make a decent salary and have friends”. [tudo o que eu quero fazer é trabalhar, ganhar um salário descente e ter amigos].

Tenho certeza de que ela conseguiu.

2 comentários:

Otávio disse...

Agora eu sei qual o motivo de eu ter gostado bastante dela quando ouvi, acho que é como você disse, ela tem um “que” da Dinah Washington.

Adriana disse...

Muito boa mesmo!! tem desafio para ti nos TRES MARIAS!!